Veja
O
banco americano Morgan Stanley foi um dos primeiros a divulgar a
investidores uma estimativa das eventuais perdas com os desvios citados
na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Para o Morgan, as perdas
podem chegar a 21 bilhões de reais, o que comprometeria todo o lucro de
2014 da estatal.
O
Morgan Stanley fez suas estimativas com base na informação dada pelo
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa de que as propinas
representaram 3% do que foi investido pela empresa nos últimos anos.
Levando em conta uma margem de erro, o banco considerou perdas de 1% a
5%, o que significariam baixas contábeis entre 5 bilhões e 21 bilhões de
reais.
Neste
último caso, se o registro das perdas na contabilidade for feito todo
neste ano, não haverá pagamento de dividendos para os detentores das
chamadas ações ordinárias (com direito a voto nas principais decisões
das empresas). Os bancos estão fazendo as contas depois que a própria
Petrobras admitiu que terá de reduzir o valor de seus ativos caso sejam
confirmadas as denúncias de corrupção. Além disso, vários analistas
financeiros alertam os investidores para a redução no pagamento de
dividendos este ano e retiram a recomendação para a compra das ações da
Petrobrás.
Os
analistas do banco Safra que, até esta terça-feira, acreditavam que as
ações da Petrobras teriam desempenho melhor do que outras ações,
sugerindo oportunidade de compra, rebaixaram a ação para “neutro”, ou
seja, nem comprar nem vender. O Itaú BBA disse em relatório assinado por
seus analistas que, a cada 1 bilhão de reais de registro de baixa
contábil que a Petrobras tenha de fazer, os detentores de ações com
direito a voto, que deveriam receber 37 centavos por ação, vão receber 2
centavos menos. Na prática, se o rombo for de 10 bilhões de reais, o
dividendo a ser pago cairá pela metade.
Contas públicas
Contas públicas
Um
dos maiores prejudicados seria o próprio governo federal que é dono de
mais de 50% dessas ações e espera fechar as contas com esses dividendos.
O BNDES tem outros 10%. Já os investidores estrangeiros, que possuem a
ação negociada em Nova York, têm quase 20%. Os investidores que têm
ações preferenciais serão menos afetados porque, pela lei, a Petrobras é
obrigada a pagar dividendo mínimo, mesmo que tenha prejuízo.
Os
relatórios dos analistas se mostram cautelosos, mas alertam para o
potencial de a situação da Petrobras se agravar caso permaneça por um
longo período sob investigação a ponto de impedir que os auditores
avalizem seu balanço até meados do próximo ano. Se o balanço anual não
for auditado e publicado até lá, a empresa não terá como refinanciar sua
dívida que vence em 2015 e poderá ser forçada a pagar antecipadamente,
de uma só vez, 57 bilhões de dólares em empréstimos, segundo dados do
Morgan.
Quando
a empresa faz um empréstimo, ela se compromete a manter margens
financeiras do seu negócio, que servem como garantia de solvência, e
também prestar informações atualizadas. Entre essas informações, estão
os balanços auditados por empresas independentes. Na semana passada, a
PricewaterhouseCoopers se negou a assinar o balanço trimestral antes do
fim da investigação que está sendo feita para apurar as perdas com os
desvios nas refinarias Abreu e Lima e Comperj.
fonte rota2014
0 comments:
Postar um comentário