Com Blog do Noblat - O Globo
Eis a questão: o que fazer com as empreiteiras que comprovadamente
corromperam ou se deixaram corromper em negócios com a Petrobras?
Bastará multá-las? Ou multá-las, obrigando-as também a devolver o dinheiro público desviado?
Ou seria o caso de, além disso, declará-las inidôneas?
Quer dizer: elas não poderiam mais fazer negócios com os governos e suas empresas durante certo tempo.
Ou não: as empresas seriam deixadas em paz. Seus donos e executivos
atuais é que seriam proibidos de negociar para sempre com os governos.
Que tal?
Não daria para puni-las suspendendo a execução de outras obras para o
Estado. A não ser que se conclua que também houve corrupção fora do
âmbito da Petrobras. O que seria possível, convenhamos.
Tais indagações fornecem uma pálida ideia do tamanho da confusão que a Justiça e o governo terão pela frente.
A confusão será tanto maior quanto for a indignação crescente do distinto público com roubalheiras.
E, passada a etapa atual que culminou com o arrastão de donos e executivos de empreiteiras detidos pela Polícia Federal...
E quando o Congresso se achar diante da tarefa de cassar dezenas de deputados e senadores?
O corporativismo dos políticos acabará vencendo?
O país será sacudido por novas manifestações de ruas pedindo cadeia para os culpados?
Por último: a investigação do escândalo do mensalão estancou à porta do
Palácio do Planalto. Dali não passou por falta de interesse da Justiça e
da oposição ao governo.
Novamente assistiremos ao mesmo filme?
ROTA2014
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