Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

A destruição dos valores do Ocidente

 Ubiratan Jorge Iorio


O presidente brasileiro vem reiteradamente defendendo a instituição de uma governança global, dotada de autonomia para decidir sobre alegadas “questões climáticas” e que se sobreponha aos parlamentos nacionais. Recentemente, na COP28, questionado se acreditava que os países ricos liberariam os US$ 100 bilhões anuais prometidos no Acordo de Paris para compensar os estragos em nações menos desenvolvidas, ele disparou: “Não acredito. Sinceramente acho que é preciso que as lideranças políticas do mundo tomem decisões mais corajosas e mais rápidas. Precisamos ter uma governança global para ajudar a cuidar do planeta. Porque, se você toma uma decisão qualquer em benefício do mundo e ela tiver que votar [sic] internamente pelo seu Congresso Nacional, significa que ninguém vai cumprir”. E colocou a cereja — podre — no bolo, sugerindo a abertura de um fundo permanente para promover a sustentabilidade, alojado na ONU e com poder para tomar decisões sem passar pelo crivo dos Legislativos. Ou seja, o chefe do Executivo de um país supostamente democrático diz, sem qualquer cerimônia, que o Congresso Nacional atrapalha. E a velha imprensa finge que não ouviu. Sem dúvida, trata-se de uma das facetas da “democracia relativa”, em que o clima é apenas um dos inúmeros pretextos para alimentar a vontade de poder.

Já em fevereiro deste ano, em encontro com o presidente Joe Biden, defendera a adoção dessa governança global, mediante uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. Naquela ocasião, afirmou que isso não significa que o Brasil vai abrir mão da sua soberania, mas que se trata apenas de “compartilhar com a ciência do mundo inteiro um estudo profundo sobre a necessidade da manutenção da Amazônia, para melhorar a qualidade de vida na região”.

É forçoso lembrar que, além do Executivo, o Judiciário também aderiu declaradamente aos objetivos da Agenda 2030. Recentemente, por exemplo, a ministra Rosa Weber, pouco antes de aposentar-se na Suprema Corte, fez constar, em seu voto favorável à descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação, que o seu entendimento estava em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que estipulam “assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão”. Mas e a sintonia com a nossa legislação?

A verdade é que a questão da governança global nos remete a perigos que suas aparentes boas intenções escondem maliciosamente: a perda de soberania, a centralização ditatorial de decisões, o desrespeito às liberdades individuais e — acima de tudo — a destruição dos valores morais do Ocidente. Há coisas nos ODS ou na Agenda 2030 da ONU, no protocolo ESG e nas ações dos bilionários que se acham donos do planeta e que controlam o Fórum Econômico Mundial que são invisíveis a olho nu, mas que precisam ser desmascaradas.

Como se sabe, os ODS são uma agenda que os iluminados querem enfiar goela abaixo do mundo, adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável de setembro de 2015 e que já passou por várias revisões, composta de 17 objetivos e 169 metas, a serem atingidos até 2030. Os temas abarcam quatro áreas: (a) social, que se relaciona às necessidades humanas, saúde, educação, melhoria da qualidade de vida e justiça; (b) ambientalque diz respeito à preservação e conservação do meio ambiente, com ações que vão desde a reversão do desmatamento, proteção das florestas e da biodiversidade, combate à desertificação, uso sustentável dos oceanos e recursos marinhos até a adoção de medidas efetivas contra mudanças climáticas; (c) econômica, que se refere ao uso e ao esgotamento dos recursos naturais, à produção de resíduos e ao consumo de energia; e (d) institucional, relacionada à capacidade de colocar os ODS em prática.

Não é de se estranhar que o atual governo do Brasil ajoelhe-se diante da utopia da governança global, uma vez que o globalismo, tal como o marxismo, é uma ideologia, um experimento de engenharia social que tem a predisposição mórbida de eliminar os valores e princípios morais que sustentaram durante séculos a tradição ocidental

É cansativo listar os 17 objetivos, mas é necessário fazê-lo, para desnudar o seu grau estarrecedor de atrevimento. A lista de tarefas prevê a imposição de centenas de ações mundiais, que indicam até que ponto vai a pretensão de tutelar a vida alheia, conforme descreve a própria página da ONU no Brasil. Eis as metas: (1) acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; (2) acabar com a fome; (3) alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; (4) assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades, assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; (5) alcançar a igualdade de gênero e empoderar [sic] todas as mulheres e meninas; (6) assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos; (7) assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos; (8) promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos; (9) construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

E a empáfia megalômana continua: (10) reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles; (11) tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; (12) assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis; (13) tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos (reconhecendo que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) é o fórum internacional intergovernamental primário para negociar a resposta global à mudança do clima; (14) conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; (15) proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade; (16) promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis; e (17) fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Quanta pretensão! Que enorme fome de poder! Querem nos fazer felizes, mas à maneira deles. Que resultados esperar de metas tão ambiciosas? A ONU, que há sete décadas não consegue resolver nem simples conflitos entre vizinhos de condomínio, vai dar conta dessas façanhas? E — o que é mais importante — quem definiu essas metas? Você, caro leitor, por acaso foi consultado? De que legitimidade esses salvadores da humanidade se revestem para, simplesmente, atropelarem os parlamentos que representam, ao menos teoricamente, a vontade dos povos espalhados pelo mundo?

Não é de se estranhar que o atual governo do Brasil ajoelhe-se diante da utopia da governança global, uma vez que o globalismo, tal como o marxismo, é uma ideologia, um experimento de engenharia social que tem a predisposição mórbida de eliminar os valores e princípios morais que sustentaram durante séculos a tradição ocidental. Tal como o PT e seus satélites, o globalismo é autoritário, pois defende a primazia e a tirania dos coletivos sobre os indivíduos, agora com uma fantasia mais moderna, a de um governo mundial que transcende as fronteiras das nações, algo como uma divindade com sabedoria e poder para decidir, por exemplo, que nossos filhos devem aprender na escola uma história reescrita (ou “ressignificada”) por ideólogos e burocratas, que tipos de banheiro eles devem usar, que devem respeitar as “tradições” dos índios e condená-los a viver exatamente como viviam no século 16 e muitas outras abobrinhas desse tipo, alimentadas por propagandas milionárias bombardeadas incessantemente pela mídia. É a mesma tirania exibida em ditaduras do passado e do presente, só que agora exercida por meio de uma retórica calcada em palavras de ordem, como justiça ambientaldireitos humanosdesigualdadesdiversidadepreconceitos, nova ordemgrande resethomem novo etc.

Observem que todos os pontos da agenda de implantação da governança global são progressistas. Seus defensores, como bons esquerdistas, não aceitam filosofias, princípios e valores morais que se opõem à sua ideologia, e sua meta é anular o indivíduo e a família em sua essência, como, por exemplo, o direito dos pais de educarem os filhos segundo os seus padrões tradicionais e a sua fé. Para isso, definem autocraticamente seus dogmas e tentam forçar regras e comportamentos, vigiados pela ONU e seus tentáculos (como a Unesco, a Unicef e a OMS), tais como cartilhas educacionais, padrões sociais, linguagem, doutrinação e bússolas diretivas para escolas do mundo inteiro. A idiossincrasia dessa gente vai além da simples defesa do Estado como gestor da política e da economia de um país, uma vez que não podem prescindir de um órgão que exerça esse papel de forma supranacional, capaz de formular a engenharia social e os seus respectivos comandos e ordens para alterar a mentalidade política, jurídica e econômica da humanidade, para que a revolução contra a civilização tradicional possa acontecer sem ser percebida, como se fosse orgânica.

É preciso afirmar com todas as letras que a governança global, tal como o socialismo, é uma aberração moral e está para as nações assim como o Estado está para os indivíduos: segundo seus pseudoaxiomas, países não podem ser soberanos e decidir com base em seus próprios usos, costumes e princípios morais, pelo mesmo motivo que os indivíduos não sabem fazer suas escolhas e, portanto, estas devem ser função do Estado. Embora alguns ainda insistam em ver o globalismo como uma teoria conspiratória sem comprovação empírica, é um movimento que está em pleno andamento, fartamente alimentado por fortunas de bilionários que compram e deturpam consciências e redações desprovidas de princípios sólidos e com um objetivo muito mais perigoso do que o mostrado pelas ditaduras do século 20, porque não se limita a estabelecer apenas políticas autoritárias, mas a forjar uma moral despótica, completamente relativista, com base na formação de homens e mulheres que se assemelham a robôs, sem capacidade de pensar e de compreender que lhe roubaram o seu bem mais precioso — a liberdade —, meros repetidores mecânicos de bordões de uso comum em centros acadêmicos e em meios ditos culturais, artísticos e jornalísticos, e incapazes de esboçar qualquer reação.

A questão é se os legislativos, que sintetizam a democracia representativa e que estão ameaçados de ser tragados pela nova ditadura, vão aceitar passivamente a supressão de suas funções e, principalmente, se o povo — que supostamente é representado nos parlamentos — vai conformar-se em perder sua liberdade e dignidade.

Essa ameaça crescente de concentração de poder do globalismo deveria preocupar os liberais, mas, infelizmente, ainda se nota entre alguns deles certa resistência para enfrentar o perigo, por pensarem erradamente que seria algo como “coisa de conservadores”. É tempo de perceberem que sua omissão é uma forma abominável de conformismo, pois, ao abrirem mão do controle de suas vidas, estão chancelando o socialismo dos nossos dias, que matreiramente deslocou suas tropas do campo da economia para o da cultura.

*Artigo publicado originalmente na Revista Oeste.









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Uma trinca de reis

    Dartagnan da Silva Zanela 


 Miguel de Cervantes nos sugere, floreando com as letras de um jeito que apenas ele sabia fazer, que é muito mais saboroso o caminho que a pousada onde repousamos a carcaça. Seguindo pela mesma trilha, o poeta Antonio Machado certa feita havia dito que o caminhante se faz na caminhada, não na chegada (na verdade ele disse: caminante, no hay camino: se hace camino al andar).

 E nós, figurinhas e figurões do século XXI, sem nos darmos conta, preferimos acorrentar o nosso olhar aos possíveis e desejáveis momentos de repouso, fazendo desses momentos os grandes objetivos da nossa vida; objetivos esses que, no nosso entender, deveriam ser conquistados para que ela, a nossa porca vida, seja [supostamente] realizada de forma plena.

Quantas e quantas vezes passamos os nossos dias, lamentando conosco mesmo - e com os nossos familiares, amigos e colegas - que queremos porque queremos que o dia passe logo, bem rapidinho; quantas e quantas vezes suplicamos em nosso íntimo para que os dias da semana voem em revoada para que possamos desfrutar do nosso abençoado fim de semana; quantas vezes rogamos para que o ano se vá de vereda e, assim, chegue logo o fim do mesmo, e tenhamos o Natal, as festas e, é claro, as férias.

Enfim, queremos que os anos sigam ligeiros, feito água de corredeira, para podermos nos aposentar e, é claro, repousar definitivamente das fadigas de uma vida vivida em grande correria.

Queremos porque queremos que o tempo passe, sem demora, para que possamos chegar ao momento do repouso, pouco importando quanto ele venha a durar, ou o que o dito-cujo venha a significar.

E, de tanto queremos isso, deixamos de viver às inúmeras alegrias e desventuras da vida, com tudo o que elas têm a nos regalar.

E reparem como fazemos isso todo santo dia, sem pestanejar. Torcemos para que a vida passe, para que possamos deixar de viver, para que paremos de ficar fugindo da vida e, enfim, possamos morrer. Morrer sem ter realmente vivido. Olhando melancolicamente para os tempos que se foram, repetindo os versos de Manuel Bandeira, vendo a vida que poderia ter sido, mas não foi.

Em resumidas contas é isso que estamos dizendo a plenos pulmões, aos quatro ventos, quando, por exemplo, iniciamos um dia de trabalho desejando que ele simplesmente termine para não mais estarmos ali, presentes, ou fingindo que estamos.

É exatamente isso que cantamos nos átrios do nosso coração quando nos atiramos sobre uma carteira escolar, feito um saco de batatas, com as ventas chumbadas na tela de um celular, arredio a qualquer possibilidade de aprendizado - de qualquer coisinha, útil ou não - ansiando estar em qualquer outro lugar para poder se debruçar em outro móvel e permanecer com a face grudadinha no mesmo aparelho eletrônico, ou em outra tranqueira similar.

Não queremos nos fazer presentes porque, muitas e muitas vezes, consideramos o lugar onde estamos, as tarefas que nos foram confiadas, indignas da formosura crítica da nossa pessoinha singular e, às vezes, isso pode até ser verdade; porém, penso que deveríamos nos fazer duas perguntinhas, pra lá de marotas, antes de afirmarmos uma coisa desse naipe.

Antes de qualquer coisa, já paramos para considerar que nós não somos minimamente dignos daquilo que estamos rejeitando com nossa maneira petulante de viver? Por um acaso, já paramos para considerar que, talvez, não sejamos dignos merecedores nem daquilo que recebemos, que nos foi confiado? Então, seria interessante matutarmos sobre isso.

Mas, como havíamos dito, vamos supor que realmente o quadro que dá forma ao nosso dia a dia seja, de fato, um misto de tédio, indignidade e aviltamento. Bem, diante disso, podemos levantar um outro ponto: o que nós temos feito para nos elevar diante desse quadro e, deste modo, elevá-lo conosco? O que temos feito para dignificá-lo? Pois é. Foi o que eu pensei.

Sim, a resposta adequada a todas essas indagações não são difíceis de serem encontradas, pouco importando quais sejam as circunstâncias que dão o tom de nossos dias. O problema é que, tal resposta, exige de nossa parte uma disposição a abraçar a cruz nossa de cada dia que, em resumidas contas, é uma abertura para uma vida virtuosa, para a maturidade, que negamos cotidianamente com mil e um subterfúgios.

Preferimos a ânsia constante pelo momento fugidio da irreverência das horas vazias do que encarar, com destemor, o vazio que, muitas e muitas vezes impera em nosso coração, que nos impede de abraçar, com força, cada momento que dá forma aos nossos dias e reconhecer, em cada um deles, uma abertura possível para a beleza, para a bondade, para a verdade e que, por sua deixa, poderá nos impulsionar para um vislumbre da eternidade.

Podemos dizer que, cada um de nós, cada um à sua maneira, vive de modo similar a personagem, interpretada por Adam Sandler, no filme Click (2006). Personagem essa que recebe de um anjo um controle remoto que lhe permite pular os momentos, dias e meses que considerasse chato. Obviamente, o resultado foi tão trágico quanto cômico. Não tão cômico quanto o modo como nós fugimos da nossa vida, mas, com certeza, tão trágico quanto a maneira como insistimos em fugir de nós mesmos.

Por isso, procuremos nos fazer presentes, para que a nossa vida não termine sendo uma grande ausência mediada por conexões vazias.

*       O autor, Dartagnan Zanela, é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "A VERTICALIZAÇÃO DA BARBÁRIE", entre outros ebooks.











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O discurso inovador de Javier Milei em Davos

  Rainer Zitelmann


O presidente argentino Javier Milei proferiu um discurso notável no Fórum Econômico Mundial em Davos, em 17 de janeiro de 2024. Compilei e comentei algumas das passagens mais importantes e significativas.

Tese 1: O capitalismo é a melhor e única receita contra a pobreza

Milei inicia com uma revisão histórica e deixa claro que foi apenas o capitalismo, surgido cerca de 200 anos atrás, que proporcionou a oportunidade de escapar da pobreza a uma grande parcela da população mundial.

Milei: “…quando se analisa o PIB per capita desde o ano de 1800 até hoje, percebe-se que, após a Revolução Industrial, o PIB per capita global multiplicou-se por mais de 15 vezes. Isso representou um boom no crescimento que tirou 90% da população mundial da pobreza. Devemos lembrar que, até o ano de 1800, cerca de 95% da população mundial vivia em extrema pobreza, e esse número caiu para 5% até o ano de 2020, antes da pandemia. A conclusão é óbvia. Longe de ser a causa de nossos problemas, o capitalismo de livre comércio, como sistema econômico, é o único instrumento que temos para acabar com a fome, a pobreza e a extrema pobreza em todo o nosso planeta.”

Milei está certo: antes do início do capitalismo, 90% da população global estava afundada na pobreza extrema. Hoje, de acordo com os números do Banco Mundial, é apenas 8,5% – e o maior declínio ocorreu nas últimas décadas!

Tese 2: Contra a “justiça social” e a mentalidade de soma zero

Milei deixa claro que a redistribuição não é a forma de resolver os problemas da sociedade e que ela só cria novos problemas. Os anticapitalistas pensam em termos de soma zero – eles acreditam que é necessário redistribuir uma torta econômica predefinida, quando, na verdade, o objetivo é aumentar o tamanho da torta.

Milei: “O problema é que a justiça social não é justa – e também não contribui para o bem-estar geral… Aqueles que promovem a justiça social, os defensores, partem da ideia de que toda a economia é uma torta que pode ser compartilhada de maneira diferente, mas essa torta não é algo preestabelecido. É a riqueza gerada no que Israel Kirzner, por exemplo, chama de processo de descoberta de mercado. Se os bens ou serviços oferecidos por um negócio não são desejados, o negócio fracassará, a menos que se adapte à demanda do mercado. Se produzirem um produto de boa qualidade a um preço atrativo, terão sucesso e produzirão mais. Portanto, o mercado é um processo de descoberta no qual os capitalistas encontrarão o caminho certo conforme avançam.”

Tese 3: O socialismo nunca melhorou a vida das pessoas – tem 100 milhões de mortes em sua consciência

Tantas variações de socialismo foram testadas em tantos países – na União Soviética, era diferente da versão na Iugoslávia; na Alemanha Oriental, era diferente da versão na Polônia; na China e Albânia, era diferente da versão na Romênia; e na Venezuela era diferente da versão na Coreia do Norte – mas em nenhum lugar o socialismo melhorou a vida das pessoas. Mais de 100 milhões de pessoas morreram como resultado de experimentos socialistas, sendo 45 milhões apenas na China entre 1958 e 1962, na maior experiência socialista da história humana, o “Grande Salto Adiante” de Mao.

Milei: “Nunca deve ser esquecido que o socialismo é sempre e em todos os lugares um fenômeno empobrecedor que falhou em todos os países onde foi experimentado. Foi um fracasso economicamente, socialmente, culturalmente e também assassinou mais de 100 milhões de seres humanos.”

Tese 4: O Ocidente está ameaçado pelo socialismo moderno

A tese mais importante é a quarta: O Ocidente está sob ameaça do socialismo. Milei aborda a objeção de que hoje, assim como no socialismo clássico, a questão não é a nacionalização dos meios de produção. Segundo sua perspicácia, isso não é mais necessário hoje. O livre mercado está cada vez mais sufocado pela intervenção governamental, regulamentação excessiva, tributação e políticas dos bancos centrais. Os meios de produção ou propriedades imobiliárias podem permanecer como propriedade privada no papel, mas é apenas o título legal formal de propriedade que permanece, pois o suposto proprietário perde cada vez mais o controle sobre seu ativo, já que o Estado diz a eles o que fazer (e o que não fazer) com ele.

Milei: “Infelizmente, o Ocidente já começou a seguir por esse caminho. Eu sei que para muitos pode parecer ridículo sugerir que o Ocidente aderiu ao socialismo, mas é ridículo apenas se você se limitar à definição econômica tradicional do socialismo, que diz que é um sistema econômico onde o Estado possui os meios de produção. Essa definição, em minha opinião, deveria ser atualizada à luz das circunstâncias atuais. Hoje, os Estados não precisam controlar diretamente os meios de produção para controlar todos os aspectos da vida das pessoas. Com ferramentas como emissão de dinheiro, dívida, subsídios, controle da taxa de juros, controle de preços e regulamentações para corrigir as chamadas falhas de mercado, eles podem controlar as vidas e destinos de milhões de indivíduos.”

Tese 5: Empreendedores devem começar a se defender

Milei termina com um apelo aos empreendedores, que muitas vezes se curvam oportunistamente ao zeitgeist e aos politicamente poderosos. Eles não devem mais se deixar intimidar pelos políticos; eles devem se orgulhar e começar a reagir. Uma de suas últimas frases é: o Estado não é a solução, o Estado é o problema. Eu gostaria de colocar desta forma: o capitalismo não é o problema, é a solução.

Milei: “Portanto, em conclusão, gostaria de deixar uma mensagem para todos os empresários aqui e para aqueles que não estão aqui pessoalmente, mas estão acompanhando de todo o mundo. Não se intimidem nem pela casta política nem por parasitas que vivem do Estado. Não se entreguem a uma classe política que só quer permanecer no poder e manter seus privilégios. Vocês são benfeitores sociais, vocês são heróis, vocês são os criadores do período mais extraordinário de prosperidade que já vimos. Não deixe que digam que sua ambição é imoral. Se você ganha dinheiro, é porque oferece um produto melhor a um preço melhor, contribuindo assim para o bem-estar geral. Não se entregue ao avanço do Estado. O Estado não é a solução. O Estado é o problema em si.”











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Ainda é possível uma educação de fato católica?

   Peter Kwasniewski 

    Todo o mundo diz que "a educação é a chave para o futuro, a solução para os nossos problemas, a única maneira de formar o destino da nação". Mas quem realmente entende o que é a educação? 

Para os burocratas do governo, muitas vezes é uma palavra da moda que significa: gastar muito dinheiro com profissionais que buscam interesses próprios, mesmo que muitas pesquisas demonstrem que os estudantes estão ficando cada vez mais imbecilizados, sem capacidade de raciocínio e conhecimento cultural — de fato, nem mesmo caligrafia legível, grafia correta ou gramática básica. Sem falar na imoralidade desenfreada que é promovida por "educadores" e legisladores, que evidentemente querem que a sociedade seja tomada por hordas de homens e mulheres escravos de suas paixões. 

Educação, do latim ex ducere, significa "liderar" [1] — então, a questão lógica é: liderar a partir de quê e para quê? Da ignorância, do erro e do pecado, ao conhecimento, à verdade e à santidade. A educação deve refletir a trajetória do povo de Israel, conduzido da escravidão, no Egito, à liberdade em Canaã. A verdadeira educação pressupõe a revelação cristã da situação decaída do ser humano e da sabedoria do alto que pode curá-lo e elevá-lo. 

A educação deve refletir a trajetória do povo de Israel, conduzido da escravidão, no Egito, à liberdade em Canaã. 

Este é, de fato, o significado mais básico do tempo do Advento, com o qual a Igreja Católica, em seus ritos ocidentais, começa cada novo ano litúrgico: recomeçamos repetidas vezes a partir do desejo de libertação da escravidão, que perdura há muitos séculos e é também o nosso desejo. Como afirma São Paulo: "Sabemos que toda a Criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia. Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo" (Rm 8, 22-23). 

É necessário admitir que entre os seres humanos não existe um mestre que esteja completamente livre de ignorância, erro e pecado, por mais inteligente ou bem-intencionado que seja. Entretanto, alguns pecados são qualitativamente piores que outros; alguns erros são mais densos e nocivos que outros; e alguns tipos de ignorância são muito mais terríveis que outras. Os professores não precisam ser perfeitos para serem instrumentos eficazes da Sabedoria Eterna e Encarnada, que está além de todos nós. Basta que estejam atrelados à verdade que nos liberta; que indiquem a beleza da santidade; e que demonstrem a aspiração constante por descobrir a realidade das coisas. Se assim for, bem-aventurados serão os seus alunos, que compreenderão o que significa viver plenamente em Cristo. 

Em 15 de dezembro de 2011, o Papa Bento XVI fez uma homilia, durante a oração das Vésperas com universitários de Roma, partindo da Carta de São Tiago (5, 7): "Tende, pois, paciência, meus irmãos, até a vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele aguarda o precioso fruto da terra e tem paciência até receber a chuva do outono e a da primavera" (5, 7). Aí ele falou da "atitude interior de nos prepararmos para ouvir e acolher novamente o anúncio do nascimento do Redentor na gruta de Belém, um mistério inefável de luz, amor e graça". Como professor, muitas vezes fico impressionado com quanta paciência, dedicação e atenção são necessárias, tanto por parte dos alunos quanto por parte das instituições de ensino, para se acolher a espantosa verdade de que a Palavra Eterna do Pai — a Sabedoria Divina em que e para quem todas as coisas existem — tornou-se homem, a fim de que possamos nos tornar como Deus, sendo "divinizados" através de sua graça. 

Entre os seres humanos não existe um mestre que esteja completamente livre de ignorância, erro e pecado. 

Esta é a verdade determinante para a nossa salvação, é a premissa fundamental do cristianismo. Cada Advento nos recorda a necessidade que temos do auxílio de outrem — não apenas de outras pessoas, mas, de forma mais precisa, de outra fonte que não seja a humanidade decaída ou qualquer elemento da ordem natural. Cada Natal nos lembra da bondade inefável de Deus para conosco, não porque merecemos, mas porque necessitamos. Essa é uma verdade que qualquer pessoa — até a mais simples, pobre ou iletrada — é capaz de a ouvir e acolher, nela crer e se alegrar. 

Infelizmente, também se trata de uma verdade que o mundo, a carne e o diabo odeiam ouvir e se esforçam incessantemente para suprimir com uma variedade de ferramentas: programas governamentais progressistas, doutrinação secularista compulsória, descrédito social, desprezo profissional, refutações sofísticas, alternativas ilusórias, ameaças violentas ou o velho silêncio. É por isso que, em todas as épocas, houve a necessidade e, sempre haverá, de que os católicos se formem como professores, pregadores, apologistas, escritores, testemunhas e líderes de referência. Porém, não haverá formação de católicos sem o mesmo tipo de trabalho árduo e persistência paciente que caracteriza o agricultor mencionado na Carta de São Tiago. 

Santo Agostinho, um dos maiores pregadores e mestres de todos os tempos, compreendeu muito claramente que, para alcançar um entendimento básico dos mistérios da Revelação divina, é preciso dedicar-se a todo um grupo de discípulos com constância, energia e concentração. O trabalho é gratificante e desgastante para a nossa natureza humana; geralmente não vemos o que está por vir, de onde viemos ou como teremos sucesso. Nesse sentido, o Papa Bento XVI afirmou aos estudantes universitários na homilia supramencionada: 

A exortação do Apóstolo à constância paciente, que no nosso tempo poderia deixar-nos um pouco perplexos, é na realidade o caminho para acolher profundamente a questão de Deus, o sentido que Ele tem na vida e na história, porque precisamente na paciência, na fidelidade e na constância da busca de Deus, da abertura a Deus, Ele revela a sua Face. Não temos necessidade de um deus genérico, indefinido, mas do Deus vivo e verdadeiro, que abra o horizonte do futuro do homem a uma perspectiva de esperança firme e segura, uma esperança rica de eternidade e que permita enfrentar com coragem o presente em todos os seus aspectos.  

Certamente é disso que a nossa época precisa: a revelação do rosto de Deus, para que possamos ter esperança. O mundo, tão amado por Deus e tão contrário a Ele, não conseguirá aquilo de que necessita sem homens e mulheres sedentos de Deus, que desejem ver sua face, e viver unidos a Ele, confiantes nas suas promessas  — e que, ao mesmo tempo, estejam capacitados para "responder em vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança" (1Pd 3, 15). 

As palavras do Papa emérito são fundamentais para prosseguirmos com o "cultivo" da vida intelectual, onde os resultados não são instantâneos e onde a tecnologia não pode substituir o caráter e a sabedoria: 

A paciência é a virtude daqueles que confiam nesta presença na história, que não se deixam vencer pela tentação de depositar toda a esperança no imediato, em perspectivas puramente horizontais, em programas tecnicamente perfeitos, mas distantes da realidade mais profunda, aquela que confere a dignidade mais excelsa à pessoa humana: a dimensão transcendente, ser criatura à imagem e semelhança de Deus, trazer no coração o desejo de se elevar a Ele. 

O objetivo da educação liberal não é formar seres perfeitos a partir da instrução de seres que já são perfeitos; mas iniciar uma vida de aprendizado com o único e verdadeiro Mestre, Jesus Cristo, libertando a mente e o coração dos escombros de uma civilização que está em colapso, porque é escrava de suas paixões. Os estudantes que recebem essa educação têm a oportunidade de encontrar uma liberdade espiritual mais preciosa do que todas as riquezas deste mundo. 

Hoje, são as escolas católicas mais novas e geralmente muito pequenas e independentes que oferecem a seus alunos um ambiente católico propício à oração e ao discernimento, um currículo relevante, com professores dedicados, a oportunidade de amizades honrosas e a inspiração para buscar as verdades perenes sobre Deus, o homem e o mundo, sem as quais perecemos na miséria de nossos confortos materiais e em nosso desespero existencial. 

Sem a Verdade, perecemos na miséria de nossos confortos materiais e em nosso desespero existencial. 

Quando Natanael, de forma cética, pergunta: "Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?" (Jo 1, 46), Filipe, ao responder, não inicia uma discussão, mas lhe faz um convite, e até um desafio: "Venha e veja". Sim, precisamos ir e ver o que essas escolas estão fazendo a crianças, adolescentes e jovens adultos, futuros cônjuges, padres e religiosos. Elas estão atendendo a um chamado que é semelhante ao do Advento: praticar um cultivo paciente, fiel e inabalável dos corações e das mentes, para o bem das almas e a glória de Deus. 












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Feminismo, o maior inimigo das mulheres

   Pe. Paulo Ricardo 


A tão sonhada "liberdade" feminina transformou-se numa prisão. Hoje, as mulheres se vêem presas a estereótipos ditados pela agenda feminista, cujo maior objetivo é destruir a essência da mulher, tornando-a "igual" ao homem, transformando seus úteros em lugares estéreis e silenciando o apelo natural que elas têm à maternidade.

A sociedade moderna está mergulhada no conceito de igualdade. Cada vez mais luta-se para equiparar o homem à mulher e vice-versa. Se a igualdade pretendida fosse em relação aos direitos civis, cuja necessidade é inegável, não seria, de fato, um problema. Porém, o que acontece é que esta sociedade moderna, eivada do relativismo cultural, quer é transformar a mulher no novo homem e o homem na nova mulher, invertendo e pervertendo os valores mais elementares.

Deus criou o homem e a mulher em igual dignidade, mas quis que houvesse uma diferença entre os dois sexos. Esta diferença em "ser homem" e "ser mulher" faz com que exista uma complementariedade entre eles. Foram criados por Deus para formarem um conjunto, não um se sobrepondo ao outro, mas em perfeita sintonia um com outro. Lutar contra esse projeto, fazendo com que a mulher tente, por todos os meios, ocupar o lugar do homem é lutar diretamente contra o projeto de Deus, contra a natureza humana.

A liberação sexual promovida pelos métodos anticoncepcionais, longe de trazer a sensação de igualdade entre o homem e mulher, transformou a mulher numa máquina de prazer, pois agora ela sabe que pode ter uma vida sexual ativa sem a consequente gravidez. Não precisa ter compromisso com o parceiro, não precisa sentir-se segura ou amada. Ledo engano. O que se vê são cada vez mais mulheres frustradas, depressivas, olhando para trás e percebendo que estão vazias, correndo contra o tempo para manterem-se jovens, pois nada mais têm a oferecer que não o invólucro.

A liberdade da mulher, na verdade, transformou-se numa prisão. Hoje, elas se vêem presas a estereótipos ditados pela agenda feminista, cujo maior objetivo é destruir a essência da mulher, igualando-a ao homem. Transformando seus úteros em lugares estéreis e varrendo para debaixo do tapete o instinto natural da espécie: a maternidade.

Portanto, urge que cada mulher, criada à semelhança de Deus, recupere o seu lugar na Criação. Que a mulher seja mulher em toda sua plenitude!











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