Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Padre Kelmon da invertida épica em Luciano Huck;

 VEJA Terra Brasil Notícias


Luciano Huck debochou da participação do candidato Padre Kelmon (PTB) no debate presidencial, realizado pela TV Globo nesta quinta-feira (29), mas não sem levar uma resposta. O apresentador compartilhou um tuíte do jornalista Guga Chacra exaltando que a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) chamou o candidato do PTB de “padre de festa junina”.

– Perfeito! – escreveu Chacra.

– Ela mandou essa. Mandou bem. Rs – interagiu Huck.

Padre Kelmom, por sua vez, lembrou o polêmica compra de um jatinho feita pelo apresentador global, com financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

– Mas nunca peguei grana do BNDES pra comprar jatinho. Você vota no ladrão pra comprar outro avião? – escreveu.












publicadaemhttps://terrabrasilnoticias.com/2022/09/web-padre-kelmon-da-invertida-epica-em-luciano-huck-veja/

Comandante do Exército emite nota de repúdio a reportagem do Estadão e trata como fake news a matéria

  Terra Brasil Notícias 


Sobre a matéria veiculada pelo jornalista Felipe Frazão, na data de hoje, e publicada no sítio eletrônico do jornal o Estado de São Paulo, intitulada – Alto-Comando do Exército diz que “quem ganhar leva” a Presidência e se afasta da auditoria de votos, o Comando do Exército manifesta total repúdio ao seu conteúdo.
Na reunião do Alto-Comando do Exército (ACE), ocorrida entre 1º e 5 de agosto, não foram tratados assuntos de natureza político-partidária, tampouco houve qualquer manifestação de oficial do ACE nesse sentido

Os dados apresentados na matéria são inverídicos e tendenciosos.

É lamentável que um veículo de expressão nacional promova desinformação que só contribui para a instabilidade do País. Dessa forma, as medidas judiciais cabíveis estão sendo estudadas.

O Exército Brasileiro é uma instituição nacional, cônscio de suas missões constitucionais e democráticas, tendo na hierarquia e na disciplina seus pilares inabaláveis.










publicadaemhttps://terrabrasilnoticias.com/2022/09/extra-tbn-comandante-do-exercito-emite-nota-de-repudio-a-reportagem-do-estadao-e-trata-como-fake-news-a-materia/



Lula debocha dos brasileiros ao dizer que ‘moralizou’ a Petrobras

 Ex-presidiário afirma, em debate na GloboLixo, que a estatal obteve ganhos no governo petista

Revista Oeste


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na madrugada desta sexta-feira, 30, durante debate presidencial na TV Globo, que “moralizou” a Petrobras. A declaração foi uma resposta à candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, que perguntou ao petista se, em eventual novo governo, o Partido dos Trabalhadores privatizaria estatais deficitárias.

“Moralizamos muitas coisas neste país, sobretudo a Petrobras”, afirmou o petista, ao responder à pergunta de Simone. “Capitalizamos a Petrobras em US$ 70 bilhões. A Petrobras não achou o pré-sal por sorte, não. Houve investimento em pesquisa. O que resultou foi emprego, educação.”

Durante os governos petistas, liderados por Lula e Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato descobriu um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, conhecido como “Petrolão”. O esquema envolvia cobrança de propina de empreiteiras, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e superfaturamentos de obras contratadas para abastecer os cofres de partidos, funcionários da estatal e políticos. Esse escândalo tornou-se alvo de investigações da Polícia Federal.

ÚLTIMO ENCONTRO

O terceiro debate entre os candidatos à Presidência da República está sendo realizado nesta quinta-feira, na TV Globo. O evento teve início às 22h30, no horário de Brasília, e conta com a mediação de William Bonner.

Esse é o último encontro dos candidatos antes da eleição. O primeiro turno está marcado para 2 de outubro. Se houver segundo turno, será realizado em 30 de outubro.

Participam do debate Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Luiz Felipe d’Avila (Novo), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB). Eles pertencem a partidos que têm, no mínimo, cinco deputados federais na Câmara.











publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2022/09/lula-debocha-dos-brasileiros-ao-dizer.html

'Um líder sem povo',

 por Augusto Nunes


Os eleitores de Lula atravessaram a campanha acampados nas pesquisas


Nos dez últimos dias da campanha, as multidões de eleitores de Lula que transbordam das pesquisas de intenção de voto não deram as caras nas ruas. Enquanto partidários de Jair Bolsonaro ocupavam tais espaços, para saudarem a passagem do candidato à reeleição, o favorito das lojinhas de porcentagem gastava a voz crescentemente rouca em entrevistas a emissoras de TV, reuniões com aliados ou empresários, uma aparição na quadra da Portela e duas discurseiras para plateias amestradas. O bisonho desempenho do ex-presidente confirma que, no fim das contas, faz sentido deixá-lo mais tempo em casa do que em público.


Em 22 de setembro, por exemplo, incorporou mais vogais e consoantes ao abarrotado baú de declarações desastradas. Irritado com a evocação de uma crítica feita pelo maior adversário, qualificou-a de “uma estupidez de alguém que é um pouco ignorante, é o que ele é, mesmo, um pouco ignorante”. Poderia ter parado por aí, mas o Lula modelo 2022 sempre vai em frente. “É aquele jeitão bruto dele, de capiau lá do interior de São Paulo, aquele capiau de Registro, bem duro assim, bem ignorante”. (Acertou a região, errou a cidade: Bolsonaro nasceu no Vale do Ribeira, mas em Eldorado.) Engatou a terceira marcha e completou o insulto a milhões de paulistas do interior.

“Tem gente que acha que ser ignorante é bonito, e não é”, ensinou o setentão que vive espancando o idioma português e as boas maneiras. “O que é bonito é você ser educado, ser um cara refinado como eu”, gabou-se. Dois dias depois, com medo de reprisar o fiasco na Band, escapuliu do debate no SBT para protagonizar em São Luís do Maranhão a colisão frontal entre o Lula real e o refinado imaginário. Zanzando no palco, o orador que vive lastimando a ausência de coisas que poderia ter materializado nos seus oito anos de governo ressuscitou um exotismo inverossímil: a varanda de 2 metros quadrados que tanta falta faz às moradias populares financiadas pela Caixa Econômica Federal.

“Todo mundo sabe como sou e como ajo no governo”, recitou sempre que alguém lhe cobrava a plataforma mantida em segredo

Na capital maranhense, Lula pareceu definitivamente convencido de que nenhum vivente destes trêfegos trópicos será feliz sem esse espaço tão diminuto quanto indispensável. “Eu até falei pro cara da Caixa: vamos fazer a sacadinha do pum!”, declamou o orador no clímax do falatório que agitaria a internet nos dias seguintes. “O sujeito não está bem da barriga, ele não tem que ficar incomodando a mulher dele, vai pra varandinha fazer as suas coisas”, detalhou. Logo atrás, sua mulher, Janja, desmanchou-se no sorriso de aprovação, imediatamente reproduzido por um bando também risonho. Refinamento é isso aí.

Nada disso ameaçou a liderança do ex-presidiário no Datafolha, no Ibope que mudou de nome e em outros institutos engajados na luta para devolver o poder ao grupo que fez do governo federal uma gazua de dimensões siderais. Nada disso pareceu inquietar jornalistas que passam o dia jurando que Lula vencerá no primeiro turno, mas atravessam a noite rezando pelo sucesso do golpe do “voto útil”, que garantiria a presença do chefe no segundo turno. Quem vê as coisas como as coisas são enxerga com nitidez um populista que, a poucas horas dos 77 anos, está claramente fora de forma. O tom de voz sempre feroz está em descompasso com o conteúdo do discurso — tão pouco profundo que, na imagem de Nelson Rodrigues, uma formiga pode atravessá-lo com água pelas canelas. É difícil imaginar o Lula dos velhos tempos perdendo a calma com o Padre Kelmon durante o debate na Globo, um dos momentos mais bisonhos registrados desde o primeiro bate-boca entre homens das cavernas.

Lula atravessou a campanha combatendo em duas frentes. Numa, tentou inutilmente reescrever o passado, que inclui a temporada na cadeia imposta por nove juízes de três instâncias ao criminoso enredado em casos de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os dois debates aos quais compareceu demonstraram o malogro dos truques concebidos para transformar bandido em xerife e mocinho em vilão, terceirizar a roubalheira e reiterar que, no faroeste à brasileira, é o vilão quem vence no fim. Acuado pelas descobertas da Operação Lava Jato, desprovido de álibis suficientemente criativos para resgatá-lo dos becos sem saída, Lula viu rasgada a fantasia que o tornava portador da alma viva mais pura do Brasil, talvez do mundo. Na segunda frente, aberta para que o candidato chegasse ao duelo de 2 de outubro sem apresentar um programa de governo, a seita que tem num caso de polícia seu único deus foi bem-sucedida.

A rigor, Lula só está comprometido com a exumação do Bolsa Família e a implantação da sacadinha do pum — projeto anunciado na metade de 2010, seu último ano no Palácio do Planalto, e reiterado em dezembro de 2021. “Todo mundo sabe como sou e como ajo no governo”, recitou sempre que alguém lhe cobrava a plataforma mantida em segredo. “O programa sou eu”, poderia ter simplificado. Seja qual for a formulação, eis aí uma informação perturbadora. Em 2003, ele vestiu a faixa presidencial num Brasil libertado do dragão inflacionário e num mundo que seria contemplado com dez anos de bonança na economia. O país e o planeta mudaram. Se Lula continua o mesmo, e pretende agir como agiu, ao eventual regresso ao Planalto se seguiriam crises de proporções sísmicas, como as desencadeadas pelos escândalos do Mensalão e do Petrolão.

A falta de multidões lulistas a fotografar induziu a imprensa camarada a festejar com pompas e fitas a adesão de políticos sem público e artistas sem voto. Colunistas de segundos cadernos têm louvado a bravura da cantora Maria Gadu, no momento em guerra para receber integralmente o cachê reduzido pelo contratante ao saber que a contratada afirmara no palco, aos berros, que Lula é a solução para os problemas do Brasil. Aos olhos de um analista da Folha de S.Paulo, por exemplo, o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin demonstrou seu poder de persuasão ao incorporar à tribo lulista o ex-deputado federal Fábio Feldmann e três ex-prefeitos paulistas desgarrados do PSDB. Além de Alckmin, renderam-se ao pajé do PT alguns parteiros do Plano Real, que o PT amaldiçoou, Celso de Mello, o ministro do Supremo Tribunal Federal que viu no Mensalão a prova definitiva de que o bando lulista se orientava por um “projeto criminoso de poder”, e o também ex-juiz do STF Joaquim Barbosa, relator do caso. Os dois juízes aposentados talvez tenham encontrado evidências robustas de que o bordel dedetizado em 2012 se tenha transformado no templo das últimas vestais.

O alistamento de ministros enfiados em pijamas pode inflamar o ânimo combatente dos ativistas de toga aquartelados no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral, esse agora onipresente puxadinho do Pretório Excelso. Também por isso Lula pôde dispensar-se de comícios, exonerar outros instrumentos de caça ao voto e reduzir-se a candidato sem programa. Com um antigo campeão de votos emudecido em casa, lutam por ele institutos de pesquisa, meios de comunicação que agonizam urrando e o alto comando da Justiça Eleitoral. Alexandre de Moraes, presidente do TSE e governador geral do inquérito do fim do mundo, escalou Benedito Gonçalves, ministro do Superior Tribunal de Justiça em missão na Justiça Eleitoral, para o papel de capitão do mato concentrado na perseguição de um inimigo comum. Em dias de festa, Lula afaga Benedito com tapinhas na face. Benedito retribui as carícias do padrinho hostilizando Bolsonaro em dias de festa, dias úteis, sábados, domingos e feriados.

Os sucessivos surtos de arrogância e insolência protagonizados pela dupla erguem um monumento ao abuso por dia. O presidente da República está proibido, por exemplo, de fazer gravações para o horário eleitoral no Palácio da Alvorada. Se o presidente é Jair Bolsonaro, ocupar uma sala do lugar onde mora é uso indevido de patrimônio público. Imagens da visita a Londres para o funeral de Elizabeth II? De jeito nenhum: mais respeito com a falecida. Fotos de Bolsonaro discursando na sessão de abertura da Assembleia Geral da ONU? Nem pensar: no exterior, o chefe de Estado deve esquecer que a eleição vem aí. A última do Alexandre é coisa de delinquente: ao ordenar aos delegados e agentes da Polícia Federal transformados em guarda particular que grampeassem o telefone do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, o ministro do STF estuprou a privacidade do chefe do Executivo, que usa frequentemente o mesmo celular.

Solto por uma obscena chicana do ministro Edson Fachin, absolvido pelo capinha William Bonner com o aval de Gilmar Mendes, Lula sonha sem vigilância com a censura à imprensa, o restabelecimento da política externa da canalhice e a imediata retomada da parceria promíscua com a Venezuela, a Nicarágua, a Bolívia, Cuba e ditaduras africanas de estimação, a volta das mesadas que engordam o MST, a reestatização dos cofres de estatais hoje em mãos da iniciativa privada, a ladroagem institucionalizada, a derrota política, econômica e moral do Brasil que pensa e presta. O problema é que ainda não foi revogado o artigo 1° da Constituição, e ali fica claro de onde emana todo o poder. As multidões atraídas por Bolsonaro, que apresentou seu plano de governo, podem ser vistas a olho nu e são tangíveis. A campanha eleitoral atestou que Lula esconde o passado, tenta ocultar o futuro e virou um líder sem povo.

Revista Oeste










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'Se eu posso sonhar',

 por Ana Paula Henkel


Estamos diante de situações e escolhas políticas que podem preservar ou enterrar a luta e o legado que nos deixaram para que continuássemos figthing the good fight


Durante alguns anos na década de 1960, muitos críticos e até fãs pensaram que a carreira musical de Elvis Presley estava decaindo, pois, depois de anos de absoluto sucesso com seu vasto repertório e shows, suas músicas se tornaram principalmente gravações de trilhas sonoras para os filmes em que ele aparecia. No entanto, a criação da música “If I Can Dream” marcou o renascimento de sua carreira depois da espetacular e tocante performance do ícone do rock para o especial de Natal da NBC de 1968.

A América estava no meio de um caos político-social em 1968. O movimento dos Direitos Civis tomava conta das ruas e a cultura norte-americana mudava a passos largos. Naquele ano, e dentro de um curto espaço de tempo, dois líderes de movimentos políticos e sociais foram assassinados. Martin Luther King Jr foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis, cidade natal de Elvis; e Robert Kennedy, senador dos EUA que apoiava fortemente os direitos humanos e a (real) justiça social, foi morto dois meses depois, em 6 de junho.

Com apenas 39 anos na época, King havia, nos oito anos que antecederam sua trágica morte, transformado o movimento americano pelos direitos civis. Ele havia ser tornado um símbolo nacional que inspirou pessoas de todo o espectro social a transformarem injustiças econômicas e raciais por todo o país. Como ativista social, o grande momento de King aconteceu em agosto de 1963, quando ajudou a organizar a Marcha em Washington, quando mais de 250 mil pessoas se reuniram em frente ao Lincoln Memorial para protestar contra a segregação racial, e King fez seu famoso discurso “I Have a Dream”.

Nos meses que se seguiram ao histórico discurso, membros mais jovens e militantes do movimento pelos direitos civis ficaram cada vez mais frustrados com a cautela de King e seu compromisso com a resistência não violenta, mas King continuou firme acreditando em sua caminhada pacífica para atingir o que acreditava. Após seu assassinato, milhões de pessoas prestaram homenagem à sua coragem, à sua eloquência e à sua determinação. Elvis Presley foi uma dessas pessoas. Presley era apenas seis anos mais novo que King, e ambos nasceram e cresceram no extremo sul dos Estados Unidos, King na Geórgia e Elvis no Mississippi, onde foram cercados por racismo e leis segregacionistas.

Presley não pôde comparecer pessoalmente ao funeral de Dr. King, como era chamado, por estar envolvido nas filmagens de “Live a Little, Love a Little”, um de seus muitos filmes. Mas, de acordo com sua coestrela Celeste Yarnall, ela e Elvis assistiram ao funeral de Martin Luther King Jr. em seu trailer, e Yarnall contou mais tarde que Elvis chorou copiosamente. Algumas semanas depois, Elvis começou a trabalhar no programa de TV de uma hora, amplamente conhecido hoje como o famoso ’68 Comeback Special. Filmado em junho de 1968 e exibido em dezembro, o show foi originalmente programado para terminar com Elvis cantando “I’ll Be Home for Christmas”, um clássico natalino norte-americano. O plano de finalizar com essa canção foi, entusiasticamente, endossado por seu empresário, o coronel Tom Parker.

Depois de ver as notícias sobre a morte de Kennedy na TV, Elvis passou uma noite inteira com o diretor do especial de Natal, Steve Binder, e seus amigos, falando sobre as mortes e os desejos de Elvis para o mundo. A conversa foi sincera e honesta sobre os caminhos políticos que afetavam — de fato — a sociedade norte-americana, algo bem diferente da prostituição artística disfarçada de mensagens políticas dos dias de hoje. Binder percebeu que Elvis estava profundamente tocado com as tragédias e que tinha em seu coração uma mensagem importante, algo profundo, para dizer ao país. O problema para entregar o sentimento de Elvis pairava no fato de que estavam gravando um especial de Natal, um show que deveria falar de bons sentimentos, de paz e harmonia; não de política e tragédias.

Mas Binder estava impressionado com a conversa com Elvis e a maneira como Elvis externou sua indignação e sua tristeza com os eventos. Ele decidiu então ir até o diretor musical do programa, Billy Goldenberg, e o compositor Earl Brown e contar sobre a conversa de horas com Elvis e como ele estava abalado não apenas com as mortes de King e Kennedy, mas com o desenho do cenário de violência que a sociedade norte-americana testemunhava. Binder pediu que Goldenberg escrevesse uma música para substituir “I’ll Be Home for Christmas” como o grand finale de Elvis do especial de Natal do canal NBC — que acabou marcando a sólida volta do Rei do Rock aos palcos e aos holofotes. Binder queria uma música poderosa e significativa que encerrasse o especial de TV. Sabendo do apreço e do carinho de Presley por Martin Luther King Jr. e de sua profunda tristeza pelo recente assassinato do ativista negro em Memphis, Goldberg e Brown escreveram “If I Can Dream” com Presley em mente, uma canção inspirada pela dor explícita de Elvis e pelo histórico discurso de 1963 de Martin Luther Dr. King “I Have a Dream”.

Martin Luther King Jr. dirige-se a uma multidão, nos degraus do Lincoln Memorial, onde fez seu famoso discurso “I Have a Dream”, durante a marcha de 28 de agosto de 1963, em Washington, D.C. | Foto: Wikimedia Commons

Quando Tom Parker ouviu a música como demonstrada por Earl Brown, ele disse enfaticamente que aquela canção não era “o tipo de música de Elvis”. No entanto, à luz do assassinato de King e em seguida Kennedy, Elvis se recusou a finalizar o especial com “apenas mais uma canção de Natal”. Ele queria concluir o ano com uma música que refletisse sua profunda tristeza pela disputa racial e política que dividia o país, mas trazer algo do legado de King. Depois que Presley ouviu a demo da música, ele desafiou seu empresário e disse que ia gravar a música de qualquer maneira. Então, em 23 de junho de 1968, Elvis gravou “If I Can Dream”. O rei do rock cantou de maneira tão poderosa que alguns membros da banda — impressionados com a entrega de Elvis — tiveram de fazer várias regravações de arranjos para tentar acompanhar a espetacular entrega do ícone.

Foi depois que a banda e os cantores de apoio foram mandados para casa que Elvis fez uma performance ainda mais surpreendente ao regravar seus vocais. Elvis apagou as luzes e se entregou à música. Em alguns takes, ele caiu de joelhos no chão, entregando-se completamente aos sentimentos. Depois dessas tomadas, Elvis foi para a sala de edição, assistiu às tomadas repetidas vezes e escolheu sua versão. Ele ficou tão emocionado com a música e sua experiência que disse a Binder: “Nunca mais vou cantar outra música na qual não acredite. Nunca mais vou fazer outro filme em que não acredite”. Brown disse a ele que viu lágrimas escorrendo pelo rosto de três cantores de apoio e que um dos cantores lhe disse: “Elvis nunca cantou com essa emoção antes. Ele quis dizer cada palavra”.

If I Can Dream – Se Eu Posso Sonhar

 

There must be lights burning brighter somewhere

Deve haver luzes reluzindo mais brilhantes em algum lugar

Got to be birds flying higher in a sky more blue

Deve haver pássaros voando mais alto em um céu mais azul

If I can dream of a better land

Se eu posso sonhar com uma terra melhor

Where all my brothers walk hand in hand

Onde todos os meus irmãos andam de mãos dadas

Tell me why, oh why, oh why can’t my dream come true?

Diga-me por que, oh por que, oh por que meu sonho não pode se tornar realidade?

There must be peace and understanding sometime

Deve haver paz e compreensão em algum momento

Strong winds of promise that will blow away

Fortes ventos de promessa que vão soprar

All the doubt and fear

Toda a dúvida e medo

If I can dream of a warmer sun

Se eu posso sonhar com um sol mais caloroso

Where hope keeps shining on everyone

Onde a esperança continua brilhando em todos

Tell me why, oh why, oh why won’t that sun appear?

Diga-me por que, oh por que, oh por que esse sol não aparece?

We’re lost in a cloud

Estamos perdidos em uma nuvem

With too much rain

Com muita chuva

We’re trapped in a world

Estamos presos em um mundo

That’s troubled with pain

Que está incomodado com a dor

But as long as a man

Mas enquanto um homem

Has the strength to dream

Tem força para sonhar

He can redeem his soul and fly

Ele pode redimir sua alma e voar

Deep in my heart there’s a trembling question

No fundo do meu coração há uma pergunta trêmula

Still I am sure that the answer gonna come somehow

Ainda tenho certeza de que a resposta virá de alguma forma

Out there in the dark, there’s a beckoning candle

Lá fora, no escuro, há uma vela brilhando

And while I can think, while I can talk

E enquanto eu posso pensar, enquanto eu posso falar

While I can stand, while I can walk

Enquanto eu posso ficar de pé, enquanto eu posso andar

While I can dream, please let my dream

Enquanto eu posso sonhar, por favor, deixe que meu sonho

Come true, right now

Torne-se realidade, agora

Let it come true right now

Deixe isso se tornar realidade agora

A semelhança da canção com a fala de Martin Luther King está tanto na forma quanto no conteúdo do texto e, para a edição de hoje, dois dias antes de uma eleição histórica para o Brasil e para o nosso futuro, eu não poderia deixar de trazer um sopro de esperança: o sentido da música consiste justamente no desejo de um mundo melhor, um mundo onde se possa viver em paz e harmonia, onde a dor possa ser transformada em serenidade. Um mundo ideal que pode ser alcançado pela força de cada homem que se recusar em abandonar o desejo de caminhos melhores, e que não desistirá desta difícil empreitada.

É claro que as situações históricas são diferentes. E, sinceramente, não temos sequer o direito de comparar o que homens do passado fizeram, como aqueles que entregaram suas vidas em guerras por nossa liberdade, ou o Dr. King, que lutou bravamente por um mundo mais justo — onde as pessoas devem ser julgadas pelo seu caráter, e não pela cor da sua pele. Nossas ações não chegam perto do que esses homens passaram; mas estamos aqui, diante de situações e escolhas políticas que podem preservar ou enterrar a luta e o legado que eles nos deixaram para que continuássemos figthing the good fight.

Confrontado em 1963 com intolerância, violência armada e brutalidade policial, Martin Luther King estava convencido em seu discurso de que “de alguma forma essa situação pode e será mudada” e que “meus quatro filhos pequenos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”. Elvis canta implorando por essa confiança e afirma que tem “certeza de que as respostas virão de alguma forma”.

King em seu discurso não negou “as dificuldades de hoje e de amanhã”, mas teve a coragem de imaginar um mundo melhor apesar delas, e já havia explicitado as mudanças culturais, legais e morais que precisavam ocorrer para que pudéssemos criar esse mundo. Em resposta, Elvis canta a mais urgente de todas as perguntas. Se o exemplo de King nos permite “sonhar com uma terra melhor”, e se nós e milhões de outras pessoas acreditam nesse mesmo sonho, “por que, por que, por que meu sonho não pode se tornar realidade?”.

Martin Luther King Jr. nos incentivou a sonhar. Após seu assassinato, Elvis canta que ainda possamos sonhar. Que levemos as palavras de Martin Luther King Jr para nossas reflexões e decisões neste fim de semana. Há dezenas e dezenas de frases espetaculares de King incrustadas em seus históricos discursos: “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que me preocupa não é o grito dos maus. O que me preocupa é o silêncio dos bons”.

A letra de Brown é uma reação apaixonada à devastadora notícia da morte de King, mas é o que Elvis faz com essa letra que transforma “If I Can Dream” no que é: um dos tributos mais comoventes já pagos à bravura de homens e mulheres que ousaram desafiar as foças do mal e trabalhar por um mundo para melhor. E esses homens e mulheres não precisam estar diante de multidões para fazer toda a diferença. Se eles puderam sonhar, nós também podemos.


Revista Oeste





















publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2022/09/se-eu-posso-sonhar-por-ana-paula-henkel.html

'Pequenos partidos, grandes negócios',

 por Artur Piva


Até mesmo as legendas sem um único representante no Congresso recebem uma cota do Fundo Eleitoral. Nesta eleição, foram distribuídos quase R$ 5 bilhões


Nas eleições brasileiras, a disputa não ocorre somente pelas vagas nos Poderes Executivo e Legislativo. Na mira dos políticos — sobretudo daqueles que estão nas cúpulas partidárias — também há o embate por verbas arrancadas do bolso dos pagadores de impostos para sustentar os 32 partidos que existem hoje no Brasil.

Entre as fontes de financiamento público, a mais vultosa é o Fundo Eleitoral — criado em 2018 exclusivamente para bancar as milionárias campanhas políticas. Naquele ano, o valor disponibilizado aos partidos foi de R$ 1,7 bilhão. Em 2020, passou para R$ 2 bilhões. Neste ano, a bolada saltou para R$ 4,9 bilhões. Para efeito de comparação, com o montante seria possível distribuir mais de 6 milhões de cestas básicas na cidade de São Paulo, onde os itens têm o valor mais caro para uma capital no país. Se fosse usada para custear gás de cozinha, a quantia compraria quase 45 milhões de botijões, considerando o valor médio nacional registrado pela Petrobras (R$ 113).

Sem nunca ter chegado nem perto de vencer a disputa presidencial, José Maria Eymael, filiado ao Democracia Cristã (DC), decidiu concorrer ao cargo pela sexta vez neste ano. Às vésperas do primeiro turno, suas chances de morar no Palácio do Planalto são do tamanho da quantidade de parlamentares que o DC tem no Congresso: zero. Ainda assim, compensa entrar no páreo.

Em entrevista ao programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, Eymael confessou que está na disputa não tanto pela vitória, mas para “fortalecer o partido”. A imagem do político, sempre acompanhada do jingle “Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão”, consegue garantir alguns eleitores a mais aos escassos votos dados aos candidatos da legenda.

Pelo fato de o DC ter elegido um parlamentar em 2018 — que abandonou o partido depois de eleito —, Eymael garantiu R$ 1 milhão do Fundo Eleitoral para gastar na corrida ao Planalto. Quase R$ 120 mil do montante foram empenhados na locação de veículos — incluindo serviço de motorista.

A divisão da bolada

Só por ter registro na Justiça Eleitoral, os partidos já recebem uma verba de pelo menos R$ 3,1 milhões. Desse modo, cerca de R$ 100 milhões foram distribuídos logo de cara às 32 legendas existentes, independentemente da expressividade política. PCO, PMB, PRTB, PSTU e UP, que não elegeram sequer um parlamentar em 2018, ganharam juntos em 2022 R$ 15 milhões.

Caso a legenda consiga fazer pelo menos uma cadeira no Congresso (caso do DC), a grana dá um salto. A Rede, por exemplo, faturou pouco mais de R$ 20 milhões depois de ter elegido um único deputado federal em 2018 e contar com votos válidos de outros candidatos que não se saíram bem na disputa. Pelas cinco cadeiras conquistadas no Senado, foram cerca de R$ 45 milhões. No total, incluindo outros critérios de distribuição, a Rede ficou com quase R$ 70 milhões do Fundo Eleitoral.

Já o partido de Eymael levou quase R$ 15 milhões pelos votos para a Câmara dos Deputados recebidos na eleição passada. Luiz Antônio, do Rio de Janeiro, único deputado federal eleito em 2018, hoje está no PP.

Grandes partidos, negócios ainda maiores

As bancadas partidárias com maior expressão recebem as fatias bem mais volumosas do Fundo Eleitoral. O União Brasil, que surgiu da fusão do DEM com o PSL, ficou com a maior cota: R$ 760 milhões. O montante veio graças à eleição de 85 deputados e dez senadores, grande parte deles puxada pela popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que estava no PSL na disputa passada.

Luciano Bivar, um dos políticos no comando da nova legenda, foi responsável por “emprestar” o PSL para o presidente concorrer em 2018. Filiado a ele, Bolsonaro fez uma campanha denunciando os crimes cometidos nos governos petistas.

Agora, o novo partido de Bivar encampa a campanha da senadora Soraya Thronicke à Presidência. Na eleição passada, ela se declarava a “candidata de Bolsonaro para o Senado em Mato Grosso do Sul”. Hoje, com R$ 30 milhões bancados pelos pagadores de impostos, ela faz oposição ao presidente.

Quase R$ 90 milhões foram reservados pelo PT para serem gastos no primeiro turno da corrida ao Planalto

O União Brasil também tem entre seus quadros Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, que rompeu com Bolsonaro e, quando juiz, sentenciou Lula à prisão. Antes de migrar para a legenda, o ex-magistrado foi pré-candidato à Presidência pelo Podemos, que tem uma verba de R$ 210 milhões.

Moro agora concorre a uma vaga ao Senado pelo Paraná, numa campanha que recebeu R$ 2,2 milhões, apenas do Fundo Eleitoral. Contudo, a soma total dos recursos do pagador de impostos para a corrida ao Senado chega a R$ 4 milhões — a quantia restante vem do Fundo Partidário, uma bolada anual que já passou de R$ 600 milhões de janeiro a agosto de 2022, distribuídos para 24 partidos. Para ter direito a este segundo fundo, é preciso eleger pelo menos um parlamentar. Em 2021, o montante ficou próximo de R$ 940 milhões.

Uniões de interesses

Num casamento impensável quatro anos atrás, Lula agora “tenta voltar à cena do crime” ao lado de Geraldo Alckmin. Para participar das eleições de 2022, o ex-tucano migrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e aceitou a vaga de vice na chapa encabeçada pelo petista. A dupla conta com o apoio de Rede, Psol, PCdoB, Agir, Avante, Pros e PV. O acerto entre os nove partidos reuniu R$ 1,25 bilhão do Fundo Eleitoral para serem gastos na disputa deste ano. Do total, quase R$ 90 milhões foram reservados para o primeiro turno da corrida ao Planalto.

Até o momento, a quantia bancou despesas como os quase R$ 26 milhões destinados à M4 Comunicação e Propaganda, uma empresa criada há quatro meses. Entre os sócios da companhia, Sidônio Pereira, marqueteiro que prestou serviços para o PT no passado e que, de acordo com o R7, chegou a ser denunciado pelo Ministério Público da Bahia por improbidade administrativa durante uma prestação de serviços à Câmara Municipal da capital, Salvador.

Na lista de despesas do petista também constam gastos de R$ 2,4 milhões com advogados. A quantia é dividida em partes iguais entre os escritórios de Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff (PT), e Zanin Martins, que atua na defesa de Lula nos processos da Operação Lava Jato.

O PSDB, agora sem Geraldo Alckmin, tem R$ 320 milhões. Um pouco menos que os R$ 340 milhões do PSD — partido liderado por Gilberto Kassab, mentor de alianças passadas tanto com os tucanos quanto com os petistas. Ciro Gomes (PDT), que também buscou o apoio de Kassab, é candidato à Presidência pela quarta vez neste ano. A sigla tem R$ 250 milhões do Fundo Eleitoral, sendo quase R$ 35 milhões para a disputa ao Planalto.

Desse dinheiro, R$ 8 milhões vão para os honorários de João Santana. Marqueteiro da atual candidatura de Ciro, Santana esteve à frente de campanhas encabeçadas pelo PT e acabou condenado na Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Na imagem à esquerda: Ciro Gomes, João Santana e Carlos Lupi, presidente do PDT. À direita, estão João Santana (no destaque), Lula e Dilma, em 2014 | Fotos: Reprodução/Ricardo Stuckert/Instituto Lula


Para o MDB, que no passado já abrigou Ciro e Alckmin, foram destinados R$ 360 milhões. Nesta eleição, o partido lançou a senadora Simone Tebet à Presidência. Somando os fundos Eleitoral e Partidário, são R$ 36 milhões para a campanha. Atual partido de Jair Bolsonaro, o PL tem R$ 270 milhões do Fundo Eleitoral para gastar neste ano.

Nas eleições de 2022, cerca de 1.630 cargos estão em disputa. A conta inclui da Presidência da República às assembléias legislativas, passando pela Câmara dos Deputados, pelo Senado e pelos governos estaduais. Se os R$ 4,9 bilhões do Fundo Eleitoral forem divididos igualmente entre essas vagas, cada candidato eleito terá custado R$ 3 milhões aos pagadores de impostos. A quantia é infinitamente superior ao que a maioria dos brasileiros jamais receberá em uma vida de trabalho.


Revista Oeste



















publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2022/09/pequenos-partidos-grandes-negocios-por.html

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