Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

-

CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

sexta-feira, 31 de março de 2023

'Sherloques de picadeiro',

 por Augusto Nunes


Todo detetive de agência de checagem quer ser, quando crescer, mais um Jornalista Investigativo que nada apura


Na tarde deste 29 de março, um recado por e-mail desembarcou na redação da Revista Oeste. A primeira linha tem uma palavra só: Prezados. Assim mesmo: Prezados, no plural e sem o acompanhante obrigatório. O plural sugere que o texto foi endereçado a mais de um vivente, mas a ausência de nomes impossibilita a identificação dos destinatários. Também o remetente refugiou-se no anonimato. Depois de um entediado “Att” na penúltima linha, aparecem três palavras — Equipe Aos Fatos — e o logotipo dessa obscenidade parida pelos discípulos de Lula: a agência de checagem.

O palavrório se divide em três parágrafos, reproduzidos abaixo em negrito, com apartes do colunista entre uma e outra sopa de letras.

“Estamos fazendo um especial investigativo que reuniu mais de 690 conteúdos desinformativos ou golpistas virais que circularam desde o segundo turno das eleições e até a invasão dos prédios dos Três Poderes no dia 08/01. Entre os conteúdos estão trechos de vídeos da Revista Oeste em que seus comentaristas disseminam desinformação ou defendem pautas golpistas.”

Vamos lá. O que é um “especial investigativo” Um trabalho escolar? Uma composição à vista de uma gravura? Um teste eliminatório para o ingresso num curso de formação de detetives? E por que o “virais” depois do “golpistas”? Querer derrubar o governo já é uma enormidade. Espalhar tamanho ato antidemocrático pela internet é coisa para 20 anos de prisão preventiva e 30 de domiciliar (com tornozeleira e sem passaporte), além da multa de US$ 15 milhões (por semana). O “e” entre eleições e até só existe em discurso de lulas e dilmas. O zero antes e 8 e do 1 é tão dispensável quanto revelador: quando se trata de datas, o zero à esquerda é apreciado apenas por gente que vale menos que um zero à esquerda.

Por que o deserto de vírgulas? O poeta Ferreira Gullar ensinou que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Nem a vírgula, parece desconfiar o autor do recado. Quando não se sabe onde colocar os sinaizinhos, melhor assassiná-los. Mas uma dupla de vírgulas sobreviventes geme nos curtos parágrafos seguintes:

“Dessa forma, gostaríamos de abrir espaço para a revista se posicionar sobre o assunto”.

Posicionar, posicionamento e outros palavrões do gênero só servem para revelar a posição do orador: está de cócoras para Lula e no meio do bando que voltou à cena do crime.

“Nosso prazo para publicação é hoje (29/03) até as 19h. Caso não consigam responder dentro do prazo, podemos incluir o posicionamento posteriormente sem prejuízo.”

O prazo concedido pelos sherloques de picadeiro já se esgotara quando o e-mail foi repassado à direção de Oeste. Nenhum problema, consola a agência, que se dispõe a examinar “o posicionamento posteriormente sem prejuízo”. Sem prejuízo do quê?, perguntaria qualquer professor de português convidado a avaliar o palavrório insolente — antes de castigá-lo com o merecidíssimo zero com louvor.

A cópia em papel do recado já decolava rumo à lata de lixo quando bati os olhos num aviso no rodapé: “Viu algum conteúdo suspeito nas redes? Fale com a Fátima”. Acabara de ver um conteúdo mais que suspeito: a mensagem é uma sequência de agressões à Constituição, à democracia, à liberdade, ao idioma, à moral e aos bons costumes. Estava pensando na conversa com a Fátima quando notei que também é sigiloso o paradeiro dessa misteriosa padroeira dos caçadores de fake news.

Pausa para a viagem no tempo. Aos 14 anos, estreei como redator da seção de nascimentos e óbitos do Nosso Jornal, semanário em que meu irmão mais velho mantinha uma coluna política. Ocorrida a primeira morte, Flávio me passou instruções. Cumpria-me investigar informações indispensáveis: o nome do defunto, a grafia correta, a idade e quantos parentes próximos deixara (além de avaliar pessoalmente o tamanho do enterro). No dia seguinte, a chegada ao mundo de mais um taquaritinguense expandiu o manual de regras. Além dos nomes dos pais e do dia do parto, era preciso investigar o peso do bebê e, com especial rigor, o prenome dos recém-nascidos. Já começara a praga dos Wellyngttons, das Myrellas e outras misturas de duplas consoantes com rabiscos com som de vogal ausentes do abecedário oficial.

Poucos meses num semanário do interior paulista bastaram-me para compreender que todo jornalismo é investigativo. Notícia sem apuração é como texto sem palavra: não existe. Por muitas décadas, pareceu-me claríssimo que não se pode separar os profissionais da imprensa entre os que investigam e os que nada apuram. Sempre houve bons e maus perseguidores da verdade. Mas todos os que exercem a profissão são jornalistas investigativos, certo? Não no Brasil, decidiram em 2002 os fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, a Abraji. É um clube reservado a Jornalistas Investigativos, com o J e o I em maiúsculas truculentas como nas manchetes de tabloides sensacionalistas europeus.

O silêncio cúmplice da Abraji, o fanatismo dos sindicatos lulistas e a covardia dos que se ajoelham diante de patrulhas ideológicas geraram o filhote repugnante autodenominado agência de checagem

De lá para cá, a entidade promoveu cursos de aperfeiçoamento, seminários e premiações, engordou abaixo-assinados ou manifestos, divulgou notas oficiais para comunicar à nação quem dizia a verdade e deu palpite em tudo, fora o resto. Só ficaram faltando descobertas históricas resultantes de investigações feitas por associados decididos a justificar a presunçosa denominação da entidade. Nos últimos 20 anos, assunto é que não faltou: Mensalão, Petrolão, revelações da Lava Jato, roubalheira institucionalizada, impeachment de presidente, prisão de intocáveis — pela primeira vez na história da imprensa brasileira, o dia começava com dois ou três fatos disputando a ponta da fila das notícias relevantes. 

Incapazes de enxergar as bandalheiras no lado esquerdo da estrada principal, os Jornalistas Investigativos se juntaram no consórcio que vigiava apenas a pista esquerda. Fecharam os olhos à ofensiva contra a liberdade de expressão. Ignoraram as ilegalidades fabricadas por ministros do Supremo Tribunal Federal. Aceitaram a censura à imprensa. E se tornaram porta-vozes da verdade oficial.

Site da Abraji | Foto; Reprodução

O silêncio cúmplice da Abraji, o fanatismo dos sindicatos lulistas e a covardia dos que se ajoelham diante de patrulhas ideológicas geraram o filhote repugnante autodenominado agência de checagem. Conheço boa parte dos que chefiam esses aleijões. O fracasso nas redações os reduziu a carrascos da informação. Não admitem a existência de jornalistas que veem as coisas como as coisas são e contam o caso como o caso foi. Acusam de golpistas os genuínos democratas.

Às vezes o lado escuro parece perto da eternização no poder, mas acaba perdendo. Os farsantes perdem por ignorar que os fatos, embora frequentemente pareçam agonizantes, sempre prevalecem. A verdade não morre.

Nesta quinta-feira, foi enfim divulgado o “especial investigativo”. Trata-se de uma intragável salada de disparates. Entrei no grupo de desinformantes golpistas a bordo de trechos de vídeo confusos, inaudíveis e sequestrados do contexto. Segue um conselho para a misteriosa Fátima: caia fora do estranho mundo das agências. Vão todas morrer de safadeza investigatória.


Revista Oeste



















publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2023/03/sherloques-de-picadeiro-por-augusto.html

'A direita respira de novo'

 J.R. Guzzo:


O volume político de Bolsonaro tende a crescer cada vez mais, à medida que a ruindade do governo Lula for aparecendo


Jair Bolsonaro está enfim de volta ao Brasil e à política brasileira. A pergunta é: para quê? Durante estes três últimos meses que passou nos Estados Unidos, sem dar maiores satisfações sobre por que tinha ido e por que quis voltar, o ex-presidente esteve numa situação torta. Deixou aqui, entregue à cadeia do ministro Alexandre de Moraes, uma multidão de milhares de brasileiros que estavam acampados na frente dos quartéis para lhe dar apoio e protestar contra o resultado das eleições que o Tribunal Superior Eleitoral anunciou. 

Não disse, com clareza, se era a favor ou contra. Não disse nada de fato relevante a respeito de nada; ficou resmungando contra o TSE, como arquibancada de campo de futebol que vaia o juiz mas não influi no resultado do jogo. 

Continuou repetindo aquela história de “quatro linhas” que ninguém aguenta mais ouvir e que, de resto, não tem utilidade prática nenhuma. Deixou claro que nunca foi um líder para as Forças Armadas. Começou a aparecer como o presidente brasileiro que teve o maior apoio da rua em todos os tempos — mas que não soube devolver o apoio recebido, e nem transformar sua força popular em vantagem política real. 

Muito bem: eis ele aí de volta, e não mais para o papel do ex-presidente com prazo de validade vencido que a sua conduta recente parecia ter lhe reservado. Bolsonaro, ao desembarcar em Brasília no dia 30 de março, está se apresentando como o possível comandante da direita brasileira.

Não é pouca coisa. A direita brasileira é imensa, e obviamente não morreu com as últimas eleições — tem, pelo menos, 50% do eleitorado que foi votar em 2022, segundo números do próprio TSE. É possível que, no todo, seja majoritária. Com certeza, é a clara maioria no Brasil do progresso, da produção e do trabalho que vai do Rio Grande do Sul a Mato Grosso, incluindo os dois maiores Estados do país, São Paulo e Rio de Janeiro, mais uma parte importante de Minas Gerais. 

Essa gente não vai sumir, nem aderir a Lula — ao contrário, tem diante de si um governo em processo rápido de evaporação, sem resultado no presente e com promessa de calamidade no futuro. Não é capaz de somar apoio, a não ser na compra incerta de votos no Congresso. Não tem novas lideranças para o lugar de Lula — e o tempo de Lula, por razões biológicas, está a caminho da placa que anuncia os descontos. 

A direita é o exato contrário. Tem pelo menos dois líderes em potencial muito fortes e muito jovens, os governadores Romeu Zema, de Minas Gerais e com 58 anos, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo e com 47 anos — um outro mundo. Tem apoio popular na praça pública — em massa, muitas vezes. E agora tem um possível líder nacional na figura de Bolsonaro. É a primeira vez que isso acontece. Durante quatro anos, ele foi um presidente; dezenas já foram. Agora vai tentar mais que isso.

O povo, de mais a mais, ainda não está louco para sair à rua à esta altura — não com 600 presos nos cárceres do STF na Papuda

A volta de Bolsonaro foi discreta, após um voo noturno que o deixou no aeroporto de Brasília no começo da manhã do dia 30. Nem vestígio das multidões inéditas que estiveram à sua volta no último 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios. 

Não era o plano; e de qualquer forma as autoridades, que hoje o tratam como uma ameaça pública, baixaram uma espécie de toque de recolher provisório e localizado em Brasília, impedindo manifestações populares em volta do aeroporto e outros lugares onde poderia haver aglomeração. Não houve desfile em carro aberto, nem passeata de motocicleta. Praça dos Três Poderes? Pelo amor de Deus — aí, então, nem pensar. 

O povo, de mais a mais, ainda não está louco para sair à rua à esta altura — não com 600 presos nos cárceres do STF na Papuda, muitos dos quais nem estavam no local nos ataques aos palácios dos Três Poderes do dia 8 de janeiro. O ponto central do regresso foi uma recepção na sede do PL, o partido que hoje tem a maior bancada da Câmara e do qual é o presidente de honra. 

Tinha político e teve discurso — não mais. Bolsonaro procurou chamar pouca atenção sobre si. Falou mais do PL, elogiou o Congresso e disse que o seu partido mais os aliados no Congresso formam a maioria. Não adiantou muita coisa sobre Lula. 

“O governo é uma oposição por si só”, disse — já adiantando que a principal turbina da sua nova vida política deverá ser a decadência precoce, progressiva e cada vez mais arrogante deste governo Lula-3, com seus fiascos diários e a obsessão em continuar repetindo coisas que dão comprovadamente errado, sempre.

Recepção na sede do PL, em Brasília | Foto: Natanael Alves/PL

Bolsonaro anunciou, também, que seu primeiro trabalho político será a eleição municipal do ano que vem, na qual deposita boas esperanças nos nomes da direita em geral — do PL e de quem ele apoiar. Já anunciou o ex-ministro Ricardo Salles como o seu candidato à Prefeitura de São Paulo; é um nome forte e, sem dúvida, um bom começo para a sua segunda vida política. No mais, teve de responder sobre “o caso das joias”, é claro — como já teve de responder, durante os seus quatro anos de governo, sobre a “rachadinha”, o “genocídio”, o “quem-matou-Marielle” e tanta outra coisa que ninguém sabe mais direito o que significa isso tudo. Ficou claro que continuará sendo uma estrela do noticiário — é como se, para os jornalistas, seu governo não tivesse acabado e não fosse acabar nunca. Sua esperança continua sendo exterminar Bolsonaro movendo contra ele uma denúncia perpétua — trocam os nomes que dão aos “casos”, mas a história é sempre a de um crime que não chega nunca aos tribunais. O resultado geral também não muda: o ex-presidente já deveria estar morto e enterrado há muito tempo, se esse bombardeio da mídia valesse realmente alguma coisa na vida política real, mas não está. O semipânico que provoca na esquerda e nos signatários da “Carta Pela Democracia” continua do mesmo tamanho.

A direita pode até não saber ainda se vai mesmo querer que o ex-presidente seja o seu grande chefe — mas o STF e a esquerda parecem ter certeza que sim

O futuro de Bolsonaro, de qualquer forma, não depende dele — e nem da vontade dos quase 60 milhões de eleitores que acabam de votar nele. Depende do Supremo Tribunal Federal, e dos demais tribunais superiores de Brasília. São eles que conduzem o projeto mais ambicioso e mais agressivo que está em andamento na política brasileira de hoje — a cassação dos direitos políticos do ex-presidente, de preferência com a sua prisão, de forma a que ele não possa mais ser candidato em eleição nenhuma. 

Está aí a maior admissão pública de que Bolsonaro pode, realmente, acabar sendo a nova liderança que a direita e seu eleitorado nunca tiveram. 

A direita pode até não saber ainda se vai mesmo querer que o ex-presidente seja o seu grande chefe — mas o STF e a esquerda parecem ter certeza que sim. Se não tivessem, não estariam tão empenhados nas tentativas de destruir a sua carreira política. Quem poderia fazer isso, numa democracia normal, seria o eleitorado; já acabou, por sinal, com centenas de carreiras aqui e no resto do mundo. Mas no Brasil não é assim que funciona. 

Hoje em dia não se deixam essas coisas na dependência da vontade popular — quem resolve é o Supremo, pois só ele pode definir o que é democracia, já que deu esse direito a si próprio, e a ninguém mais. É “a lei” — tal como a lei tem de ser entendida no Brasil de hoje. Forças Armadas? Esqueça. O ministro Alexandre de Moraes, sozinho, vale mais que as três Forças Armadas juntas.

O STF não está isolado no sonho de liquidar Bolsonaro. Lula, o PT e a esquerda também querem isso, com paixão. Querem a mesma coisa, junto com eles, os empreiteiros de obras públicas, os banqueiros socialistas e os advogados do Grupo Prerrogativas. 

Também estão nessa, enquanto acharem que “vai dar”, todos os políticos ladrões — mais o MST, a CUT, a UNE, a Associação Brasileira de Imprensa, o Sindicato dos Bispos, os que controlam o “movimento” LGBT+, os homens que se sentem mulheres presas em corpos de homem, os parasitas do Estado em geral e o resto da manada que se conhece. 

Na opinião de todos, o ex-presidente é a maior ameaça para o futuro do Brasil, e mesmo do mundo. Mas e o resultado das eleições de 2022? No fim das contas, eles não foram declarados vencedores? Por que precisam acabar com Bolsonaro? Em vez disso, não poderiam disputar com ele, e ganhar, mais uma eleição? Ou não acreditam que ganhariam de novo? Pelas aparências, e pelo empenho do alto aparelho judiciário, parece que não querem correr o risco. 

A questão, aí, não está na vontade de ninguém, e sim em duas observações da vida real. A primeira é que a cassação dos direitos políticos de Bolsonaro pode acabar se complicando; talvez não dê para fazer. 

A segunda é que essa cassação poderia acabar sendo inútil; Bolsonaro estaria fora, mas a patente injustiça e a ilegalidade grosseira de sua punição lhe dariam um papel imediato de mártir — uma espécie de Nelson Mandela da direita, coisa que até hoje o mundo jamais conheceu. 

Nesse caso, sua influência ficaria ainda maior; seja quem for, o candidato apoiado por ele entraria na eleição com vantagem, e não vantagem nas “pesquisas”, mas sim no mundo das realidades. Lula continuará não tendo sossego.

O fato é que Lula não está disposto a ir para uma segunda disputa mano a mano com Bolsonaro — não numa eleição limpa, realizada como se faz nas democracias, em vez de se basear em sistemas de votação e apuração só utilizados no Butão e em Bangladesh. Da boca para fora, continua a falar e a se comportar como se fosse o maior líder político do sistema solar — e a se exibir no papel de homem que foi eleito pelos próprios méritos. Da boca para dentro, não está claro o que ele realmente acha dessa história. 

Ache o que ache, de todo o modo, quem ganhou a eleição de 2022 para ele foi o STF, em especial os ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes; Lula só está na presidência da República, objetivamente, porque foi colocado lá pelos três. 

Acabaram, contra o que determina a lei brasileira, com o cumprimento das penas na cadeia para os condenados em segunda instância. Anularam todos os seus processos penais, alegando erro de endereço. Fizeram uma eleição em que a censura do TSE proibia até que se dissesse que Lula é um defensor explícito do ditador da Nicarágua; o juiz e os bandeirinhas da partida jogavam no time de Lula. Organizaram a votação. Contaram os votos. Se Bolsonaro continuar na política, Lula e o STF teriam de fazer tudo de novo.

O volume político de Bolsonaro, na verdade, tende a crescer cada vez mais, à medida que a ruindade do governo Lula for aparecendo — e ela vai aparecer, cada vez mais. Como poderia ser diferente, com o ministério doente que escolheu e com a sua própria incapacidade de dar vida inteligente a qualquer coisa em que encosta? A direita não vai ficar analisando os méritos relativos do ex-presidente, nem o seu rol exato de virtudes. 

Vai ver que Bolsonaro, mais uma vez, é o único candidato viável para livrar o Brasil de anos seguidos de desastre petista — ele ou, se não puder ser ele, quem ele indicar como o melhor para executar essa tarefa. Lula não pode contar com o programa de obras do seu governo para enfrentar o ex-presidente; seu governo não vai ter obras. Não pode tirar mais nada do Bolsa Família. Vai ter de responder pelo desemprego, o coma econômico, as invasões de terra, os aumentos de imposto, o preço da gasolina e mais um mundo de coisas. 

É uma vantagem diária para Bolsonaro ou, então, para quem estiver no comando do outro lado. Não parece importar muito, aí, se ele está à altura da posição de líder nacional da direita, se é menor que o Brasil conservador e outras questões que afligem os cientistas políticos nos debates na televisão depois do horário nobre. Pode ser perfeitamente isso tudo. E daí? O que interessa, unicamente, é a possibilidade de ter de novo quase 60 milhões de votos — ou a sua capacidade, se for o caso, de transferir esses votos todos para alguém. A volta de Bolsonaro mostra que neste momento ele existe de novo.

Revista Oeste





















publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2023/03/jr-guzzo-direita-respira-de-novo.html

Alexandre de Moraes arquiva pedidos para investigar Lula, o ladrão mais depravado do Brasil

 Sem consultar a PGR, ministro determinou 'arquivamento imediato' das notícias-crime de Rogério Marinho e Nikolas Ferreira

Revista Oeste

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou sumariamente duas notícias-crime contra o presidente Lula, por ter afirmado que o plano de sequestro do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) era uma “armação” do ex-juiz. As representações foram feitas pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) e pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

Moraes arquivou as notícias-crime sem parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Nos dois casos, Moraes determinou o “arquivamento imediato” das ações, “em razão da ausência de indícios mínimos da ocorrência de ilícito penal”. As petições foram protocoladas no dia 24, e as decisões, com data de terça-feira 28, foram disponibilizadas parcialmente na quinta-feira 30, mas ainda não estão publicadas na íntegra.

Na semana passada, um dia depois da deflagração da Operação Sequaz pela Polícia Federal, Lula declarou publicamente que era “visível que é uma armação do Moro”, apesar de admitir que não tinha provas.

Rogério Marinho pediu que o presidente seja incluído no chamado inquérito das fake news, aberto por Moraes em 2019, no qual são investigados o ex-presidente Jair Bolsonaro e uma série de políticos, comentaristas e jornalistas de direita. “O presidente da República atribuiu os graves crimes às instituições de Estado e à própria vítima, contribuindo, assim, para propagação de desinformação e desacreditando as instituições da República”, escreveram os advogados do senador.

Nikolas, além da declaração sobre a “armação de Moro”, citou uma declaração anterior de Lula, na qual o presidente disse, numa entrevista, que “só vai tá bem quando eu f*** esse Moro, eu tô aqui pra me vingar dessa gente”, e pediu investigação de Lula por incitação ao crime.












publicadaemvhttp://rota2014.blogspot.com/2023/03/alexandre-de-moraes-arquiva-pedidos.html


'Internet X TV: o novo 7 a 1',

 por Dagomir Marquezi


Galvão Bueno é a mais recente vitória do streaming contra os velhos modelos de televisão


No sábado 25 de março, a Seleção Brasileira de Futebol jogou com Marrocos, na cidade de Tânger. Perdeu de 2 a 1. Para os brasileiros em geral, o jogo em si não foi o evento mais importante.

Nesse dia, o mais famoso locutor esportivo do país, Galvão Bueno, 72 anos de idade, transmitiu seu primeiro jogo de futebol pelo sistema de streaming, inaugurando seu Canal GB, no YouTube. A transmissão não teve nada de revolucionária. Galvão representa a “velha escola” de televisão, após reinar por 41 anos na Rede Globo.

A estreia também contou com duas estrelas do petismo: o comentarista Walter Casagrande e o “influencer” Felipe Neto. Felipe, que tem se dedicado a defender a censura na internet, onde ele ganha dinheiro, é um dos sócios da Play9 — a produtora por trás do Canal GB. Ele apareceu na transmissão com uma piada agressiva e nefasta que não conseguiu arrancar um mísero esboço de sorriso de Galvão Bueno e ainda levou um pedido disfarçado para que calasse a boca.

Ficou faltando um velho companheiro de Galvão: o comentarista de arbitragem Arnaldo Cesar Coelho. A presença de Arnaldo foi vetada pela Rede Globo. Ele não tem mais contrato com a emissora desde 2018, mas mantém um vínculo, por ser proprietário de um canal afiliado à rede. Esse veto mostrou que o movimento de Galvão Bueno de criar seu próprio canal incomodou os ternos Armani do Jardim Botânico. “A Globo não gostou muito, mas o que eu posso fazer?”, disse o veterano Galvão.

Os números foram promissores, segundo declarou na rede LinkedIn o sócio de Felipe Neto na Play9, João Pedro Paes Leme: “Mais da metade da audiência do jogo entre Brasil x Marrocos, no Canal GB, foi de jovens entre 18 e 34 anos. É impressionante a capacidade que o querido Galvão Bueno tem de se comunicar com eles. Durante as quase três horas de transmissão, foram nada menos do que 10 milhões de views no Canal GB. Passaram por ele simplesmente 5 milhões de usuários únicos, com pico de 1,5 milhão de usuários simultâneos”.

O que quiser, quando quiser

Galvão continua o mesmo, um pouco mais verborrágico e reclamão, já que não deve mais satisfações a ninguém. É impossível dizer se o milhão de visualizações logo nos três primeiros minutos vai se sustentar nas próximas transmissões do Canal GB, ou se foi apenas um momento de curiosidade. Seu nome é muito forte, e ele já foi convidado por dois outros sistemas de streaming, YouTube e Paramount, para comandar transmissões do Campeonato Paulista e da Libertadores da América. Rejeitou as duas propostas, para não criar um clima com a Globo, com a qual tem contrato até o fim do ano que vem, como apresentador de shows e programas esportivos.

A Rede Globo optou por não transmitir o amistoso com Marrocos, porque tinha uma novela nesse horário. Como líder do segmento de TVs abertas, a emissora está engessada pela rigidez da própria programação. Esse modelo é o oposto da dinâmica do espectador de hoje, que quer assistir ao que quiser na hora que quiser. Somente os espectadores mais velhos ainda se submetem a horários fixos de programas, e aceitam passivamente o que as emissoras oferecem.

Em termos práticos, a Globo permaneceu, nesse 25 de março, a líder de audiência entre as TVs abertas, priorizando sua novela no lugar da Seleção. A fragmentação da concorrência acabou beneficiando a emissora, em detrimento da Band, que transmitiu a partida pela TV aberta, assim como a rede por assinatura ESPN em seu serviço de streaming Star+ e o canal de Galvão Bueno. Mas o jogo está virando, definitivamente. A própria Globo já entendeu isso, criando seu serviço GloboPlay. O streaming não é apenas uma mudança de mídia. Ele significa uma mudança de comportamento, com potencial para transformar a própria realidade.

De Santa Catarina para Saint Louis

Uma história exemplar dessa transformação no panorama de mídia aconteceu neste início de ano nos Estados Unidos. A liga norte-americana do “nosso” futebol, de bola redonda, a MLS (Major League Soccer), existe desde 1993. Iniciou seu primeiro campeonato nacional em 1996, com apenas dez equipes. Cresceu muito (hoje tem 29 times), mas até o ano passado continuava desprezada pela imprensa esportiva dos EUA, que só falava em futebol americano, basebol e basquete. Alguns poucos jogos do MLS eram eventualmente transmitidos pela rede ESPN e por emissoras locais de TV. No Brasil, eles estavam no serviço de streaming esportivo DAZN. Era um campeonato quase clandestino, destinado apenas aos fanáticos.

A fome por esportes não pode mais depender do que a Globo, a Band e outras emissoras tradicionais decidem transmitir, num modelo de negócio que parece imutável

soccer tem potencial para explodir nos EUA. Ele conta com muitos jogadores latinos, especialmente mexicanos e, numa escala bem menor que a Europa, se tornou polo de atração para o mercado internacional. Mas não tinha nenhuma projeção prática na vida dos norte-americanos e dos canadenses.

Em 2022 a Apple entendeu o tamanho desse potencial e assinou um contrato de dez anos, no valor US$ 2,5 bilhões com a MLS. O torneio norte-americano-canadense de soccer passou a contar com uma transmissão com imagem HD 1080 e som 5.1 pela AppleTV, disponível para mais de cem países. Todos os jogos contam com transmissão simultânea em inglês e espanhol. (O CF Montreal também tem uma transmissão em francês.)


Hoje, o nível de transmissão da MLS segue o alto nível da NBA, da MLB e da NFL. O soccer passou a aparecer na imprensa e está sendo levado a sério pelos norte-americanos, talvez pela primeira vez. Os assinantes da AppleTV estão assistindo ao vertiginoso surgimento do Saint Louis City. O time não existia oficialmente até novembro, era considerado menos do que zebra. Ganhou as cinco primeiras partidas de sua história, e hoje está no topo da classificação, com João Klauss, catarinense de Criciúma, como artilheiro e herói.

A entrada da AppleTV na MLS teve impacto suficiente para fazer a empresa pensar seriamente em transmitir a sagrada Premier League inglesa para a própria Inglaterra. O negócio do esporte ainda não dá lucro às empresas de streaming, mas sua força pode atrair multidões de assinantes que hoje dependem da televisão convencional. É um investimento de retorno praticamente garantido para o futuro.

Sinuca e luta livre

A Apple entrou no mês passado no mercado esportivo. A Star+, que transmite pelo streaming a programação da ESPN, é hoje a grande potência do mercado. O assinante da Star+ tem direito a acompanhar a elite do futebol europeu, com os campeonatos principais de Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal, Holanda, França, Alemanha, Escócia, Bélgica, além dos principais torneios de México, Uruguai, Equador, Argentina, Turquia, Venezuela. No pacote, estão também o crescente futebol feminino e grandes campeonatos, como a Uefa Europa League e a Copa do Rei. E mais: NBA, Major League Baseball, National Hockey League, Volleyball Champions League, Super Rugby Americas, Fórmula Indy e a versão brasileira da NBA, a NBB.

A Paramount+ anunciou em fevereiro que adquiriu até 2026 o direito de transmissão de dois dos mais cobiçados campeonatos de futebol da América Latina, a Conmebol Libertadores e a Conmebol Sul-Americana. Para isso, eles reuniram nomes como o apresentador Nivaldo Prieto (ex-Fox Sports) e o comentarista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, que, como Galvão Bueno, também deixou a Globo.

Bem desfalcada, a DAZN atende a públicos regionais, transmitindo os campeonatos pernambucano, goiano, cearense e alagoano de futebol. E mira os fanáticos por esportes que não são incluídos nos outros serviços de streaming: dardos, kickboxing, MMA, corridas de moto, boxe, sinuca e luta livre.

No Brasil, tornou-se exemplar o sucesso de Casimiro Miguel, do canal CazéTV, no YouTube, que transmitiu a Copa do Mundo do Catar, jogos do Campeonato Brasileiro e o Mundial de Clubes, que aconteceu em Marrocos, em fevereiro deste ano.

“O streaming é o século 21”

Com essa quantidade de oferta, fica cada vez mais difícil defender sistemas de negócio retrógrados como o da Rede Globo. Esse sistema ultrapassado foi quebrado nos EUA em agosto de 2022, segundo a revista Variety, quando pela primeira vez os serviços de streaming ultrapassaram (com 34,8% da audiência) a TV por assinatura (com 34,4%), deixando em último lugar as redes de TV aberta (com 21,6%). 

No Brasil, essas mudanças costumam demorar um pouco, mas é só questão de tempo para que a virada aconteça também por aqui. A Kantar Ibope apontou num domingo, 22 de janeiro, uma ultrapassagem da soma dos serviços de streaming (com 10 pontos) sobre a Rede Globo na Grande São Paulo (com 9,3 pontos). Em terceiro lugar estava a Rede Record com 6,8 pontos. Em quarto, o SBT, com 5,9. Nesse mesmo levantamento da Kantar Ibope, citado pelo site Na Telinha, a soma das TVs pagas alcançou o quinto lugar, com 4,4 pontos de audiência. E as três redes restantes patinavam feio rumo à total irrelevância — Band (1,1 ponto), Cultura (0,4) e Rede TV (0,1). Um terço das TVs brasileiras permanece ligado na Globo 24 horas do dia. Mas esse número cai diariamente, enquanto o streaming cresceu 34% em relação a 2020. Somando o streaming e o YouTube, 23,7% das pessoas já não assistem mais à TV tradicional, seja paga, seja aberta.

O excesso de oferta está na verdade afetando a todos no ramo da mídia. Temas como saúde, bem estar, alimentação ou ciêcias, por exemplo, são abordados de maneira muito mais precisa em programas disponíveis nas redes sociais do que na televisão aberta, já que os espectadores podem procurar por quantos vídeos quiser sobre assuntos do seu interesse.

Usuários estão passando cada vez mais tempo assistindo a clipes amadores de pessoas dançando no TikTok do que a programas, filmes e séries das redes profissionais de streaming. Segundo pesquisa da Civic Science (citada pelo site brasileiro Splash), em 2023 mais da metade dos usuários de redes sociais nos EUA vai fazer compras clicando em redes sociais, especialmente o Tik Tok, com um aumento de 40,6% entre os compradores. Dessa forma, sobra menos dinheiro de publicidade para os profissionais. E é por isso que vemos cortes de pessoal aos montes não só na Globo, como na Amazon, Spotify, Disney, Netflix etc.

Mas o esporte continua sendo tão vital como respirar, o que gera renda farta para quem o transmite. E a fome por esportes não pode mais depender do que a Globo, a Band e outras emissoras tradicionais decidem transmitir, num modelo de negócio que parece imutável. O público quer mais, e encontrou uma fonte inesgotável de atrações esportivas no streaming, além de mais respeito pelas suas necessidades. Tanto que até o Galvão Bueno deixou de lado seu bordão “Bem, amigos da Rede Globo”.

“O futebol foi um produto perfeito para a comunicação do século 20 e os projetos de expansão da comunicação de massa reguladas pelos Estados”, declarou Bruno Maia, especialista em marketing e inovação, ao portal Terra. “O streaming é o século 21, com distribuição descentralizada, através de dados que circulam pela neutralidade da rede da internet, sob a qual a interferência dos governos acaba sendo mais limitada. Neste novo cenário, o consumo é pensado para atingir audiências que têm possibilidade de customizar suas rotinas e seu entretenimento. Não são mais reféns de uma programação única típica da comunicação de massa, que lhes impunha narrativas. Este futuro já chegou e a prova está aí na democratização das transmissões.”


Revista Oeste



















publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2023/03/internet-x-tv-o-novo-7-1-por-dagomir.html

'Massacre trans',

 por Rodrigo Constantino


Em alguns casos mais bizarros, os comentaristas resolveram culpar as vítimas! A culpa pelo tiroteio seria dos próprios cristãos, do “clima de intolerância” para com a comunidade trans


Indivíduos agem. Logo, indivíduos devem ser responsabilizados por seus atos. Claro que as ideias e os valores disseminados no entorno podem influenciar tais ações, mas, quando deixamos de culpar o próprio indivíduo por seus malfeitos, temos um convite a novos erros. Por isso a impunidade é um mecanismo perverso de incentivo a novos crimes.

Faço esta breve introdução para comentar a nova tragédia numa escola norte-americana. Mais um tiroteio. Uma pessoa abriu fogo contra crianças e professores, matando sete inocentes. Tais atos terroristas quase nunca apresentam uma razão simplista. Mas fica clara a tentativa de manipulação da mídia e da esquerda.

No caso, a atiradora era uma mulher biológica, mas se identificava como homem. Ou seja, era um homem trans. O alvo era uma escola cristã, na qual ela (ou “ele”) já havia estudado. A assassina deixou um manifesto, e a polícia disse que havia alvo certo, ou seja, o motivo do atentado era o fato de se tratar de uma escola cristã. Crime de ódio, certamente. Mas não para nossos jornalistas “progressistas”.

Para a patota woke espalhada pela imprensa, só há crime de ódio quando o algoz é homem e branco e a vítima pertence a alguma “minoria”. Existe uma narrativa predeterminada, e, se os fatos não atendem a tal narrativa, então pior para os fatos: ou se abandona a história, ou se muda o foco. 

Ficamos assim: para “proteger” jovens trans da direita tacanha, aceitamos até mesmo que jovens trans matem… crianças!

Foi a escolha neste episódio lamentável. Como uma pessoa transgênero abriu fogo contra crianças cristãs, então a mídia resolveu falar apenas de armas. Eis que o objeto inanimado ganha volição e passa a ser o verdadeiro problema. É como quando fundamentalistas islâmicos praticam atos terroristas: carros, caminhões e aviões ganham vida própria, como se fossem os Transformers, para ocultar o sujeito da ação e suas intenções.

Em alguns casos mais bizarros, os comentaristas resolveram culpar as próprias vítimas! A culpa pelo tiroteio seria dos próprios cristãos, do “clima de intolerância” para com a comunidade trans. Se um cristão atira numa pessoa trans, então é prova do preconceito violento da direita; mas, se um cristão é alvo de tiros de uma pessoa trans, então isso também é prova do preconceito violento da direita! Cara, eu ganho; coroa, você perde: independentemente do que acontece, a culpa é sempre da direita “intolerante”.

Teve comentarista na mídia que ainda trouxe à tona uma decisão recente do Estado onde ocorreu a tragédia proibindo cirurgias em crianças consideradas transgêneros. Ou seja, se você é contra permitir a mutilação de crianças confusas ou que sofrem de disforia de gênero, acreditando ter nascido no corpo errado, então você só pode ser um defensor do genocídio de trans. E, para se defender de gente terrível como você, até o terrorismo parece justificável. Ficamos assim: para “proteger” jovens trans da direita tacanha, aceitamos até mesmo que jovens trans matem… crianças!

É tudo tão bizarro que dispensa maiores reflexões. Estamos diante da loucura plena. A turma que criou o “ódio do bem” tem ajudado a espalhar um clima de degradação moral enorme no país. Sendo sempre a “vítima” na história, essa gente que se diz “minoria” considera legítimo partir para o ataque em nome de uma suposta legítima defesa.

É a visão amalucada e revolucionária de Marcuse, como explica Theodore Dalrymple: “As ideias de Marcuse eram tão bobas que teriam sido engraçadas se ninguém as tivesse levado a sério. Apesar de ele estar quase esquecido hoje em dia, uma de suas ideias mais tolas e perniciosas, a da tolerância repressiva, está voltando, se não na teoria, na prática. De acordo com esse conceito, a repressão praticada pelos conservadores é intolerável, mas a repressão praticada pela esquerda é na verdade uma forma de libertação, e não representa repressão nenhuma”.

Vamos “libertar” o mundo do ódio e do preconceito, eliminando quem pensa diferente! É por isso que fascistas da Antifa agridem inocentes em nome do combate ao fascismo, enquanto autoritários esquerdistas praticam a censura pelo “crime” de opinião em nome da tolerância e da democracia. Essas ideias têm consequências, e, quando alguém nitidamente perturbado resolve agir com base nelas, não deveríamos ficar tão surpresos assim.

Claro que não seria justo acusar toda pessoa trans de ser potencialmente violenta, mas, quando as narrativas midiáticas fornecem justificativas para a “violência do bem”, devemos esperar que alguns malucos possam agir com base nesse contexto insano. E, como a doença mental é um dos fatores mais negligenciados nesses atentados em escolas, talvez seja um bom ponto de partida buscar suspeitos entre aqueles que juram pertencer ao sexo oposto e ainda bancam as vítimas quando o mundo não se curva diante de seus fetiches ou delírios.

Não podemos incorrer no mesmo erro de generalização em que a imprensa sempre cai para condenar toda a direita quando indivíduos violentos agem em nome de uma ideologia. Mas podemos — e acho que devemos — mostrar que essa ideologia de gênero que força a barra para enfiar goela abaixo de todos a ideia de que basta “se sentir” para de fato ser, num subjetivismo radical que desafia a própria natureza, tem produzido mais e mais indivíduos insanos e perigosos.

Revista Oeste










publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2023/03/massacre-trans-por-rodrigo-constantino.html

CPMI do crime organizado ultrapassa número necessário no Senado.

  Quer dizer, perceiros do covil do Lula, PCC, Organização Criminosa do ex-presidiário (MST, CUT...) CV... finalmente, poderão ser investigados

Com Revista Oeste


A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que pretende investigar o avanço do crime organizado no Brasil, chegou em 30 assinaturas no Senado — três a mais do que as 27 necessárias.

Na Câmara, contudo, o número estagnou em 90 desde que o requerimento foi protocolado, na quarta-feira 29. Para ser instaurado, o pedido precisa de 171 assinaturas de deputados, ou seja, faltam ainda 81 adesões por parte dos parlamentares da Câmara Baixa

De autoria do deputado federal Coronel Meira (PL-PE), a CPMI pretende apurar a relação entre a ampliação dos índices de homicídios no território nacional com a atividade do narcotráfico; levantar dados acerca da expansão da atuação de organizações criminosas em todo o país; investigar a recente onda de ataques no Rio Grande do Norte; e apurar o plano de assassinar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por parte do Primeiro Comando da Capital.

Além disso, a comissão deve reunir informações sobre a estrutura e o funcionamento das facções criminosas, dentro e fora dos presídios.

 








publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2023/03/cpmi-do-crime-organizado-ultrapassa.html



'Ministro' do ex-presidiário Lula mente em documento oficial

  Na viagem a São Paulo, Juscelino Filho participou de leilões de cavalos de raça, mas disse que era 'agenda oficial'

Revista Oeste


O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, mentiu em documento oficial sobre a viagem que fez a São Paulo em janeiro, logo depois de assumir a pasta no governo Lula.

No ofício, o ministro informou que sua agenda de trabalho fora de Brasília se estendeu de quinta-feira a domingo. No entanto, o compromisso oficial durou apenas duas horas e meia. A partir do meio-dia de sexta até domingo, toda a agenda de Juscelino foi voltada para participar de leilões e eventos de cavalos de raça. A informação é do jornal Estado de S.Paulo.

A prestação de contas da viagem foi assinada pelo próprio ministro em 31 de janeiro. Intitulado “Relatório de viagem”, o registro contém informações como o roteiro e a descrição da “missão”, além de dados do ministro.

No documento, há questões como “compareceu ao trabalho no dia da viagem?” e “houve alteração no roteiro da missão? Se sim, justifique”.

A resposta para a pergunta sobre mudanças no roteiro da viagem foi “não”. O ministro informou que a viagem oficial durou de “26 a 30 de janeiro”, de quinta-feira a domingo.

Para viajar a São Paulo, Juscelino preencheu outros documentos nos quais informou que a viagem era “urgente” e solicitou pagamento de diárias para cobrir todo o período de quatro dias. Depois que o caso foi revelado, o ministro devolveu R$ 2 mil de um total de R$ 3 mil que recebeu.

A prestação de contas da viagem contradiz a versão do ministro. Após a volta de São Paulo, quando já havia participado dos eventos com cavalos, ele próprio informou em documento interno que durante todo o período em que esteve em São Paulo estava trabalhando.

Na terça-feira 28, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República analisou o caso e decidiu abrir uma investigação para averiguar a conduta do ministro.

O QUE DIZ O MINISTÉRIO

Em nota, o Ministério das Comunicações afirmou que “como já explicado mais de uma vez, houve uma falha no sistema, que lançou as diárias no período todo, sem excluir o período de descanso”.

“Essa falha já foi detectada, já foi corrigida, o valor já foi devolvido e isso já foi esclarecido”, afirmou.











publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2023/03/ministro-do-ex-presidiario-lula-mente.html

'O retorno de Bolsonaro e o futuro político da direita',

  por Flávio Gordon


“Não me agrada a rigidez nas espadas longas e nas mãos. Rigidez significa uma mão morta. Flexibilidade significa uma mão viva” — ensina o célebre samurai Miyamoto Musashi, em seu O Livro dos Cinco Anéis, clássico manual de estratégia. Tendo vivido no Japão da virada do século 16 para o 17, consta que esse Ronin, guerreiro solitário e autodidata, jamais perdeu um combate, sagrando-se invariavelmente vitorioso contra mais de 60 oponentes. Dominando tanto a arte do manuseio da katakana (espada longa) quanto da wakizashi (espada curta ou “companheira”), Musashi sabia bem quão fatal podia ser a rigidez de movimentos em combate. 

Mas, se na guerra a rigidez é trágica, na vida cotidiana, ao contrário, ela é cômica. É o que Henri Bergson sugere em O Riso: Ensaio Sobre o Significado do Cômico. Como explica o filósofo francês, uma das causas do cômico é a presença de certa rigidez mecânica ali onde seriam esperadas a maleabilidade atenta e a flexibilidade viva. Alguém que, a correr pela rua, tropeça e cai, provoca riso nos transeuntes, porque, por falta de agilidade, por desvio ou teimosia do corpo, continuou realizando o mesmo movimento, quando as circunstâncias exigiam algo distinto. O mesmo se dá em relação ao sujeito demasiado metódico, que se empenhasse em suas pequenas ocupações cotidianas com uma regularidade matemática. 

Caso algum gozador embaralhasse seus objetos pessoais, o contraste entre o comportamento habitual e a nova situação gerada pela broma provocaria riso: o pobre mete a pena no tinteiro e sai cola; acredita sentar numa cadeira sólida e se estatela no chão; tenta calçar os sapatos, mas os pés estão trocados.  

A razão da comicidade é a mesma nos dois casos, e consiste na incapacidade de se adaptar, em tempo, a um obstáculo imprevisto ou a uma alteração nas circunstâncias. Trata-se, noutro plano, da comicidade que caracteriza o Dom Quixote de Cervantes, pois o nobre fidalgo, como que congelado na história, continuava a se portar como no tempo mítico dos cavaleiros andantes, sem atinar para a mudança de era e para a realidade em que viviam os seus contemporâneos. E, com efeito, a rigidez quixotesca é responsável por algumas das páginas mais cômicas — e, simultaneamente, um tanto quanto melancólicas — da literatura universal. 

Na política — que, sob certo aspecto, está a meio caminho entre a comédia e a guerra —, a rigidez tende a resultar num misto de tragédia e comédia, ou, se preferirem, numa tragicomédia. No universo político brasileiro, ainda mais. A possibilidade de um destino tragicômico, por exemplo, talvez seja o maior risco representado pelo retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Brasil, a principal notícia política desta quinta-feira, 29. Risco, por óbvio, da perspectiva de seus eleitores, apoiadores e simpatizantes. 

No seio da direita brasileira contemporânea, muitos parecem ter concluído que, se Bolsonaro foi um bom administrador do país, também foi, por outro lado, um mau combatente

Tudo dependerá, a meu ver, da postura de Bolsonaro em relação às novas circunstâncias. Dependerá, em último caso, da alternativa entre uma eventual rigidez — que aniquila o político ou faz dele um objeto cômico (o que, em termos de estima pública, vem a dar no mesmo) — e uma esperada flexibilidade, que lhe garante sobrevida e o imuniza contra o riso (de deboche) alheio. Que Bolsonaro é esse que retorna dos EUA? Um político ágil e flexível à la Miyamoto Musashi, ou um rígido tragicômico como Dom Quixote e as vítimas do samurai? Confesso ser essa a minha maior curiosidade no momento. 

O risco da rigidez apresenta-se considerável, sobretudo porque algumas das condições sociopolíticas anteriores se mantiveram parcialmente, o que pode servir para obliterar a percepção das mudanças. A persistência do fascínio popular exercido por Bolsonaro já havia ficado clara, por exemplo, durante sua estadia nos EUA. Por onde quer que passasse, ele não cansava de receber efusivas manifestações de apoio, provenientes não apenas de brasileiros, mas também de representantes da direita norte-americana. No início do mês, o ex-presidente brasileiro talvez tenha sido a principal estrela do CPAC 2023 (Conferência de Ação Política Conservadora), chegando a ofuscar Donald Trump. Um feito e tanto. 

Já no Brasil, parecem se repetir as cenas familiares, que mostram um Jair Bolsonaro sendo recepcionado por multidões de apoiadores, ainda fortemente mobilizados pelo carisma político do ex-presidente, quase como se o tempo não tivesse passado. No Aeroporto de Brasília, em suas vias de acesso e na frente da sede do PL, ressoam insistente o tradicional coro de “mito, mito” bem como a declamação ritmada do lema da última campanha: “Deus, pátria, família e liberdade”. E o que não faltam são políticos e parlamentares bolsonaristas oferecendo lealdade e disposição para a briga. Portanto, não parece haver dúvida de que Bolsonaro conserva um considerável capital político. Caso consiga resistir à pesada artilharia do conluio institucional antibolsonarista, o ex-presidente pode surpreender e ter uma sobrevida política, sobretudo na ausência de novos quadros no arco do anticomunismo. 

Mas, obviamente, toda essa aparência de continuidade pode induzir à rigidez de comportamento, sugerindo a ideia de que, para enfrentar as batalhas políticas vindouras, se devem manter as mesmas estratégicas, táticas, armas e ferramentas do período anterior. E aí, justamente, residiria o maior erro do “novo” bolsonarismo. Pois a verdade é que, entre as gigantescas manifestações populares da celebração da Independência e o momento atual, intercorreu o fatídico 8 de janeiro, com todos os seus conhecidos desdobramentos. Não, não navegamos mais nos ventos favoráveis de 2018. E já não nos movemos no contexto favorável de ascensão entusiasmada da assim chamada direita brasileira. Não estamos mais no bojo da esperança restauradora de 7 de setembro de 2021, logo frustrada por um acordo manco, costurado desde cima. Nem, tampouco, no frenesi aguerrido de 7 de setembro de 2022, que muitos na direita viram como a batalha decisiva pela sobrevivência de um projeto de país soberano.  

Vivemos, em vez disso, o período pós-derrota. Para a direita, uma derrota que não foi apenas eleitoral, mas sobretudo política e cultural. O contexto atual é o de um novo regime, controlado com mãos de ferro por socialistas, que, depois de décadas de aparelhamento estatal (e, em especial, do Judiciário), se mostram dispostos a lançar mão de toda a expertise em reprimir politicamente a oposição. Já em seus primeiros dias, esse regime tratou de comandar milhares de prisões políticas, que tiveram como alvos aqueles apoiadores que, em vão, depositaram esperanças exageradas em Bolsonaro e nas Forças Armadas.  

Por conta de tudo o que se passou, o apoio popular de que ainda desfruta o ex-presidente hoje divide espaço com o desencanto. A história não pode ser desfeita, e o que atualmente se percebe entre muitos dos antigos apoiadores de Bolsonaro é uma decepção com a forma com que o ex-presidente encerrou o seu ciclo à frente do governo. O 8 de janeiro e os eventos subsequentes deixaram a sensação de que, ali onde se esperava liderança, restou um silêncio ambíguo, que acabou expondo a “tropa” à sanha do inimigo. E quando se esperava fortaleza, o que veio foi uma retirada às pressas, que deixou desamparados os da linha de frente. Convém não desprezar essa memória. 

No seio da direita brasileira contemporânea, muitos parecem ter concluído que, se Bolsonaro foi um bom administrador do país, também foi, por outro lado, um mau combatente, tendo fracassado na desmontagem das estruturas de poder do inimigo. Sem entrar no mérito da justeza ou não dessa conclusão, resta evidente que, se as estratégias outrora adotadas — que revelaram uma desproporção entre os furiosos rosnados na direção do inimigo e as débeis mordidas que se lhes seguiam — já eram inadequadas à época, hoje o são, a fortiori, ainda mais. Para a direita, o momento é de flexibilidade, adaptabilidade e reformulação nos métodos.  

É, sobretudo, um momento de autocrítica. No passado recente, a direita entregou-se muito rápido a um estado de triunfalismo ingênuo, cuja imagem simbólica talvez seja a de Bolsonaro chutando para longe um boneco do Pixuleco, uma cena catártica, que sugeria o fim definitivo da ameaça comunopetista ao Brasil. Hoje, que essa ameaça se concretizou de maneira avassaladora, a direita saltou diretamente do triunfalismo para um estado de desencanto paralisante. Em sendo urgente livrar-se desse último, já não se pode fazê-lo, contudo, retomando o primeiro. Afinal, a presente situação é a de uma guerra travada no terreno inimigo e em franca desvantagem bélica. E, num tal contexto, afigura-se como tragicômica toda e qualquer bravataria, mesmo aquela que, num passado recente, talvez fosse dotada de algum sex appeal 

A hora é de discrição, não de espalhafato. É de aproximações sucessivas, não de pé na porta. É do silencioso Miyamoto Musashi, não de anacrônicos cavaleiros andantes munidos de memes e “tic tacs”, e menos ainda do Cavaleiro Negro do Monty Phyton, aquele que, reduzido pela espada do inimigo a pouco mais que um cotoco humano, continuava bravateando a sua iminente vitória… 


Revista Oeste












publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2023/03/o-retorno-de-bolsonaro-e-o-futuro.html

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More