Com Blog do Noblat - O Globo
O Grêmio Escola de Samba O Povo Unido Jamais Será Vencido saúda este mui nobre e tropical ajuntamento e pede passagem.
Não esperem um desfile de luxo, não mesmo. Afinal, foi-se o tempo do
carnaval patrocinado por bicheiros, empresas privadas e estatais.
Tem ditador africano capaz de meter a mão no bolso e financiar escola
que cante as belezas do seu país. Mas isso é como acertar a megasena
acumulada.
A vida transcorreu confortável até meados do ano passado. Destaques,
figurantes, passistas e músicos acreditaram que tudo ficaria melhor caso
reelegessem a diretoria da escola.
Deu no que sentem na pele. E já não mais escondem. Agora, a palavra de ordem é austeridade.
Menos purpurina. Menos paetê. Menos espelhos. Menos penas de pavão. De volta à realidade ingrata.
Quarta-feira de cinzas é todo dia.
Se o carro abre-alas apresentar algum defeito, relevem, por favor. Se a
comissão de frente errar o passo, não pensem em sabotagem. Poderá ser
descuido.
Se a certa altura do desfile o samba atravessar, paciência. Não cobrem perfeição de quem se sente enganado.
Se faltar harmonia, perdoem. O mal estar é geral. E para escapar de hostilidades, a presidente da escola saiu de férias.
Preferiu manter distância da muvuca. Que perigo correria se fosse
reconhecida na rua... Pois já não conta com a confiança dos seus
súditos.
Sabia de tudo, mas finge que não. É culpada pela maioria dos malfeitos
que se sucederam. Mentiu sem pudor ao acenar com desfiles superiores aos
mais recentes. Fez a Nação de boba.
Quando celebrou sua reeleição, prometeu que tudo faria para doravante ser uma pessoa melhor.
Quero ser “uma pessoa ainda melhor do que tenho me esforçado para ser”, prometeu solene e modesta, ora vejam.
E na hora se impacientou com o barulho daqueles que comemoravam felizes
sua vitória. Falou em diálogo pelo menos meia dúzia de vezes.
Uma delas: estou “disposta a abrir um grande espaço de diálogo com todos
os setores da sociedade para encontrarmos as soluções mais rápidas para
os nossos problemas”.
Papo furado! Desde então não se notou nenhuma mudança nela. Chegou a
passar pouco mais de 30 dias sem dirigir uma única palavra ao seu vice.
Nem mesmo por telefone.
Diz que manda na escola com a ajuda do resto da diretoria. Balela pura! Manda sozinha. Ou tenta.
Trata-se da mesma personalidade irascível de antes. Que devota um indisfarçável desprezo pelos aliados.
Entre relacionar-se com seus semelhantes, que não sabe e não gosta, e
apelar para a propaganda, que vê como uma poção mágica, decidiu chamar o
marqueteiro.
É postura arrogante de quem subestima a inteligência alheia. Não é a
única pessoa a proceder assim. Seu antecessor na presidência também
procede, embora seja simpático e bom de gogó.
Em caso de emergência, se faltar quem puxe o samba, ele puxa à vontade. Se deixarem, puxará em qualquer situação.
Na comunidade, só se comenta as broncas que ele costuma dar na sua
sucessora. Comenta-se também a irritação da sucessora com a deslealdade
do ex, que deixa vazar de propósito tudo o que sente e acha do
comportamento dela.
O ex não engoliu o fato de ter perdido a chance de reocupar um lugar que
era seu por merecimento. E teme que uma nova administração medíocre da
sucessora possa aposentá-lo para sempre.
De resto, está em pânico com o risco de ser apontado como o chefe da
gangue que tungou a escola em milhões de dólares. Sem que a sucessora
tenha suado a camisa o bastante para defendê-lo.
FONTE ROTA2014





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