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16:37
ANDRADEJRJOR
VINICIUS MOTA FOLHA DE SÃO PAULO
SÃO PAULO - Ao final da
longa purgação que apenas se inicia, a Petrobras e todo o complexo
político-empresarial ao seu redor terão sido desidratados. Do devaneio
fáustico vivido nos últimos dez anos restará um vulto apequenado, para o
bem da democracia brasileira.
As viúvas do sonho grande estão
por toda parte. Um punhado de militantes e intelectuais fanáticos por
estatais monopolistas acaba de publicar um manifesto que exala agonia.
O
léxico já denota a filiação dos autores. A roubalheira na Petrobras são
apenas "malfeitos". O texto nem bem começa e alerta para a "soberania"
ameaçada, mais à frente sabe-se que por "interesses geopolíticos
dominantes", mancomunados, claro, com "certa mídia", em busca de seus
objetivos "antinacionais".
Que agenda depuradora essa turma teria
condição de implantar se controlasse a máquina repressiva do Estado.
Conspiradores antipatrióticos poderiam ser encarcerados, seus veículos
de comunicação, asfixiados, e suas empresas, estatizadas para abrigar a
companheirada.
Que espectro de PDVSA, o portento estatal total
que fatura o equivalente a 60% do PIB na Venezuela, poderia surgir no
Brasil. O Congresso conservador, o Orçamento limitado e vigiado, o
Judiciário indócil, o Ministério Público indômito e a Polícia Federal
autônoma seriam afogados pela força diluviana dessa empresa-Estado.
Felizmente
o Brasil é muito maior que o petróleo que produz e pode vir a produzir.
A Petrobras, mesmo agigantada após anos de política monopolista
perdulária, fatura pouco mais de 5% do valor do PIB.
Quanto maior
é o peso de empresas estatais na economia, mais amplos são os meios
para o autoritarismo. Imagine se o governo ainda tivesse em mãos a Vale,
a Embraer e as telefônicas para fazer política. Quais seriam os valores
da corrupção, se é que sobrariam instituições independentes o bastante
para apurá-los?
FONTE AVARANDABLOGSPOT
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