Com Blog Felipe Moura Brasil - Veja
1) Era uma vez o sobrinho do Lula.
Taiguara Rodrigues dos Santos, segundo a VEJA desta semana,
“ganhava a vida em Santos, no litoral de São Paulo, onde se
estabelecera como pequeno empresário, dono de 50% de uma firma
especializada em fechar varandas de apartamentos. Mas a maré mudou.”
“Em 2012, uma de suas empresas de engenharia, a Exergia Brasil, foi
contratada pela Odebrecht para trabalhar na obra de ampliação e
modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. O acerto entre as
partes foi formalizado no mesmo ano em que a Odebrecht conseguiu no
BNDES um financiamento para realizar esse projeto na África”.
Resultado: algum tempo depois, Taiguara já “havia comprado uma cobertura
dúplex de 255 metros quadrados em Santos, dirigia um Land Rover
Discovery de 200.000 reais e tomou gosto por viagens pelas capitais do
mundo, hospedando-se sempre em hotéis de alto luxo”.
O sobrinho do Lula está rico.
2) Era uma vez Lulinha.
Fábio Luís Lula da Silva era, nas palavras de Jair Bolsonaro, “limpador
de estrume de elefante no Zoológico de São Paulo”. Até os 28 anos,
ganhava R$ 600. Mas a maré mudou.
Menos de um ano após a posse do pai em 2002, Lulinha virou sócio de uma
produtora especializada em jogos, a Gamecorp, que, com capital de apenas
100.000 reais, conseguiu vender parte de suas ações à Telemar, a
então maior empresa de telefonia do país, por 5,2 milhões de reais. Em
2006, a Telemar injetou outros R$ 10 milhões na Gamecorp como
antecipação de compra de comerciais na Play TV, antigo Canal 21,
arrendado por 10 anos à empresa de Lulinha pela Rede Bandeirantes para
seis horas de programação diária.
Como a Telemar tinha capital público e era uma concessionária de serviço
público, a sociedade com o filho do presidente sempre causou
estranheza. O objetivo mais óbvio seria comprar o acesso que ele tinha a
altas figuras da República. Sim: Lulinha foi acionado para defender
interesses maiores da Telemar junto ao governo do pai. Em especial, em
setores em que se estudava uma mudança na Lei Geral das
Telecomunicações, que impedia a compra da Brasil Telecom. No fim de
2008, veio a “coincidência”: a lei foi alterada por decreto de Lula, e a
Telemar formou com a Brasil Telecom um império de telecomunicações.
Lulinha está rico.
3) Era uma vez Lula.
Calma: não vou contar a história do sindicalista que subiu ao poder pregando a ética na política.
Só lembro seu comentário em 2006 sobre a estranha evolução de patrimônio do filho:
“Porque deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é
o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo ser o Ronaldinho.”
Não pode todo mundo enriquecer depois de receber 15 milhões de reais da
Telemar. Não pode todo mundo enriquecer depois de assinar um contrato
com a Odebrecht. Não pode todo mundo ser filho ou sobrinho do presidente
da República.
Lula já tem dois “Ronaldinhos”. Os três estão ricos, enquanto o Brasil está pobre.
MATÉRIA EXTRAÍDADEROTA2014
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