Jornalista Andrade Junior

sábado, 28 de fevereiro de 2015

O papo é este!:

Paulo Henrique Abreu – Advogado e jornalista


Como um cadáver putrefato, o PT já tem dado sinais de que não tem como mais segurar o odor que vem dos gasodutos e oleodutos superfaturados das refinarias do Planalto e do ABC paulista, mais precisamente de São Bernardo do Campo

O título deste artigo, é trecho da canção “Pra ser sincero”, do grupo pop rock Engenheiros do Hawaii. A frase não deixa de ser uma real. Contudo, o Petrolão, enquanto crime, tem deixado muitos suspeitos. Logo, ele não é perfeito. Na tentativa vã de deixá-lo perfeito, algumas peças estão se movendo. Os suspeitos de serem os líderes da quadrilha responsável pelos vultosos saques na Petrobras, estão tentando dificultar, ao máximo, que a força divina da Deusa grega Têmis os atinja. Para tanto, desde quando estourou a Operação Lava-Jato em março de 2014, vêm trabalhando em sentido oposto ao da verdade real dos fatos. Quando os primeiros sinais do crime vieram à tona, com as prisões do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, suspeitos de operarem negócios fraudulentos com a estatal de petróleo, a República “Bolivariana” tupiniquim ficou alvoroçada, bem às vésperas das eleições. Aliás, isso ocorre a cada movimentação de policiais federais sob o mando do implacável juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações e as ações penais já em andamento...

Em um primeiro momento, o que mais preocupava os suspeitos líderes da quadrilha, ainda soltos, era de que nada pudesse respingar na campanha da presidente Dilma. Como parte do plano, o PT e o governo iniciaram por bagunçar as CPIs da Petrobras, abertas no Congresso, num claro intuito de que nada pudesse ser apurado. E nada mesmo foi apurado. O partido ainda se desvencilhou de seu deputado André Vargas, o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, flagrado em gravações com o doleiro Youssef. Dados contábeis da empresa foram maquiados e os balanços financeiros não foram divulgados no período eleitoral, para evitar a divulgação do rombo bilionário, o qual a estatal foi submetida. Do ano passado pra cá, o partido tem trabalhado com afinco para evitar que o mau cheiro dos negócios espúrios, inescrupulosos e escusos infeste o já mau cheiroso ambiente político de Brasília.

Para não correr o risco de ter o seu projeto de poder derrotado nas urnas, durante toda a campanha, o PT supervisionado por Lula e pelo marqueteiro João Santana, injetou um arsenal de mentiras para que a sua candidata Dilma e seus “pinóquios” militantes as espalhassem nos mais distantes rincões do país e nas redes sociais. Nunca se viu tanta baixaria num pleito eleitoral como esse último. Nem Odorico Paraguaçu foi capaz de mentir e prometer tanto. Dilma saiu vitoriosa, é verdade, mas de semblante baixo, sem o ar e o gosto da vitória. Porém, o mais grave dessa história são as evidências de que a campanha petista foi abastecida nos “postos Petrobras”, com recursos provenientes de contratos superfaturados celebrados com as maiores empreitaras do país, cujos donos, em sua maioria, estão presos. Isso sem falar nos eventuais crimes de responsabilidade cometidos pela presidente, ao longo do mandato, que poderiam ensejar um impeachment, o que na atual conjuntura com um Congresso fisiológico e faminto e com uma oposição de araque e igualmente fisiológica que temos, não acredito que isso aconteça, ao menos por ora.

Como um cadáver putrefato, o PT já tem dado sinais de que não tem como mais segurar o odor que vem dos gasodutos e oleodutos superfaturados das refinarias do Planalto e do ABC paulista, mais precisamente de São Bernardo do Campo. Está difícil segurar. Depois do Mensalão, novamente o fantasma da capa preta tem assombrado seus dirigentes. Nesta semana, há a expectativa da divulgação, pelo procurador-geral da República, dos nomes dos políticos suspeitos envolvidos no esquema. Não acredito que o suspeito líder maior esteja entre eles, tampouco a suspeita “moça do PRONATEC”. Para que a divindade grega aponte a espada em suas direções, antes terá que enfrentar os sabotadores da Justiça, que agem ao arrepio da lei e da ética política, numa tática de acobertamento dos crimes investigados pela Lava-Jato. A oposição, no início da legislatura, até que conseguiu emplacar uma nova CPI da Petrobras na Câmara, mas os suspeitos líderes já estão com a massa pronta. O deputado Luiz Sérgio (PT/RJ) será o relator desta comissão. Alguma dúvida de que tudo acabará em pizza?

Na semana passada, a combalida Dilma, instruída, conseguiu decorar mais um discurso e diz que tudo é culpa de FHC. É claro que isso é um deboche e não deve ser levado a sério. Em outra frente, para acalmar os empresários presos, evitando que eles delatem os suspeitos líderes que estão soltos, o governo tem costurado, junto ao TCU, um acordo de leniência para que as empreiteiras envolvidas no Petrolão não sejam banidas das obras públicas, sob o falso argumento de defesa de postos de trabalhos. Já o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – nem sei se posso chamá-lo assim, de ministro da Justiça -, ao convidar advogados, em seu gabinete, e prometer benefícios e proteção aos clientes deles - conforme está sendo apurado -, para que eles não aceitem o acordo de delação premiada, no mínimo, está obstruindo os trabalhos da própria Justiça e cometendo os crimes tipificados no art. 6º, §5º da lei 1.079/50 e art. 349 do Código Penal (Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime). Esse é o chamado crime de favorecimento real, que consiste no auxílio ao autor da infração penal a preservar, a conservar o proveito do crime. Depois de tudo que relatei, você acha que esse país é sério? Não, né?

O papo é este!



FONTE BLOGDOSOMBRA

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