Jornalista Andrade Junior

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Acredite se quiser: Extintor em carro é risco para o motorista

Carlos Newton


Um dos mais sórdidos escândalos do governo atual nada tem a ver com a Petrobras nem com empreiteiras ou bancos. Foi denunciado pelo jurista Jorge Béja, que considerou “uma patifaria” a exigência de todos os veículos terem extintores de incêndio tipo ABC, porque esse tipo de equipamento ainda nem estava à disposição para venda e, quando era encontrado, cobrava-se R$ 150 cada, quando o preço real deveria ser apenas R$ 20.
Diante da procedência da denúncia de Béja, o governo teve de imediatamente recuar e adiou por 90 dias a entrada em vigor da exigência, que à primeira vista até parecia ser uma medida positiva, destinada a proteger o usuário, que passaria a usar um extintor mais apropriado. Mas não era exatamente este o objetivo da exigência.
Somente agora surge a verdade sobre esse golpe do extintor, que é muito parecido com outra jogada feita anos atrás, quando o governo obrigou todos os veículos a portarem um kit de primeiros socorros. Depois que milhões de kits foram vendidos e o dinheiro já estava no caixa dos fabricantes, o governo surpreendentemente revogou a exigência.
MUITO MAIS GRAVE
Agora o administrador de empresas Sérgio S. Antunes nos mostra que o caso do extintor é muito mais grave. Diz ele que, primeiramente, não podemos nos esquecer de que não somos “bombeiros”, porque não temos formação profissional específica, muito menos vocação. Antunes explica que, se não somos especialistas em combater o fogo, o que sobra são apenas danos materiais e morais, como acidentes graves e queimaduras devido à exposição ao fogo, por não pertencermos à classe profissional dos bombeiros.
Assinala também o comentarista da TI que nos países de primeiro mundo, como os Estados Unidos, os governos não obrigam motoristas a terem extintores nos carros, justamente para evitar acidentes. O motivo é simples: quando o motor de um automóvel está em chamas, ao se levantar o capô, entra uma grande quantidade de ar (leia-se: oxigênio) ampliando imediatamente o volume do fogo, que pode atingir o motorista.
O comentário de Sergio S. Antunes é irrespondível. Ele tem toda razão, porque é vergonhosa a posição do governo brasileiro, ao privilegiar e favorecer os fabricantes de extintores. E Antunes então nos recomenda: “Povo Brasileiro, está na hora de acordarmos e sair para as ruas, batendo panelas fazer valer nossa voz, pois, cá entre nós, estamos silenciosos demais”. E você, o que acha?



fonte tribunadainternett

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