Carlos Newton
O carnaval termina melancolicamente, trazendo o país de volta à sua realidade. No principal evento carnavalesco a vitória foi bancada por uma das mais cruéis e implacáveis ditaduras do mundo contemporâneo, mostrando que esse país está mesmo de pernas para o alto. No ano passado o vice-ditador Teodorin Obiang, que passa todo carnaval no Brasil, tinha sido preso pela Polícia Federal em Salvador, por ser procurado pela Interpol (Polícia Internacional), com ordem de prisão emitida pela França.
Não se sabe como, Teodorin deu um jeito, foi liberado e fugiu do país em seu jato particular, antes que a Justiça brasileira se pronunciasse. A maior surpresa veio depois. Não somente conseguiu ganho de causa na apodrecida Justiça brasileira, como também comprou o enredo da Beija-Flor e veio assistir ao desfile, como faz todos os anos.
A criatividade da Beija-Flor foi comprada por R$ 10 milhões de reais, teve como tema a Guiné Equatorial (leia-se: sanguinária ditadura da família Obiang), um enredo absurdo acabou sendo desenvolvido com maestria pelo carnavalesco Laíla, que é uma das crias de nosso eterno amigo Fernando Pamplona, o grande renovador do carnaval carioca.
Como explicar que um enredo como este possa tirar tirado 10 na contagem dos três jurados do quesito e 9,9 no outro julgador? Ora, a vitória da Beija-Flor só é explicável pelo surrealismo atual, pois o Brasil está vivendo uma fase de completa inversão de valores, onde os cidadãos de bem passaram a ser a escória do país. No ano que vem, quem sabe o Estado Islâmico também queira participar, com o enredo sobre as Mil e uma Noites? É claro que vai levar 10, nota 10!
fonte atribunadainternet
0 comments:
Postar um comentário