Frederico Vasconcelos: folha de São Paulo
Sob o título “Tempo de reescrever o país“,
o artigo a seguir é de autoria de Jorge Adelar Finatto, escritor e juiz
aposentado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Foi publicado
originalmente em seu blog “O Fazedor de Auroras“.
Aqueles que lutaram de coração aberto e sem interesses mesquinhos
pela democratização do Brasil não podiam imaginar que gente
inescrupulosa se valeria da democracia, duramente conquistada, para
assaltar o país.
Os que roubam a nação, ou permitem que a roubem, são os maiores
inimigos dos direitos do cidadão, da justiça social e da liberdade.
Se o país não tivesse a corrupção que o assola, estampada ad nauseam
nos meios de comunicação, os brasileiros teriam qualidade de vida igual
ou superior à das nações mais desenvolvidas. Mesmo com os atuais 200
milhões de habitantes.
Porque aqui se trabalha muito, se produz muito, pagam-se oceanos de impostos.
Temos território, recursos naturais, miscigenação,
multiculturalismo. A imensa maioria das pessoas quer estudar, realizar
projetos, transformar.
Mas aí acontece esta tragédia que é a corrupção com dinheiro
público, nunca tão escancarada. Por suas enormes dimensões e
implicações, atinge e penaliza toda a sociedade.
É impressionante o que se vê. Para tentar corrigir tantos abusos e
desmandos, fala-se, eufemisticamente, em ajuste fiscal. Isto é,
entrega-se a conta desumana para o cidadão pagar.
Estou numa altura da vida em que não posso me dar ao luxo de perder a
esperança. É tarde demais pra isso. Preciso acreditar que as coisas vão
melhorar.
Confio, portanto, que o Brasil sairá dessa, porque o povo é sábio e
não se deixará enganar por quem lhe traiu a confiança, tenha as cores
que tiver, seja do partido político e da ideologia que for.
Está em nossas mãos construir um país mais justo, começando por
dizer não à corrupção e a toda forma de desonestidade, mentira e
violência. É nas pequenas atitudes de cada indivíduo que vamos mudar
esta realidade.
extraídadoblogrota2014
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