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22:01
ANDRADEJRJOR
GUILHERME FIUZA REVISTA ÉPOCA
O doleiro do petrolão
afirmou, em delação premiada, que o Palácio do Planalto sabia do
esquema. Citou pelo menos três ex-ministros de Dilma cujos nomes ouviu
várias vezes nos momentos decisivos das operações criminosas. Alberto
Youssef disse também aceitar acareações com qualquer um. O esquema
bilionário que funcionou mais de década exatamente sob os governos do
PT, operado por diretores da Petrobras nomeados ou protegidos pelo grupo
político governante, chegou à sua hora da verdade. Ou o Brasil acredita
que o doleiro Youssef botou a República debaixo do braço e fez o
governo inteiro refém, ou o comando da quadrilha terá de aparecer.
Youssef
afirmou, em seu depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba, que se
sentia “”mais seguro” em suas operações criminosas por saber que tinha a
proteção do Palácio do Planalto. Marcos Valério não chegou a dizer
literalmente a mesma coisa, mas o julgamento do mensalão mostrou que ele
também era assegurado pelo Palácio – tanto que o então ministro-chefe
da Casa Civil acabou condenado e preso. Nos dois megaescândalos, dois
tesoureiros do PT presos, acusados de participar de desvios de dinheiro
de estatais para o partido. E o Brasil, chupando o dedo, não liga lé com
cré e se recusa a entender que esse é um padrão de governo.
Aliás,
“a única forma de governar o Brasil” — como Lula teria afirmado a José
Mujica, ex-presidente do Uruguai. Os dois ex-presidentes naturalmente
negaram que se tratasse do reconhecimento do escândalo, mas o livro que
traz essa passagem é absolutamente claro ao contextualizá-la como
referência ao mensalão. Um dos autores do livro, Andrés Danza, declarou
não ter dúvidas de que assim a fala de Lula fora entendida por Mujica —
com quem, aliás, Danza tem excelente relação. Possivelmente o
ex-presidente uruguaio, chapa de Lula, achou que expondo a confissão de
“”culpa” do colega brasileiro em relação ao escândalo iria humanizá-lo. É
um tipo de humanismo que passarinho não bebe.
A tolerância do
Brasil com os métodos escancarados do PT beira o masoquismo. A pessoa em
quem Dilma Rousseff mais investiu para ser seu braço direito no governo
chama-se Erenice Guerra, investigada em dois escândalos de tráfico de
influência dentro do Palácio — este que Youssef diz que o fazia
sentir-se seguro, o mesmo de onde foi engendrado o mensalão. É uma
vertiginosa sucessão de coincidências. Ou então o Brasil gosta de
apanhar.
Gosta porque não se mexe. Está esperando a Justiça
capturar a quadrilha. E vai esperar sentado. A domesticação da corte
máxima dessa Justiça apresenta neste exato momento mais um capítulo
circense – talvez o de maior audiência, pelo que tem de bizarro. O país
assiste à indicação de mais um soldadinho petista para o Supremo
Tribunal Federal – um simpatizante do MST, para ter uma ideia do nível
de aparelhamento a que está chegando a Justiça brasileira, esta que a
platéia está esperando pegar os chefes do bando. O novo indicado por
Dilma para o STF tem até site feito pela mesma pessoa que faz o do PT,
provando que a independência não livra ninguém dos sortilégios da
sincronicidade.
O Congresso Nacional teria a chance de devolver
essa carta marcada ao Planalto, reprovando a indicação de Luiz Edson
Fachin ao Supremo. Mas o Congresso é… o Congresso. E assim o país vai
assistindo candidamente ao adestramento das suas instituições pelos
companheiros progressistas, que conseguiram subjugar até as contas
públicas — travestindo o balanço governamental através da contabilidade
criativa e das já famosas pedaladas fiscais (tão famosas quanto
impunes). Claro que a lavagem cerebral companheira já chegou forte a
escolas de todo o país — sendo que até colégios militares andam sendo
coagidos a ensinar o conto de fadas petista, coalhado de ideologias
exaltando as pobres vítimas do capitalismo que mandam no Brasil (pelo
visto, para sempre).
O Congresso Nacional está em cima do muro, o
governo está atrás do muro e o Supremo está atrás do governo. Só o
povo, com ou sem panelas, pode afrontar essa barricada no coração do
Estado brasileiro e libertá-lo — exigindo que a Lava Jato siga o
dinheiro até o fim. E levando a investigação até dentro desse Palácio
que protege doleiros.
EXTRAÍDADAVARANDABLOGSPOT
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