Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 25 de maio de 2015

"A era do vapor",

 por Nelson Motta  O GLOBO

O pior do cigarro não é a nicotina, é a fumaça quente de papel queimado e as substâncias químicas que lhe são adicionadas para dar sabor e potência

O cigarro está com os dias contados, com o tempo só existirão os vaporizadores. Embora liberados nos Estados Unidos e na Europa, no Brasil, graças ao zelo do nosso Estado-babá que nos protege de nós mesmos, eles estão proibidos. Além de saber algo que eles não sabem, a Anvisa deve ser mais equipada, competente e rigorosa que a FDA americana e as agências de saúde europeias, onde os diretores devem ser indicações políticas e sensíveis a toda sorte de lobbies e pressões...
Um vaporizador é um pequeno aparelho eletrônico tubular parecido com uma caneta, movido a bateria, que, por aquecimento, extrai do tabaco, ou de qualquer erva que seja colocada em seu “forno”, a sua umidade em forma de vapor de água e a sua substância ativa para ser aspirada. Nada queima, não há combustão, o que parece ser uma nuvem de fumaça é só vapor de água, sem cheiro nem sabor, nem qualquer efeito em pessoas próximas.
Não é preciso ser da Anvisa para saber que os piores malefícios do cigarro não vêm da nicotina, mas da fumaça quente de papel queimado e das centenas de substâncias químicas que lhe são adicionadas para dar sabor e potência. Nos vaporizadores, só água e nicotina são inalados, e eles estão ajudando muitos fumantes a largar o cigarro, que é uma forma de adição mais comportamental do que química, em que o cilindro de papel entre os dedos é um fetiche mais poderoso e mais difícil de abandonar do que a dependência de nicotina.
Em Nova York, os vapers fizeram uma campanha para liberação de seu uso em lugares não fumantes. Testes rigorosos foram feitos e ficou provado que não havia nenhum risco para “aspiradores passivos”, o vapor de água se dissolvia no ar em segundos e era inodoro. Só não foi liberado porque o prefeito Bloomberg, antitabagista xiita, admitiu que não causava danos a terceiros... mas estimulava o vicio do tabagismo, e vetou.
Os vaporizadores vieram para ficar, cada vez mais sofisticados e mais baratos, como um sonho para os fumantes e um pesadelo para as companhias de tabaco e os governos que arrecadam bilhões em impostos com cigarros. E depois gastam em tratamentos de saúde.







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