Com Blog do Josias - UOL
Brasília é uma cidade dada a esquisitices. Mas poucas vezes esteve tão
surrealista como agora. Nesta semana, prefeitos e manifestantes
pró-impeachment encherão os espaços públicos da Capital de protestos
contra o governo. Enquanto isso, nos gabinetes, PT e PMDB discutirão,
como fazem há semanas, sobre quem é o responsável pela paralisia que
produz a atmosfera de permanente insurreição. Um partido acusa o outro. E
o ministro Joaquim Levy (Fazenda) acha que ambos estão cobertos de
razão.
O PT diz que os caciques peemedebistas Renan Calheiros e Eduardo Cunha
conspiram em dobradinha para fatiar as medidas fiscais enviadas por
Dilma ao Legislativo. O PMDB reage, indignado, afirmando que quem tem
Lindbergh Farias e Paulo Paim como filiados não precisa de traidores.
Lula aponta deficiências na articulação política de Michel Temer. E
Temer queixa-se da desarticulação que Dilma provoca na política ao
reunir-se com Lula e o concílio de sábios petistas pelas suas costas. O
PT reclama de perda de espaços no rateio de cargos. O PMDB revolta-se
com a demora na entrega das poltronas prometidas.
Diante de um cenário tão inusitado, a oposição perdeu a serventia. Não
resta ao PSDB e aos seus satélites senão a alternativa de se dissolver
como partidos do contra e aderir ao bloco governista. Na oposição, não
conseguem ter metade do poder de destruição dos aliados.
Aderindo ao governo, os oposicionistas não precisariam mais se esgoelar
da tribuna para atazanar Dilma. Passariam a combinar, em longos almoços
nos melhores restaurantes de Brasília, as emboscadas contra as correções
de rumo idealizadas pelo ex-colaborador tucano Joaquim Levy.
extraídaderota2014blogspot
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