Carlos Newton
(PUBLICADO ORIGINALMENTE EM TRIBUNA DA INTERNET)
Toda declaração de quem está no poder – seja de fato ou apenas ilusoriamente, como é o caso de Dilma Vana Rousseff, que reina mas não governa – deve ser precisa e direta, para evitar duplas interpretações. Qualquer descuido pode se tornar fatal, os governantes (no caso, apenas governanta) precisam ter um cuidado absoluto no que dizem à nação.
Sob este aspecto, Dilma Rousseff é uma tragédia. Quando abre a boca, saiam da frente. A discussão do impeachment, por exemplo, só ganhou realmente destaque depois que ela mesma tocou no assunto, quando deveria simplesmente evitá-lo por completo. Dilma simplesmente afirmou: “Não há razões para impeachment”. Na certa, achava que iria sepultar o debate, mas só fez acirrá-lo.
LEVY FICA NO GOVERNO
Na quinta-feira, voltou a dar declarações, no Palácio Itamaraty, enquanto aguardava a chegada do presidente uruguaio Tabaré Vázquez. A propósito da necessidade de aprovação das medidas de ajuste fiscal em tramitação no Congresso, Dilma afirmou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é homem de sua confiança e permanecerá no governo.
Ao dar esta declaração, a governanta achou que iria colocar uma pá de cal na entrevista do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que defendeu a demissão do ministro. Mas é claro que isso terá efeito contrário, só vai aumentar a discussão a respeito.
LULA E O DIABO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece disputar com Dilma para ver quem diz mais disparates. “Os pastores evangélicos jogam a culpa em cima do diabo. Acho fantástico isso. Você está desempregado é o diabo, está doente é o diabo, tomou um tombo é o diabo, roubaram o seu carro é o diabo”, disparou Lula, arrancando gargalhadas de representantes de centrais sindicais e do MST.
“Eu acho legal (culpar o diabo) porque é direto. Não tem nem investigação. É direto. O culpado está ali. É a teoria do domínio do fato”, brincou Lula. Diante da receptividade calorosa da plateia, que não parava de rir, ele ironizou a cobrança de dízimo nas igrejas evangélicas. “E a solução também está ali. É Deus. Pague o seu dízimo que Jesus te salvará”, disse em tom eloquente, imitando uma pregação religiosa. “Vocês sindicalistas têm que aprender a fazer isso porque cobram mensalidade, cobram contribuição sindical e não resolvem (as demandas da categoria).”
Bem, com estas declarações estapafúrdias, Lula perdeu, de estalo, vários milhões de votos dos evangélicos e até de adeptos de outras religiões. Se pensava em voltar à Presidência em 2018, agora pode desistir.
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