MIRANDA SÁ -
“A verdade é grande, mas maior ainda, do ponto de vista prático, é o silêncio sobre a verdade” (Aldous Huxley)
Qual o assalariado consciente que se filiaria e pagaria a mensalidade
para um sindicato nos dias de hoje? Houve época que fazíamos com
entusiasmo; hoje, contribuímos compulsoriamente através da excrescência
fascista que é o famigerado Imposto Sindical.
Por causa disso, a pelegagem domina a representação classista. Como
uma agulha no palheiro é difícil encontrar um sindicato livre da
bandidagem que, através de uma minoria organizada, domina a organização.
Os sindicatos nasceram paralelamente à revolução industrial. A
princípio com a atuação anarco-sindicalista dos operários fabris na luta
reivindicatória por uma jornada de trabalho justa, melhores salários e a
prática solidária do mutualismo com as caixas beneficentes.
Até princípios do século 20, foi assim. Depois se infiltraram
comunistas, fascistas e católicos, formando frações para usar os
sindicatos partidariamente, e/ou para abrandar a luta de classes,
tentando resolver os problemas pacificamente.
Nos primeiros tempos, foi violenta a repressão capitalista na Europa e
nos EUA. O processo e execução dos anarquistas Sacco e Vanzetti em
Massachusetts, EUA, com protestos no mundo inteiro, conquistaram a
legalização parlamentar do sindicalismo nos países desenvolvidos. A data
de sua morte, 1º de maio, instituiu o Dia do Trabalho.
Os países subdesenvolvidos, semi-industrializados, mantiveram a
repressão policialesca por mais tempo, o quê, contraditoriamente,
fortaleceu os sindicatos, dando-lhes solidariamente apoio e força.
Os governos (principalmente os ditatoriais) quando se viram obrigados
a reconhecê-los, juntaram-se ao patronato, adotando a experiência dos
países totalitários, Alemanha, Itália e URSS: Introduziram nas entidades
agentes e informantes. Dessa maneira surgiram os pelegos no Brasil.
Aqui receberam este nome, uma gauchada dos tempos de Vargas.
O pelego é antes de tudo um amoral e serve a dois senhores. Vemos
translucidamente o que ocorre nos atuais sindicatos, onde a falsa
representação é estimulada por um sistema corrupto e corruptor. Sob este
governo, que marcha para o totalitarismo, todo tipo de estrutura
sócio-política é infiltrada, cooptada ou mercenarizada.
Há até coerência nisto. O Partido dos Trabalhadores, que ocupa o
poder, foi formado por pelegos sindicais e teóricos gramscistas, uma
manifestação típica do oportunismo. O personagem principal da farsa
armada nos movimentos populares, principalmente no movimento sindical, é
o notório pelego da Volkswagen, Lula da Silva, cuja malícia e
amoralidade são notórias.
A ideologia do pelego é o engodo. Nas lutas internas dos sindicatos
usam todas as armas da simulação e, em muitos casos, temos lido no
noticiário seqüestros e assassinatos. É dentro desta realidade que se
fortalece a pelegagem. E o pior, assistimos – muitas vezes estarrecidos –
os que atuam na administração pública.
Pouco se fala nisso, como escreve Huxley, faz-se silêncio sobre essa
verdade. Sou ainda filiado ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do
Rio de Janeiro e, consequentemente à Federação dos Jornalistas. Faço-o
por saudosismo, mas de vez em quando acompanho suas gestões e constato
que as duas entidades estão partidarizadas.
O conceito da bandidagem não chega a nenhuma das duas. Suas políticas
estão mais para o adesismo partidário do que para o mercenarismo; vejo,
porém, que suas diretorias os controlam minoritariamente, por omissão
ausente ou desencanto da maioria dos filiados.
Outro dia ouvi de um político – dito de esquerda – entrevistado no
programa do jornalista Ricardo Setti, na TV-Globo News, que o caminho
adequado para conquistar a “verdadeira democracia” é a organização
popular; ele aconselhou a adesão cidadã a um sindicato, associações de
bairro ou de igrejas, grêmios culturais e esportivos. Assim, a voz do
povo será ouvida pelos governantes através das entidades.
Ou ele é um ingênuo – acredito que seja – ou um propagandista
partidário, procurando trilhas diversionistas armando uma arapuca para
pegar desavisados. De um jeito ou do outro, a sugestão dele visa
recrutar pessoas bem intencionadas para sua causa.
As manhas dos políticos são notórias… Falam de coisas para se fazer
respeitar e seguir as suas ideias. É impossível desconhecer que os
movimentos populares e sindicais estão controlados por pelegos do PT-governo e seus ‘puxadinhos’. Salvam-se poucos.
A autodenominada ‘esquerda’ está mais para narco-populismo. Com o
partido no poder, como é o caso do PT, não fazem denúncias, negaceiam a
ineficiência, calam sobre a corrupção e omitem o fracasso das próprias
teorias quando postas em prática.
Sempre que podemos nos manifestar, devemos repudiar os sindicatos –
em sua imensa maioria – controlados por pelegos. É um imperativo da
consciência nacional uma mudança urgente, uma revolução realmente
revolucionária para transformar esta realidade.
A revolução verdadeiramente revolucionária se processa com a ocupação
das ruas pelos brasileiros conscientes contra o Império da Pelegagem. É
a ação objetiva e final para o fim do amoralismo lulo-petista e do
silêncio da mídia, e o triunfo da verdade.
extraidadatribunadaimprensaonline
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