Bernardo Mello Franco Folha
A aprovação da primeira MP do ajuste fiscal afastou as condições de se iniciar um processo de impeachment contra Dilma Rousseff. A avaliação é de um dos principais líderes da oposição: o presidente do PPS, Roberto Freire.
Para o deputado, a votação da última quarta mostrou que o governo ainda consegue formar maioria na Câmara, mesmo à custa de cargos e promessas. Ele afirma que a crise econômica não chegou ao clímax e que a oposição precisa ser “realista” ao medir as forças no Congresso.
“O impeachment não é produto do desejo individual de ninguém. Ele ocorre quando o governo não tem mais condições políticas de continuar”, diz Freire, que exerce o sétimo mandato na Câmara e votou contra os cortes no abono salarial e no seguro-desemprego.
“Um presidente só cai quando o país se torna ingovernável. Quem derrubou o Collor não foram os caras-pintadas nem a oposição. Foi a classe dominante, que percebeu que a permanência dele no poder estava atrapalhando o país”, afirma.
A situação atual é diferente, diz o oposicionista, porque o mercado financeiro e o empresariado se uniram a favor do ajuste. “Quem tem seus interesses atendidos pelo governo não vai trabalhar para derrubá-lo.”
Há apenas duas semanas, os deputados do PSDB se diziam prontos para protocolar um pedido de impeachment. Freire recorre a uma metáfora do boxe para explicar como o vento mudou em Brasília. “O governo estava nas cordas, mas essa votação o colocou de volta no ringue.”
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PS - As primeiras entrevistas do projeto “História Oral do Supremo”, da Fundação Getulio Vargas, são valiosas pelo que revelam sobre o passado e o presente da corte. Um trecho do depoimento do ex-ministro Sydney Sanches: “Esse ministro que foi advogado do Lula, foi advogado do PT… Como é que é o nome dele?”.
O nome é Toffoli. Dias Toffoli.
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