Por LEANDRO MAZZINI - Via Correio do Brasil
O quiprocó sobre a permanência ou não da ex-ministra e senadora Marta
Suplicy no PT tornou-se assunto prioritário na cúpula do partido –
leia-se Luiz Inácio Lula da Silva, Rui Falcão e também a
presidente Dilma Rousseff, que pode ser afetada diretamente, assim como o
partido. Não apenas pelo desgaste escancarado nas relações entre os
petistas, naturais pelos 12 anos de Poder nacional, mas em especial pela
equação no Senado Federal.
Desde quando presidente da República, Lula se empenhou
pessoalmente em controlar a bancada governista na Casa Alta, desde a
eleição até a composição da base no início dos Anos Legislativos
(contava, evidente, com a união do PT). Com Marta insatisfeita, a dúvida
agora é se ela, independentemente do tempo que permanecer na legenda,
vai votar com o governo no plenário ou se pode ser contabilizada na
oposição – tanto nos votos quanto nos discursos.
Perder o apoio de uma senadora com significativa vitrine e
representante do principal Estado do Brasil não estava nos planos do PT
até poucas semanas atrás. A preocupação agora da cúpula do PT é se a
gritaria de Marta, pela imprensa, passará despercebida pelos
correligionários e colegas de partido, ou se ganhará eco, mesmo que
velado, nos gabinetes de estrelados petistas – esse sim o risco não
calculado por Lula.
Daí Lula voltar à ativa mais cedo do que o esperado, do alto de seu
gabinete no Instituto em São Paulo que leva o seu nome, em telefonemas e
recados, para neutralizar Marta. A senadora é aliada de primeira hora
do ex-presidente, já o defendeu publicamente, mas isso não lhe garante
imunidade no partido para girar a metralhadora contra Dilma e o governo a
ponto de atingir também o projeto de Poder do partido. O retorno de
Lula, discreto mas forte nas articulações, já soa entre os petistas um
recado claro do chefe de que não quer discórdia entre mandatários e nas
hostes.
Por isso Lula deu o primeiro passo. Ao saber que Marta iniciou um
namoro com o PMDB paulistano, um partido atrás de bons nomes e que nem
sempre é ‘aliado’, Lula fez uma jogada de mestre. Determinou ao prefeito
Fernando Haddad que abrisse espaço no secretariado (e não qualquer
cargo) para o PMDB. Haddad não só obedeceu como o nome certo,
articulado, foi um golpe em Marta: Gabriel Chalita na Educação, como
publicamos ontem, é um obstáculo no projeto de Poder de Marta. Se ela
pensava em se candidatar à prefeitura pelo PMDB ano que vem, já repensa.
Marta tornou-se um túmulo verbal desde o último artigo no qual criticou
Dilma e o governo.
Rollemberg e o carrinho
O PSB ganhou nome e sobrenome ‘no Sul’, com a morte do líder Eduardo
Campos. Enquanto Paulo Câmara, o escolhido por Campos, governa
Pernambuco, continua quieto no gabinete, estudando saídas e
compenetrado, o governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg.
Rollemberg tornou-se a esperança de uma vitrine nacional para o PSB.
Está em suas mãos a responsabilidade de tirar o DF da lama bilionária
financeira deixada por Agnelo Queiroz (PT), que fugiu do País e cujo
paradeiro é incerto.
A necessidade faz o homem, as contas fazem o gestor. Certa noite, no
início de 2014, o repórter encontrou Rollemberg empurrando carrinho e
fazendo compras sozinho para casa num supermercado da Asa Sul. Conferia
atentamente os pedidos, na meta de melhor preço e produto – ou no
bordão, custo-benefício.
Se seguir esta linha no governo, terá a chance de recuperar os cofres
arrombados pela quadrilha que deixou o território com R$ 5 bilhões em
déficit.
fonte atribunadaimprensaonline
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