O senador Aécio Neves (PSDB) disse que estuda entrar na Justiça contra o descumprimento da meta
É péssimo que o governo tenha abandonado completamente a meta fiscal para 2014 com um novo truque de maquiagem. Mas enviou um projeto ao Congresso para resolver a questão do ponto de vista legal. A discussão é econômica. É um erro político falar em crime de responsabilidade, como fazem alguns setores da oposição...
O senador Aécio Neves (PSDB) disse que estuda entrar na Justiça contra o descumprimento da meta. Falar em crime de responsabilidade significa abrir possibilidade de discutir o impeachment de uma presidente da República que acabou de ser eleita democraticamente.
Isso não ajuda o país. É uma aposta num clima de confronto permanente que, no limite, dificulta a governabilidade de quem tem ainda mais de quatro anos de mandato pela frente.
Apontar os erros da política econômica e cobrar as medidas de correção de rumo necessárias parecem ser um caminho mais adequado e responsável.
Enquanto Aécio Neves falava em recorrer à Justiça contra o abandono da meta fiscal, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmava que há um pessimismo exagerado em relação à economia brasileira. Segundo Alckmin, era exagerado o otimismo de alguns anos atrás e seria exagerado o pessimismo atual. Essa avaliação retrata mais a realidade do país.
Existem problemas sérios que precisam ser enfrentados na economia. A “Folha de S. Paulo” noticia hoje que 30% das indústrias de São Paulo vão tomar empréstimo para pagar o décimo-terceiro salário de seus funcionários.
A presidente Dilma já deu todos os sinais de que fará um ajuste econômico gradual. A oposição ganharia mais discutindo se esse é o caminho ideal. Deveria apontar o desastre de mais uma promessa descumprida e de mais uma tentativa de maquiagem. Deveria cobrar do governo que assumisse claramente o déficit primário, deixando claro que essa conta ficará no vermelho mesmo. Seria bem melhor do que essa conversa de crime de responsabilidade, que é uma irresponsabilidade política. É também um discurso golpista.
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O convite de última hora para que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fosse ao encontro do G-20, na Austrália, alimentou especulações de que ele poderia se tornar o novo ministro da Fazenda. Seria uma escolha ruim, porque ele não questionou as intervenções políticas que a presidente Dilma Rousseff fez no Banco Central nos dois primeiros anos e meio do atual governo.
Tombini se mostrou submisso a Dilma e ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Seria uma escolha bem diferente das mudanças prometidas pela presidente durante a campanha. O slogan foi “Governo Novo, Ideias Novas”. Tombini não representa ideia nova e não tem cacife político para conduzir a recuperação da credibilidade da política econômica. Seria um sinal de praticamente mais do mesmo, com alguma leve alteração.
Como a presidente está adiando o anúncio do novo ministro da Fazenda, qualquer gesto é motivo para especulação. Todas as reformas ministeriais da presidente foram arrastadas. A última, na virada de 2013 para 2014, durou meses e foi um desastre.
O ideal seria que Dilma já tivesse indicado o comandante da economia. Mas o que importa é que a presidente faça uma boa escolha, uma escolha forte, que a ajude a limpar problemas na área econômica, porque no campo político também há complicações. A combinação de problemas na economia e na política geralmente provoca resultados ruins para o governo e para o país.
A demora na escolha da equipe econômica cria prejuízos políticos e econômicos. Houve agora o abandono da meta de superávit primário de 2014. Seria importante que o novo ministro da Fazenda já estivesse à frente do cargo para dizer qual será a estratégia fiscal do segundo mandato diante do fracasso deste ano. Sem um nome, resta apenas a batalha política entre governo e oposição.
Fonte: Blog do KENNEDY - Por DANIELA MARTINS -
1 comments:
Qual a dificuldade em apontar o crime? Crime é crime. Seja de Presidente sejam das demais autoridades. Não imputar responsabilidades é falta de vergonha e mais um ato de CUMPLICIDADE para com gente que não tem condições de assumir a responsabilidadee do porte de Presidente do Brasil.Veja-se que foi eleita por pressão de chantagem contra pobres e miseráveis. Ela tem responsabilidade administrativa sim a ser imputada. Nós, brasileiros estamos cansados com a falta de seriedade, com a corrupção e com o cinismo dela de tantos outros.
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