A nova fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, foi tema de um
artigo no jornal norte-americano "New York Times" publicado nesta sexta
(14).
Segundo a análise na página "DealBook", especializada em notícias
financeiras e de mercado de capitais, a recente crise envolvendo a
Petrobras pode desencadear uma fuga massiva de investimentos dos
mercados financeiros brasileiro e latino-americano.
O texto afirma que "quando a companhia mais endividada do mundo adia um
comunicado aos acionistas graças a um enorme escândalo de corrupção, uma
oscilação nos mercados pode ser esperada".
O jornal chama a atenção para a queda acentuada na bolsa brasileira, que
chegou a atingir oito pontos negativos no dia em que foram deflagradas
as prisões de executivos da Petrobras e de gigantes que prestaram
serviços à empresa de combustíveis, como as construtoras Camargo Corrêa,
Queiroz Galvão e OAS.
Em seguida, afirma que "a presidente Dilma Rousseff, que esteve à frente
do conselho da Petrobras antes de se tornar presidente, em 2010, não é a
única a sofrer pelos crescentes problemas da empresa". O mercado
financeiro brasileiro como um todo poderia sofrer também, e não só pela
perda de confiança causada pelas ações da Polícia Federal.
Segundo a análise, a recente tendência de grandes fundos de
investimento, como Pimco, Black Rock, Fidelity e Oppenheimer,
substituírem os bancos no financiamento a empresas e países, tornou as
grandes companhias ainda mais vulneráveis ao humor dos investidores
externos.
É o caso da Petrobras, que tem até US$ 51 bilhões de sua enorme dívida
subsidiada por fundos de investimento –o Pimco sozinho responde por 4,3%
dos débitos. Segundo o plano de negócios da empresa, a dívida poderá
ultrapassar US$ 200 bilhões nos próximos anos, como condição à
exploração do pré-sal.
Apesar de ressalvar que o mercado financeiro brasileiro, em geral, caiu
apenas 1% na sexta (14), o artigo conclui que "o temor é que o pânico de
venda de papeis em uma companhia ou país possa se espalhar rapidamente,
já que esses países e essas empresas são tão dependentes do capital
privado estrangeiro, levando a um contágio de investimentos mais amplo".
fonte rota2014
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