Carlos José Marques - IstoE
Definitivamente há algo de podre no longo reinado petista de quase 14
anos governando o País. A prisão de dois de seus ministros da Fazenda,
em sequência, dentro da Operação Lava Jato desfraldou para o Brasil como
funcionava – nos limites do impensável – a engrenagem operacional do
Partido na busca de financiamento ilegal para garantir a sua perpetuação
no poder.
Antônio Palocci foi parar atrás das grades, logo após Guido Mantega, ao
ficar demonstrado que a pasta reiteradamente serviu, pelas mãos deles,
de arrecadadora de fundos na troca por “favores” lucrativos aos
interlocutores. \
Palocci atuou como intermediário em negócios escusos que, de uma única
empreiteira, arrancou pelo menos R$ 128 milhões, conforme apuraram os
investigadores. Enquanto isso, enriqueceu.
Teve uma das mais fulgurantes carreiras de “consultor” de que se tem
notícia, facilitando os contatos entre clientes e os governos de Lula e
Dilma, aonde manteve livre acesso mesmo após deixar o posto envolto em
escândalos.
Disse o juiz Sérgio Moro em seu despacho que o ex-ministro mergulhou em
um “mundo de sombras” e usou os mais altos cargos da República e
campanhas eleitorais para achacar empresários. O modesto médico de
Ribeirão Preto, o “italiano”, como era chamado nos emails, chegou
longe.
Deu método e sistemática imorais ao relacionamento da sigla PT com o
mundo empresarial. Como interlocutor preferencial foi depois sucedido
por Mantega que, diligentemente, atendendo a determinação dos
mandatários a quem serviu, levou adiante a montagem e execução do
esquema. A Polícia Federal liga Mantega a propinas que somam R$ 50
milhões.
Os guardiões da economia, agora se sabe, trataram primeiro de garantir
os interesses da sigla, dos aliados e seus próprios antes de zelar pela
estabilidade. O Partido dos Trabalhadores, cada dia fica mais evidente,
usou a máquina estatal de maneira criminosa como nenhuma outra
agremiação na história.
De forma premeditada corrompeu o sistema.
Não por menos, três tesoureiros petistas, dois ministros da Fazenda e
vários chefes da Casa Civil foram parar atrás das grades ou estão em
vias disso. Um plantel digno de Ali Babá e os 40 Ladrões.
Nos gabinetes da Casa Civil petista o controle da “propinocracia”
alcançou o ápice. É surpreendente o número de titulares da pasta pegos
em ações delinquentes. A começar por José Dirceu entram na lista Erenice
Guerra, Palocci (de novo!), Aloizio Mercadante e a senadora Gleisi
Hoffmann, essa última transformada em ré por corrupção, na semana
passada, junto com o marido, o também ex-ministro Paulo Bernardo.
O reflexo dessa propensão delituosa do Partido pode ser notado nas
eleições municipais, onde ele experimenta desempenho medíocre.
O PT não apenas encolheu dramaticamente seu prestígio junto à opinião
pública. Os parcos candidatos que se habilitaram à disputa ainda tiveram
de esconder até mesmo a filiação nas peças de campanha para não serem
massacrados. No Rio de Janeiro, sequer foi lançado um candidato
próprio.
O mesmo ocorrendo em Salvador, Aracaju e São Luís. Nas principais
capitais, o desempenho petista é deprimente e ele almeja emplacar
somente um prefeito na longínqua cidade de Rio Branco, no Acre. Em
Garanhuns, onde Lula nasceu, e em São Bernardo do Campo, onde ele mora, o
PT sai derrotado na eleição.
E nada se compara à fragorosa surra na maior das capitais, São Paulo, na
qual o candidato e atual prefeito, Fernando Haddad, sequer ameaçou a
liderança. A indigência política que está a exigir uma refundação do
Partido é fruto, inegavelmente, da desfaçatez com que esse grupo tentou
assaltar os cofres do País. Preço alto a pagar.
extraídaderota2014blogspot
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