Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

DEMOCRACIA ELETRÔNICA

por Jayme Eduardo Machado.

Não faz muito, assisti na TV um juiz eleitoral dizer que países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, etc. não adotam as urnas eletrônicas porque o sistema sai muito caro. A resposta faz todo o sentido, porque ajuda a entender que nações ricas – ao contrário das mais pobres - hesitam mais em gastar no que é prescindível.
        Os benefícios imediatos do sistema que adotamos residem na praticidade do votar e na agilidade do apurar. E também diminui o risco das fraudes possíveis com as cédulas e urnas tradicionais. Por isso - à parte teorias conspiratórias - um olhar desafetado de desconfianças permite observar que a votação eletrônica parece ser método mais seguro, embora não passe ao votante um recibo que lhe dê a certeza de que o diabo ainda não fez aliança com essas maquininhas.
Mas o que ganhamos em praticidade, com eleição e apuração em poucas horas, o próprio sistema põem a perder concedendo 30 dias de campanha para o segundo turno. O tempo excessivo dessas inserções em horários surrupiados aos órgãos de comunicação e seus ouvintes e telespectadores, se prestam, segundo os nobres objetivos da legislação, a equilibrar o tempo de exposição dos candidatos perante o eleitorado, o que não ocorre necessariamente no primeiro turno. No caso de Porto Alegre, trata-se de buscar, também, e democraticamente, uma isonomia capaz de neutralizar a vantagem natural de quem já é governo.
Mas, na prática, essa “democracia de mau uso” tem-se prestado ao empanturramento do eleitor com a tautologia das promessas improváveis e a vilania das acusações recíprocas, tornando-o refém de uma deformação cívica que estimula a malquerença.
Pois quem sabe essa tecnologia toda não permitisse, como ouvi dia desses numa entrevista de rádio, que a própria máquina nos poupasse desse longo calvário áudio-visual? Pois alguém falou que ao votar, o eleitor escolheria três dentre os candidatos inscritos, colocando-os numa ordem de preferência. Se ninguém alcançasse os 50 por cento dos votos válidos, a máquina – num segundo turno eletrônico - eliminaria, os que aparecessem mais vezes em terceiro e assim sucessivamente, até que um dos candidatos alcançasse a maioria absoluta dos votos restantes. Simples assim, não? Seria como aprender com a máquina que ela pode realizar a mesma democracia, mas de uma forma mais econômica e mais civilizada do que os próprios candidatos.

















extraídadepuggina.org

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