por Jorge B. Ribeiro.
Arrumando a minha biblioteca deparei-me com velhos artigos e antigas
anotações de origens diversas, capazes de decifrarem e contribuírem
para o entendimento do atual caótico cenário político, econômico e
psicossocial brasileiro que não nasceu de repente. Vem sendo construído,
gota a gota, homeopaticamente, desde os primórdios do Século XX.
Duas destas fontes de consulta ressalto como verdadeiras profecias. A
primeira, diz respeito a um ensinamento de Lênin, versando sobre o
trabalho de massa da militância comunista para a desintegração moral da
sociedade, objetivando criar o caldo de cultura propício para que o
golpe mortal no inimigo capitalista se tornasse possível e fácil.
Complementava dizendo: “os capitalistas nos fornecerão a corda com a
qual nós os enforcaremos”.
E agora estão nas manchetes da
imprensa e nas prisões, os amorais capitalistas, dirigentes das
empreiteiras, os doleiros e lobistas, comprometidos no projeto criminoso
de poder dos comunistas. Embora esses comunistas também estejam sendo
indiciados e alguns deles punidos, os procedimentos dos capitalistas os
caracterizaram como tão sórdidos quanto seus algozes comunistas. Grande
conquista para a desmoralização do sentimento capitalista.
A
segunda profecia foi de autoria do dramaturgo, escritor e jornalista
Nelson Rodrigues que em priscas eras diagnosticou os principais motivos
condutores das más escolhas da maioria dos eleitores brasileiros que se
especializaram em cavar as próprias sepulturas, escolhendo a fina flor
dos falsários que sabem prometer o Nirvana aqui na Terra. Isto é, o
estado de libertação do sofrimento. Vejamos esta profecia:
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
LÊNIN E OS IDIOTAS
A REVOLUÇÃO DOS IDIOTAS - Nelson Rodrigues
"Outrora,
os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos
melhores. Criou-se uma situação realmente trágica: ou o sujeito se
submete ao idiota ou o idiota o extermina."
"O artista tem que ser gênio para alguns e idiota para outros. Se puder ser idiota para todos, melhor ainda".
"Até
o século XIX o idiota era apenas O Idiota e como tal se comportava. E o
primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha ilusões.
Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma
palha, ou tirar um cadeira do lugar. Em 50, 100 ou 200 mil anos, nunca
um idiota ousou questionar os valores da vida. Simplesmente, não
pensava. Os 'melhores' pensavam por ele, sentiam por ele, decidiam por
ele.
Deve-se a Marx o
formidável despertar dos idiotas. Estes descobriram que são em maior
número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. E, então, aquele
sujeito que, há 500 mil anos, limitava-se a babar na gravata, passou a
existir socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente etc.
houve, em toda parte, a explosão triunfal dos idiotas."
EXTRAÍDADEAPUGGINA.ORG
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