Gabriela
Salcedo do site contas abertas
O Pagamento
do aluguel não compromete apenas o orçamento das famílias brasileiras. Ele foi
responsável por R$ 1,4 bilhão das despesas da União (Executivo, Legislativo e
Judiciário) no ano passado. O valor, utilizado para locar salas, prédios, casas
e até espaços de festas e eventos, foi 17,5% maior do que 2013, quando foram
gastos R$ 1,2 bilhão com aluguéis, em valores correntes.
Só a
diferença de um ano para o outro, de R$ 212,8 milhões, torna possível a uma
família média brasileira – de 3,1 pessoas de acordo com o PNAD 2011 – morar em
um apartamento de 80 m2 por 3.635 anos no bairro com aluguel mais caro de São
Paulo, o Itaim. Na localidade se paga em média R$ 61 mensais pelo metro
quadrado.
Entre os
órgãos federais que encabeçam o ranking de locação de imóveis, todos tiveram
aumento nas despesas, exceto a Presidência da República, que reduziu 38,9% dos
gastos. Em 2014, o órgão desembolsou R$ 81,8 milhões com alugueis, contra R$
134 milhões em 2013.
Como de
costume, o Ministério das Relações Exteriores foi o maior inquilino. Para a
locação de imóveis das embaixadas, consulados, delegações e escritórios
financeiros no exterior, abriu mão de R$ 170,3 milhões no ano passado, o que
representa aumento de 8,1% comparado a 2013, quando R$ 157,6 milhões foram
gastos.
Do valor
executado pela Pasta em 2014, o mais alto foi de R$ 5,8 milhões, empregado pela
Primeira Comissão Brasileira Demarcadora de Limites para pagar o aluguel do
prédio da chancelaria/residência oficial no exterior.
Os gastos
no Itamaraty já estão na mira do governo. De acordo com o jornal Folha de São
Paulo, circular enviada pelo Ministério das Relações Exteriores aos diplomatas
adverte que o governo enviará, em janeiro, recursos que só irão cobrir os
salários e obrigações trabalhistas dos contratados locais das embaixadas e
apenas parte dos pagamentos pendentes de outros meses.
O texto
ainda apontava que, por causa do corte de gastos, não haverá recursos
suficientes para manutenção dos postos (incluindo internet, energia,
aquecimento, telefone) e também para aluguéis dos funcionários do Itamaraty no
exterior.
O
Ministério da Fazenda ocupa o segundo lugar do ranking, com despesas que
atingiram R$ 149 milhões. O montante sinaliza aumento significativo de 19%, já
que em 2013 R$ 125,3 milhões foram executados para pagamento de alugueis. A
Secretaria da Receita Federal do Brasil foi responsável pelo gasto de R$ 8,4
milhões para locar imóvel para sede em Salvador.
Em
seguida, o custeio do aluguéis de imóveis que somaram R$ 106,5 milhões
realizado pelo Ministério da Educação. A Pasta também apresentou acréscimos na
despesa de um ano para o outro, já que em 2013 destinou R$ 96,4 milhões às
locações, isto é, alta de 10,5%.
Do
orçamento executado pela Pasta, o mais caro, de R$ 13,7 milhões, foi pago pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais para alugar o edifício
sede da unidade, no Distrito Federal.
Até o
fechamento dessa reportagem, os Ministérios da Educação e das Relações
Exteriores não haviam retornado às solicitações do Contas Abertas.
Já o
Ministério da Fazenda informou que no ano de 2014, situações como a criação de
novas Procuradorias, em atendimento às exigências do Poder Judiciário, além de
casos como uma interdição predial em Manaus, devido à enchente do Rio Negro e
um incêndio de grandes proporções ocorrido em Belém, levaram a necessidade de
novas locações.
Gastos
concentrados
De todos
os gastos da União com locação de imóveis, mais de 56% deles estão concentrados
apenas em três unidades federativas do país: Distrito Federal, São Paulo e Rio
de Janeiro. Juntos, eles somam R$ 812,5 milhões.
Obviamente,
a capital da República, onde apresenta-se a maior parte das matrizes das
entidades da administração pública federal, é a unidade a qual mais se destina
recursos públicos para pagamento de aluguel. No ano passado, foram R$ 425,3
milhões.
A antiga
capital, no entanto, fica atrás de São Paulo. Ao estado mais rico do país, foi
injetado R$ 245,7 milhões em aluguel de prédios de entidades públicas da federação.
No Rio de Janeiro, tal valor foi de R$ 141,5 milhões.
fonte sitecontasabertas
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