por Vlady Oliver Com Blog Augusto Nunes - Veja
Tenho lá minhas desconfianças de empregados que fingem ser durões com a
faxina, mas batem continência para a vigarice com requintes de
agachamento moral e profissional. Em geral, não dá boa coisa. É o caso
das recentes declarações de um certo ministro duplipensante cheio de
currículo, que valem bem mais pelo efeito desastroso no bolso que podem
causar que dois ou três desses Hiltons sem estrela nenhuma, recém
hospedados na esplanada dos menestréis do espanto.
Nosso vizinho de teclas, Reinaldo Azevedo, foi o único a comentar
tamanha vigarice no alvo; vigarice esta devidamente acobertada pelo
jornalismo a soldo que nos ataca diariamente pelas tevês aparelhadas
pela causa bufa. O ministro das economias alheias quer declarar guerra
aos profissionais liberais, que hoje pagam 6% de imposto e, passariam a
desembolsar 27% , como os demais rapinados por este país de ladrões do
erário impunes e solertes. É uma elite profissional e, como tal, tem de
ser enquadrada na fábrica de Trabants desses bandidos com mandato que
nos assolam impunemente.
Cortar custos do encosto estatal, nem pensar. Mais fácil e alinhado com a
vigarice é sacar do coldre uma lista nova de “inimigos da economia”,
como foram os chuchus de Mário Henrique Simonsen ou os bois no pasto com
direito a hino nacional dos Ribamares, de triste lembrança. Falou em
“egrégio” e fui procurar no pai dos burros digital o significado de tal
xingamento. Bingo. Tungar a classe média ao extremo é o que pretende a
pasmaceira, elevada à categoria de “célebre, extravagante, ilustre e
aristocrática” pelo senhor das mãos levinhas na contribuição alheia.
Poderia enfileirar mil argumentos aqui para demonstrar como se foge
dessa sua ideia brilhante, com requintes de crueldade para a economia
esquálida que o senhor tenta levantar da UTI em que sua chefe a colocou.
Mas limito-me a convidá-lo para dar uma voltinha pelos corredores
comerciais de Sampa, para ver o que anda acontecendo com as tais “MICO
EMPRESAS” – sem R – que esse bando desenhou em passado recente. Para um
comunista, dinheiro dá em árvores, não nasce do trabalho árduo de gente
decente, que o senhor escolheu como alvo de seus superávits.
Vai indo assim, ladeira abaixo, nobre ministro. Quer um conselho? Aquela
ministra diastêmica que casou com a piada ainda está dançando um tango
do balacobaco. Vai fundo que é raso.
fonte rota2014
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