Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Impressionante: Itamaraty sem recursos para despesas no exterior

Pedro do Coutto
À primeira vista parece incrível, mas é verdade: o Itamaraty, revela reportagem de Patrícia Campos Melo, Folha de São Paulo edição de 23, enviou circular aos diplomatas que, em janeiro, só poderá remeter recursos para cobrir os salários e obrigações trabalhistas de estrangeiros contratados locais pelas embaixadas e apenas para parte dos pagamentos pendentes de outros meses.
O episódio decorre do corte de gastos determinado pelo governo e vai atingir os custos da Internet, tarifas de energia para gerar aquecimento no inverno (Estados Unidos e Europa), além de aluguéis destinados a moradia de diplomatas. As representações do Brasil em Tóquio, Lisboa, EUA, Canadá, mandaram correspondência ao Ministério das Relações Exteriores alertando que se encontram a sofrer cortes de energia em suas residências por falta de pagamento. Em diversos casos, as embaixadas encontram-se há dois meses sem receber recursos. As dotações orçamentárias destinadas ao Itamaraty, revela Patrícia Campos Melo, caíram quase à metade em 2014.
O panorama crítico se agravou com o decreto 8.389 de 7 de janeiro d 2015. O decreto determina redução de despesas até que o orçamento para este exercício seja aprovado pelo Congresso e entre em vigor. A circular do MRE sustenta que a iniciativa representa um alerta contra novos gastos, mas os diplomatas indagam: a situação abrange as despesas atuais e até as dívidas acumuladas. Este é o resultado do impulso de cortar despesas por cortar sem levar em conta os reflexos dos cortes. Uma das consequências é a vergonha que representa para a imagem do próprio país perante mundo. Pois se as embaixadas estão no sufoco, a opinião pública internacional pode perguntar como se encontra a população brasileira? Difícil responder.
CORTES INDISCRIMINADOS
É o que dá, à primeira vista, a tradicional política de cortes indiscriminados de despesas, aplicada de modo geral, sem analisar que existem pontos e casos essenciais. O das representações diplomáticas um deles. Além do mais, u país que despende em torno de 250 bilhões de reais por ano de juros relativos à divida interna, como pode destacar a importância de reduzir despesas mínimas com sua diplomacia? Impossível. Parece o caso em que o remédio é tão forte que paciente arrisca-se a morrer da cura projetada – ângulo geralmente não observado pela tecnocracia. Parece incrível que o corte aplicado na área diplomática não tenha sido observado, quanto a suas consequências, pelo ministro Joaquim Levy.
Pois o não pagamento de compromissos e a não quitação das dívidas já existentes vai, no final da ópera, sair muito mais caro do que a remessa de recursos insuficientes para cobertura de todas as despesas. Quanto às tarifas de energia, basta lembrar que nos Estados Unidos e na Europa, no momento, a estação é de inverno, na qual as temperaturas registram graus negativos. Nova York, por exemplo, é uma cidade que nos meses de janeiro e fevereiro, o clima desce constantemente a menos dez graus. Para enfrentar tal desafio, há necessidade de aquecimento. E isso só com energia elétrica ou gás. E isso só é possível, pelo menos, com o respectivo pagamento das contas.




fonte tribunadainternet

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