MIRANDA SÁ tribunadaimprensaonline
Embora tenha lido algumas passagens sobre as civilizações chinesas e
japonesas, e me perdido no manguezal emaranhado que é a História da
Índia, nunca me aprofundei; mas, pela programação curricular do meu
tempo, estudei os antigos impérios e os seus legados culturais para a
Grécia, da Grécia para Roma, e de Roma para o hemisfério ocidental.
Aprendi, por exemplo, que os conceitos atuais de representação
popular por eleição vieram dos diálogos de Sócrates e do seu discípulo
Platão, saídos na “República”. Este livro, escrito no século IV a.C.,
projeta o pensamento utópico do escritor inglês Thomas Morus, dezenove
séculos depois. Num e n’outro, o direito à liberdade era da classe
dominante: tanto na “República” e como na “Utopia” a economia se
assentava no trabalho escravo…
O republicanismo e a democracia criados pela filosofia grega
mergulharam séculos sob o absolutismo político e o teocentrismo
religioso na Europa Medieval. Em reação, veio o Iluminismo explodindo
com as idéias laicas e libertárias.
Chegou à França com tanto brilho que se refletiu em toda
intelectualidade européia, como o histórico Século das Luzes. O
Iluminismo trouxe a visão social da liberdade fervendo na cabeça de
pensadores como D’Alembert, Diderot, Locke, Montesquieu, Rousseau e
Voltaire.
A força do pensamento libertário desta plêiade influenciou a
Revolução Francesa derrubando as tradições da hierarquia monárquica, dos
aristocratas e da Igreja Católica, introduzindo o lema “Liberdade,
Igualdade, Progresso”, trilogia que se eternizou mais tarde como
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Essas três palavras mágicas influenciaram a guerra da independência
dos EUA, a libertação dos países da América Espanhola e alcançou o
Brasil. O crédito do Iluminismo entre nós está na Inconfidência Mineira e
na República do Equador.
O lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” é identificado como
sendo de Jean-Jacques Rousseau, a quem se atribui também a divisa “O
Preço da Liberdade é a Eterna Vigilância”, que aparece como sendo de
Voltaire.
É tão emblemática a frase sintetizando os conceitos da Democracia,
que até hoje se discute a quem se deve. A Academia norte-americana
indica que fontes levam a John Philpot Curran, num discurso sobre o
direito de eleição; os próprios norte-americanos se contradizem
indicando que foi de Thomas Jefferson; e os ingleses não abrem mão de
conferir o mérito ao filósofo e economista inglês Stuart Mill.
Modernamente também incluem Aldous Huxley na disputa pela autoria.
O interessante é que a divisa “O Preço da Liberdade é a Eterna
Vigilância” popularizou-se no Brasil por causa de um discurso do
brigadeiro Eduardo Gomes na campanha presidencial de 1945, quando
disputou com o general Dutra, candidato de Getúlio Vargas. O Brigadeiro
(ou seu “ghost writer”) pronunciou a sentença referindo-se aos anos
ditatoriais de Vargas.
Na atual conjuntura, este preceito democrático deve ser sempre
lembrado e repetido, como temos usado contra as ameaças totalitárias do
lulo-petismo de sovietizar a representação popular e extinguir a
liberdade de expressão pelo controle da imprensa.
Esta revoltante intimidação fascistóide é tema do programa e de
manifestos do PT, de discursos no Congresso e de artigos e entrevistas
dos políticos chapas-branca. A pouco, o ex-governador gaúcho Tarso
Genro, fragorosamente derrotado na tentativa de reeleição, defendeu o
terrorismo islamita e a volta da censura.
Os lulo-petistas já não conseguem esconder, diante dos escândalos de
corrupção do PT e do Governo Dilma, que desejam calar os jornais para
evitar que as reportagens investigativas alcancem o ex-presidente Lula
da Silva e sua sucessora na presidência.
A eterna vigilância é uma tarefa de honra para os patriotas que lutam
contra a República dos Pelegos. Se não os vigiarmos e enfrentarmos as
hienas narco-populistas, pagaremos o preço das liberdades
constitucionais.
fonte atribunadaimprensaonline
0 comments:
Postar um comentário