Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

BRASIL 2015: ENSINO NOTA ZERO

ALCYR CAVALCANTI - 


O fracasso de mais de meio milhão de candidatos nas provas do Exame Nacional de Ensino Médio-ENEM veio demonstrar uma triste realidade: o ensino no Brasil merece nota zero e deve ser reformulado. A presidente Dilma em um discurso pomposo disse em alto e bom som que 2015 vai ser o “Ano da Educação”. Dias depois foi anunciado que haveria corte de verbas destinadas ao Ministério, hoje ocupado por Cid Gomes.
O ENEM é o critério fundamental na seleção para bolsas de estudo do Programa Universidade para Todos-ProUni e foi criado para avaliar conhecimentos obtidos até o Ensino Médio. O tema proposto foi “Publicidade Infantil” que derrubou 529mil redações que tiraram nota zero. O resultado sinalizou luz vermelha entre os “especialistas” do governo, em especial no novo ministro Cid Gomes que foi premiado com a Educação dentro da partilha estabelecida para contemplar políticos aliados. Por esse critério o ministro poderia ter ido para a Caixa Econômica ou para a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O ministro tentou colocar água na fervura e disse que “o fracasso tem pouca importância, o que é importante é a média, que está na margem de erro”.
A maioria dos especialistas que se dedicam de corpo e alma a ensinar e preparar os jovens para um Brasil melhor e mais justo não pensa assim. Para a educadora da PUC-Rio Andrea Ramal em declarações à imprensa: “Meio milhão de estudantes com nota zero é absurdo. Temos aí um número significativo de analfabetos funcionais, que não conseguiram entender o texto. Isso mostra que os alunos no ensino médio não tem a devida preparação para o ingresso na Universidade”.
Muita coisa tem de ser modificada em regime de urgência.  O ensino no Brasil desde o ano de 1965, quando aconteceu a funesta mudança na educação seguindo as orientações do Departamento de Estado no Acordo, de inicio secreto, entre o Ministério da Educação MEC e o United States Agency for International Development-USAID  foi a consequente desvalorização do Ensino Básico, com a supressão de um ano de ensino, nas fases Fundamental, Média e Superior, de doze anos passamos para onze. O alicerce, o fundamento para formar cidadãos transformou o Brasil em uma pátria de analfaburros e analfabetos funcionais, onde a leitura e a interpretação dos textos transformou-se em uma tarefa quase impossível, e o ensino de outra língua, o Inglês passou a ser necessidade absoluta . O ano que apenas está começando não traz nenhuma perspectiva de melhorias nos Ensinos Fundamental e Médio, com verbas reduzidas, professores mal pagos, com péssimas condições de trabalho, muita retórica vazia por parte dos mandatários, promessas, apenas promessas. Valores culturais são postos de lado e as leis de mercado tem transformado ano após ano a educação em simples mercadoria, dessa forma o apregoado “Ano da Educação” será apenas mais uma promessa a não ser cumprida. que vai deixar milhões de jovens despreparados para um mercado de trabalho cada vez mais selvagem e competitivo.
fonte tribunadaimprensaonline

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