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Jornal britânico destacou em sua edição desta terça a crise na estatal, tomada por escândalos de corrupção
O jornal britânico Financial Times publica
na edição impressa desta terça-feira uma ampla reportagem sobre a crise
na maior estatal brasileira, a Petrobras. Para a publicação, o suposto
esquema de corrupção na petroleira transformou a companhia, que já foi
"orgulho do Brasil", em motivo de "vergonha nacional". O texto destaca
ainda a hipótese de a empresa entrar em "calote técnico" (default) pelos atrasos na divulgação dos resultados financeiros.
"A Petrobras, que em 2007 era o orgulho do Brasil após anunciar as maiores descobertas de petróleo offshore do
mundo em décadas, hoje corre o risco de se tornar um pária entre os
investidores e uma vergonha nacional para os brasileiros", diz o texto
do FT, ao
lembrar das denúncias de corrupção que envolvem diretores da empresa e
grandes empreiteiras. A reportagem lembra ainda que Maria das Graças
Foster, que comanda a companhia desde 2012, já teria oferecido o cargo à
presidente Dilma Rousseff.
O FT lembra ainda que, diante do caso, a empresa tem atrasado a
divulgação de números e isso poderia acarretar situação de "calote
técnico". "Se a Petrobras não for capaz de divulgar os resultados
financeiros auditados até 30 de abril, a empresa, que é uma dos maiores
tomadores de empréstimos corporativos do Brasil com dívida estimada pela
agência de classificação de risco Moody's em 170 bilhões de dólares,
poderia desencadear um default técnico", diz o FT.
Calote - O default técnico
aconteceria porque a estatal não consegue cumprir uma das cláusulas
previstas na emissão dos títulos de dívida que é a divulgação de dados
financeiros conforme calendário predeterminado. Na segunda-feira, o
fundo de hedge Aurelius, que esteve nos holofotes do calote técnico da
dívida soberana argentina, lançou campanha para notificar a estatal pelo
descumprimento da cláusula que previa divulgação do demonstrativo
financeiro não auditado do terceiro trimestre 90 dias após 30 de
setembro.
"Tudo isso faz parte de uma tempestade perfeita para a empresa. Críticos
dizem que isso é resultado dos anos de uso indevido da Petrobras pelo
governo como um instrumento de política industrial e monetária em
detrimento dos acionistas minoritários", diz o FT.
(Com Estadão Conteúdo)
FONTE ROTA2014
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