por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa Com Blog do Noblat - O Globo
Foi o romancista, dramaturgo e político inglês Edward Bulwer-Lytton
(1803/1873) quem cunhou a frase que, para mim, mais reconhece o valor da
palavra: "a pena é mais poderosa do que a espada".
Se você, Leitor, considerar que mais importante do que o que se fala é o que se ouve, tenho certeza que verá cristalinamente o valor da palavra. E a delicadeza com que essa ferramenta mais forte que a espada deve ser utilizada.
Se você, Leitor, considerar que mais importante do que o que se fala é o que se ouve, tenho certeza que verá cristalinamente o valor da palavra. E a delicadeza com que essa ferramenta mais forte que a espada deve ser utilizada.
Sei que a Liberdade de Expressão é o mantra sagrado de nossos dias. Mas
será que ela deve ser absoluta, essa sacrossanta liberdade, ou seria
melhor que fosse equilibrada e muito bem pensada antes de ser utilizada?
O Leitor leu sobre uma palestra que a professora de filosofia Marilena
Chauí deu no Colégio Oswald de Andrade, na segunda-feira 26 de setembro,
a alunos de 13 a 18 anos, sobre o tema “A Fragilidade da Democracia”?
Em seu palavrório, a professora declarou que “a família é uma invenção
do final do século XVIII e princípio do século XIX”. Achou pouco: disse
também que os pais são déspotas e que quem defende a família é uma
“besta”.
Tendo a concordar, já que as “bestas” pagam a esse colégio mensalidades bem salgadas para seus filhos ouvirem pessoas tipo a Chauí que já declarara, em tempos idos, que “a classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante”. Não sei a que classe dona Marilena pertence, sei que ela se veste e decora sua casa exatamente como um membro da classe média alta brasileira (http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/sociedade-brasileira-violencia-e-autoritarismo-por-todos-os-lados/).
Tendo a concordar, já que as “bestas” pagam a esse colégio mensalidades bem salgadas para seus filhos ouvirem pessoas tipo a Chauí que já declarara, em tempos idos, que “a classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante”. Não sei a que classe dona Marilena pertence, sei que ela se veste e decora sua casa exatamente como um membro da classe média alta brasileira (http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/sociedade-brasileira-violencia-e-autoritarismo-por-todos-os-lados/).
Os políticos também andam abusando do direito de falar sem pensar e
matraquear tal papagaios. Ouvir certos candidatos a prefeito é doloroso.
É verdade que depois de falar sem pensar, eles pedem perdão pelo que
disseram. Esquecem que “perdão” não é borracha!
Exemplo? Um candidato a prefeito de Curitiba, Rafael Greca, disse “A
primeira vez que eu coloquei um pobre dentro do meu carro, vomitei por
causa do cheiro”.
Aqui no Rio tivemos um momento inacreditável de grosseria no debate
entre os candidatos a prefeito. Alessandro Molon e Flávio Bolsonaro
trocaram opiniões conflitantes, natural nesses debates, e o candidato
Bolsonaro não soube responder à altura. O que fez o pai do candidato,
que estava na plateia? No primeiro intervalo usou seu 'magnífico'
direito à Liberdade de Expressão para dizer o seguinte ao concorrente do
filho: “Você é um merda, um bosta, cuzão. Não bato em você porque se
apaixona (sic) por mim".
Mas tem mais e que vem mais do alto: o ministro do STF, Ricardo Levandovski, que todos vimos cuidar do andamento do processo de impeachment da ex-presidente, numa palestra na USP, no dia 28 de setembro, qualificou o processo como um tropeço na democracia: “A cada 25, 30 anos temos um tropeço na nossa democracia. Lamentável, quem sabe vocês jovens conseguem mudar o rumo da história”. Já vi o impeachment ser chamado de muitas coisas, mas de tropeço? Essa foi nova.
Mas tem mais e que vem mais do alto: o ministro do STF, Ricardo Levandovski, que todos vimos cuidar do andamento do processo de impeachment da ex-presidente, numa palestra na USP, no dia 28 de setembro, qualificou o processo como um tropeço na democracia: “A cada 25, 30 anos temos um tropeço na nossa democracia. Lamentável, quem sabe vocês jovens conseguem mudar o rumo da história”. Já vi o impeachment ser chamado de muitas coisas, mas de tropeço? Essa foi nova.
A incontinência verbal, doença aparentemente incurável, não grassa só
aqui. Nos EUA há um contaminado em alto grau: Donald Trump. Sujeito
estranho, muito estranho, dos cabelos aos gestos que, aos 70 anos, está
no terceiro casamento, sabe-se lá por quais motivos, mas que se deu ao
direito de fazer um comentário machista e burro a respeito da vida do
casal Clinton: “Se Hillary não consegue satisfazer seu marido, o que faz
pensar que conseguiria satisfazer a América?”.
Trump usa as palavras não para construir alguma coisa, mas para destruir
tudo que não seja uma Trump Tower, dinheiro que ele se gaba de saber
empilhar. Dos negros diz que são preguiçosos por natureza. E que odeia
ver negros contando seu dinheiro. Para essa ‘nobilíssima’ função, Donald
diz que só gosta daqueles homens de baixa estatura com um solidéu na
cabeça!
Quando será que descobrirão uma vacina?
Quando será que descobrirão uma vacina?
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