, por Ruth de Aquino Epoca
Na crise provocada pela má gestão populista, os que sofrerão mais serão a educação, a saúde e os empregos
Então tá. O governo não tem mais onde cortar. Quem explicou, com todas as letras, foi Edinho Silva. Ah, 90% dos brasileiros não sabem quem é Edinho Silva?
É o ministro da Comunicação. O governo não tem Plano B para o ajuste.
Faz sentido. Nunca teve Plano A, nem Plano X Y Z. Sempre teve o Plano D,
de Dilma.
E foi o que levou à falência nosso sonho de desenvolvimento
responsável. Nem me refiro hoje a falência econômica. Passo a palavra a
outro ministro, o da Educação, Renato Janine Ribeiro.
“Queremos que todos saibam do drama. É inaceitável em termos sociais”,
disse Janine. Drama social? Depois de quase 13 anos de governo do
Partido dos Trabalhadores, com o pai dos pobres e a mãe do PAC? O drama
da deseducação não foi criado ontem. Não foi provocado pelos Estados
Unidos, pela Europa ou pela China. Na “pátria educadora” de Dilma,
alunos do ensino fundamental público vão mal nas três habilidades,
leitura, escrita e matemática. É o que mostra um estudo oficial com 2,5
milhões de estudantes.
Os números são implacáveis. Um em cada cinco alunos (22,2%) do 3º ano não entende o que lê. Outros 34% encontram algum sentido, desde que a informação mais importante esteja na primeira linha do texto. Na escrita, o mesmo cenário. Mais de um quarto dos alunos do 3º ano não aprendeu a escrever direito. Ou não sabe escrever palavras (11,64%) ou troca e omite letras, sem conseguir produzir frases legíveis (mais 15,03%). Em matemática, um quarto (24,29%) não soma, com três algarismos, e não subtrai, com dois algarismos. O ministro Janine afirmou que o cenário da má alfabetização é “assustador”.
O Maranhão do clã Sarney e o Alagoas de Collor são dois líderes no mau
desempenho. Mais de 40% das crianças do Maranhão estão no pior nível de
leitura. Não conseguem ler nem uma sentença. É o resultado do slogan
“tudo pelo social” criado pelo ex-presidente da República José Sarney e
perpetuado por sua filha Roseana. Não entendo como um político que
deixa uma herança tão maldita em seu Estado, com a ajuda prestimosa da
filha, faz questão de batizar avenidas, pontes, hospitais e prédios
públicos com seu nome.
É a vaidade cega. Ao ser eleito em 2002, Lula dizia que sua prioridade número 1 seria resgatar a dívida social, principalmente na educaçãoe na saúde. Podia falhar em tudo, menos nisso. Cientistas políticos que vestiram a estrela diziam que seria até irônico o PT fracassar
no investimento social e na geração de empregos. Agora, na crise
provocada pela má gestão populista e pela irresponsabilidade, os que
sofrerão mais serão a educação, a saúde e os empregos. Ninguém sabe
fazer conta?
Nosso Estado inchado não fez e não faz as reformas necessárias, não mexe
nos interesses sagrados dos partidos e não entrega os serviços
merecidos pela população. Falha em todas as habilidades. Viola a
Constituição ao não garantir os direitos básicos de cidadania. Ministro
Janine, tem jeito de ensinar leitura, escrita e matemática ao Planalto?
Quem defende maior carga tributária no Brasil com o argumento de que os
europeus descontam mais Imposto de Renda fecha os olhos para a realidade
brasileira. Em primeiro lugar, europeu matricula filho em escola
pública, se interna em hospital público e usa transporte público. Tudo
com dignidade. O brasileiro sabe que o buraco aqui é mais embaixo: a
arrecadação dos impostos não ajuda a si próprio nem aos mais carentes.
Já que estamos no abecedário da crise, vejamos o que o brasileiro paga.
IPI, IOF, ISS, Cofins, IPVA, IPTU, DPVAT, Darf, Simples, Supersimples,
DAE, Cide, ICMS, INSS, Rais, imposto sindical, taxa de incêndio, taxa do
lixo, sobretaxa de água, bandeira vermelha para energia elétrica, taxa
de estacionamento urbano, tributação rural. E agora a CPMF.
Peço desculpas por não expandir cada sigla. Mas não teríamos espaço numa página impressa. Fora o que pagamos para a máfia dos cartórios no Brasil, em dinheiro, tempo e estresse. Não podemos dar um passo sem “reconhecer firma”, sem provar que somos quem somos. Para enriquecer quem exatamente?
Peço desculpas por não expandir cada sigla. Mas não teríamos espaço numa página impressa. Fora o que pagamos para a máfia dos cartórios no Brasil, em dinheiro, tempo e estresse. Não podemos dar um passo sem “reconhecer firma”, sem provar que somos quem somos. Para enriquecer quem exatamente?
O Plano D, de Dilma em Desespero, pede o maior esforço ao contribuinte.
Ressuscita o fantasma da CPMF, com o objetivo nobre de “ajudar os
aposentados”. Se você é contra a CPMF, então é “contra os velhinhos”. As
chantagens sucessivas de Dilma a tornam impopular com todos os setores
da população.
É curioso. Ninguém hoje fala mais em “golpe” ou em “veredicto das urnas” que a presidente. Uma obsessão típica de quem se sente acuada. As contas de Dilma podem até ser aprovadas com ressalva pelo TCU, mas ela foi reprovada com louvor no ofício de “presidenta”. Eduque as crianças, Dilma, se ainda tiver tempo. É o mínimo.
É curioso. Ninguém hoje fala mais em “golpe” ou em “veredicto das urnas” que a presidente. Uma obsessão típica de quem se sente acuada. As contas de Dilma podem até ser aprovadas com ressalva pelo TCU, mas ela foi reprovada com louvor no ofício de “presidenta”. Eduque as crianças, Dilma, se ainda tiver tempo. É o mínimo.
extraídaderota2014blogspot
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