MIRANDA SÁ
A arca desconjuntada/ Parece que vai ruir/ Entre os pulos da bicharada/ Toda querendo sair” (Vinicius de Moraes)
O
deputado federal Alessandro Molon eleito pelo PT no Rio de Janeiro, um
dos vice-líderes na Câmara deixou o partido para ingressar na Rede de
Sustentabilidade de Marina Silva.
Molon
militava quase 20 anos no PT, e não era um bicho comum entre os
lulo-petistas. Sem me aprofundar na sua biografia, não me parece com os
ratos que roem o queijo do Erário, nem como as gazelas carreiristas, nem
camaleão oportunista, nem os burros que carregam a carga pesada, ou as
hienas que comem o resto do banquete dos tigres, ou os urubus que
sobrevoam o desgoverno apodrecido de Dilma.
Embarcou
no lulo-petismo pensando em salvação, mas não justifica que tenha
agüentado tanto tempo sem enjoar na arca perdida da pelegagem.
Essa
arca à deriva não se parece nem um pouco com a Arca de Noé descrita nos
capítulos 7, 8 e 9 do Gênesis, que descreve como Noé foi orientado por
Deus para construir um grande navio que o salvaria e à sua família, e
mais um casal de cada espécie de animais do mundo.
O
deus de Abraão nada tinha de brandura. Estava disposto a destruir a
humanidade que reconhecia perversa, através de um grande dilúvio, e
assim o fez. Cientistas discordam da veracidade da Arca, sem aceitar a
capacidade da embarcação referida pela Bíblia, atribuindo-a as lendas
das religiões antigas.
No
infeliz Brasil sob o reinado da ignorância implantado pelo apedeuta
Lula, Dilma, sua representante na presidência da República, subverte a
visão realista associando a Arca de Noé ao avanço da ciência através dos
tempos.
Não
é apenas um chute pseudo cultural. Talvez Dilma sustente a sua tese com
as bugigangas chinesas da sua loja de R 1,99, pois um grupo de
professores mandarins gozaram na web a insustentável descoberta da Arca
no Monte Ararat…
Como
uma arca ardilosa, o PT navega por 14 anos nas águas turvas de um
projeto criminoso de manutenção do poder. E leva no seu bojo uma
bicharada famélica por propinas, comissões, caixa 2, enfim, pixulecos
para cada representante da sua “revolução dos bichos”.
O
Brasil inundado pela má gestão, incompetência e roubalheira do
PT-governo, assiste prazeirosamente o naufrágio da Era da Pelegagem; e
eis que sem o avanço da ciência baseada em lendas pela “ignoranta
Presidenta”, o barco petista está afundando.
Já
pressente o fim da cabotagem infame a fauna de oportunistas e
carreiristas pendurados nas tetas do Erário e/ou nas negociatas escusas
com empreiteiros e banqueiros. Não sei se é verdade científica ou mito,
mas ouvi dizer que a estória dos ratos serem os primeiros a abandonarem o
navio, vem da Arca de Noé.
Aqui,
pelo menos, após a chuva de devassidão cair por 40 dias e 40 noites, as
ratazanas pelegas preparam-se para pular do convés vendo escoar as
águas do mar de lama e surgir a terra firme da Justiça, nos contrafortes
do Ministério Público, Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro.
Há,
porém, uma distinção: Começam a abandonar a canoa furada do PT os
animais superiores e sensíveis, escapando por pranchas improvisadas do
barco da pelegagem para uma jangada pronta a receber os desertores… Que
saiam outros mais, além de Molon, porque qualquer coisa que flutue é
melhor do que a Arca de Dilma.
E
ao assistirmos o soçobro da embarcação petista, em vez de adorarmos os
ratos como os indus fazem no templo Karni Mata do Rajastão, vamos cantar
com o leonino povo brasileiro a poesia de Vinicius de Moraes vendo a
arca ruir:
“O salto do tigre é rápido/ Como o raio, mas não há/ Tigre no mundo que escape/ Do salto que o leão dá”…
extraídadatribunadaimprensa
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