por Vinícius Mota Folha de São Paulo
Governos fracos se desconectam da realidade. A desconexão da realidade
enfraquece ainda mais os governos. Essa lei de ferro das crises
políticas está em franca vigência no Brasil.
A presidente Dilma Rousseff, sequestrada pelo ex-presidente Lula,
dedica-se à tarefa errada. Desperdiça o seu precioso tempo em costuras
quixotescas com a raia miúda da política nacional, obcecada com a ideia
de contar votos na Câmara para evitar o impeachment.
Enquanto isso, na planície, a economia e as finanças entraram em espiral
demoníaca. Os juros para cidadãos e empresas comuns estão explodindo a
um ritmo que, se for mantido, vai causar estragos gigantescos em
pouquíssimo tempo.
Em dias. Muitos negócios vão simplesmente parar por falta de oxigênio em
suas artérias. Vamos nos deparar com esqueletos que nem sabemos que
existem. Vamos criar outros que não precisariam ser fabricados.
Os agentes econômicos necessitam de uma resposta política imediata para essa ameaça iminente. Não para frear o impeachment.
Os políticos não entenderam o tamanho do problema diante dos olhos. As
finanças públicas estão quebradas. O que acontece no Rio Grande do Sul,
falta de dinheiro para pagar salários de servidores, vai se alastrar
para outros Estados e municípios se nada for feito rapidamente.
Uma presidente dedicada obsessivamente a salvar a própria pele neste
momento prediz muita desgraça logo à frente, e não apenas para ela.
Deputados e senadores tranquilos, que deveriam estar reunidos em sessões
emergenciais extenuantes para produzir resposta rápida à ameaça de
descalabro, completam a cena de um grupo dirigente que virou as costas
para a população. Ai de nós.
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