Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

"DE LUPA"

MIRANDA SÁ

“É preciso ter olhos de ver e ouvidos de ouvir” (Ditado popular)

Tenho uma larga experiência para afirmar que quando estamos no Exterior vemos coisas que passam despercebidas quando estamos no Brasil. Na realidade vista “de lupa”, constata-se a ampliação tanto das coisas boas, como das más…

Na Colômbia, mas propriamente em Bogotá, o Brasil fica muito longe, longe de todos os países das América do Sul e Central, e do Caribe, todos permanentemente acompanhados pelo noticiário da imprensa e revistos na conversação das pessoas informadas.

Durante a semana que passei aqui, só duas notícias sobre nós tiveram destaque na imprensa televisada: no campo político, a prisão do tesoureiro do PT, Vacari, e, na economia, o dólar ultrapassando os R$4, arrochando o câmbio para brasileiros que fazem turismo e os colombianos que fazem negócios no Brasil.

Falar em turismo, tenho uma sugestão para o ministro Eduardo Alves, do Turismo, para criar uma espécie de representação nos países latino-americanos, o que já é feito por todos, até pelo Curaçau! Que faça isto, já que não temos uma atuação diplomática do Itamaraty, mais preocupado em ideologizar o relacionamento exterior do PT-governo do que com o progresso da nosso País.

Como retrospecto negativista, lembro que em Montevideo, não há uma agência do Banco do Brasil! Isto também nos Andes, um absurdo! Como escrevi acima, podem anotar: a China é mais próxima do que nós, o que complica nossa situação. O Wall Street Journal publicou hoje uma matéria que se abre com um comentário: “Mesmo que queiram continuar atuando no Brasil, as multinacionais se queixam de que o país lhes causa “mais dores de cabeça do que a China”.

E as complicações têm um endereço certo: O rebaixamento para categoria especulativa pela Standard & Poor’s, que revelou a situação da dívida soberana, antes tida como segura e que deixou de sê-lo pela irresponsabilidade de um governo incompetente e corrupto.

Um representante da Avon – que fatura no Brasil mais do que nos EUA, reclamou numa roda de imprensa que com as oscilações do câmbio produzidas pelo PT-governo fizeram seus lucros caírem 6%; e, na mesma ocasião, analistas de mercado alertaram que a economia brasileira se encaminha para uma hiperinflação…

Também registramos que estão sempre presentes nos comentários de jornalistas especializados, os escândalos da Petrobras, incompreensível para todos, indagando por que a corrupção na estatal não tenha sido detectada pelos círculos governamentais, só aparecendo numa investigação policial, que envolveu vários diretores e dirigentes do Partido dos Trabalhadores.

Há cobranças ao ministro Joaquim Levy, cujas afirmações não encontram eco no ministério lulo-petista, embora respaldadas pela própria Presidente. Aliás, estranham a perda de autoridade de Dilma, cuja voz não repercute entre os líderes e parlamentares do seu partido.

Escrevendo às pressas, obrigo-me a divulgar uma piada que corre nos meios de comunicação, dizendo que os brasileiros se esqueceram da grande inflação da década de l990, memória que fica apenas entre alguns poucos mais velhos e assim mesmo entre aqueles atentos para as perdas que voltaram a sofrer.

Ecos dos EUA e do Reino Unido indicam a retenção de investimentos no Brasil e realçam que a única saída encontrada pelo PT-governo é o aumento de impostos e a recriação do imposto sobre as transações financeiras – a famigerada CPMF.

A atenção externa está voltada para a desconstrução governamental e as exigências populares refletidas no desgaste da aprovação de Dilma (7%) e os pedidos de impeachment, que em 72 horas recolheram um milhão de assinaturas.

Assim vejo o Brasil “de lupa”, desde Bogotá.
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA

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