MIRANDA SÁ
“É preciso ter olhos de ver e ouvidos de ouvir” (Ditado popular)
Tenho
uma larga experiência para afirmar que quando estamos no Exterior vemos
coisas que passam despercebidas quando estamos no Brasil. Na realidade
vista “de lupa”, constata-se a ampliação tanto das coisas boas, como das
más…
Na
Colômbia, mas propriamente em Bogotá, o Brasil fica muito longe, longe
de todos os países das América do Sul e Central, e do Caribe, todos
permanentemente acompanhados pelo noticiário da imprensa e revistos na
conversação das pessoas informadas.
Durante
a semana que passei aqui, só duas notícias sobre nós tiveram destaque
na imprensa televisada: no campo político, a prisão do tesoureiro do PT,
Vacari, e, na economia, o dólar ultrapassando os R$4, arrochando o
câmbio para brasileiros que fazem turismo e os colombianos que fazem
negócios no Brasil.
Falar
em turismo, tenho uma sugestão para o ministro Eduardo Alves, do
Turismo, para criar uma espécie de representação nos países
latino-americanos, o que já é feito por todos, até pelo Curaçau! Que
faça isto, já que não temos uma atuação diplomática do Itamaraty, mais
preocupado em ideologizar o relacionamento exterior do PT-governo do que
com o progresso da nosso País.
Como
retrospecto negativista, lembro que em Montevideo, não há uma agência
do Banco do Brasil! Isto também nos Andes, um absurdo! Como escrevi
acima, podem anotar: a China é mais próxima do que nós, o que complica
nossa situação. O Wall Street Journal publicou hoje uma matéria que se
abre com um comentário: “Mesmo que queiram continuar atuando no Brasil,
as multinacionais se queixam de que o país lhes causa “mais dores de
cabeça do que a China”.
E
as complicações têm um endereço certo: O rebaixamento para categoria
especulativa pela Standard & Poor’s, que revelou a situação da
dívida soberana, antes tida como segura e que deixou de sê-lo pela
irresponsabilidade de um governo incompetente e corrupto.
Um
representante da Avon – que fatura no Brasil mais do que nos EUA,
reclamou numa roda de imprensa que com as oscilações do câmbio
produzidas pelo PT-governo fizeram seus lucros caírem 6%; e, na mesma
ocasião, analistas de mercado alertaram que a economia brasileira se
encaminha para uma hiperinflação…
Também
registramos que estão sempre presentes nos comentários de jornalistas
especializados, os escândalos da Petrobras, incompreensível para todos,
indagando por que a corrupção na estatal não tenha sido detectada pelos
círculos governamentais, só aparecendo numa investigação policial, que
envolveu vários diretores e dirigentes do Partido dos Trabalhadores.
Há
cobranças ao ministro Joaquim Levy, cujas afirmações não encontram eco
no ministério lulo-petista, embora respaldadas pela própria Presidente.
Aliás, estranham a perda de autoridade de Dilma, cuja voz não repercute
entre os líderes e parlamentares do seu partido.
Escrevendo
às pressas, obrigo-me a divulgar uma piada que corre nos meios de
comunicação, dizendo que os brasileiros se esqueceram da grande inflação
da década de l990, memória que fica apenas entre alguns poucos mais
velhos e assim mesmo entre aqueles atentos para as perdas que voltaram a
sofrer.
Ecos
dos EUA e do Reino Unido indicam a retenção de investimentos no Brasil e
realçam que a única saída encontrada pelo PT-governo é o aumento de
impostos e a recriação do imposto sobre as transações financeiras – a
famigerada CPMF.
A
atenção externa está voltada para a desconstrução governamental e as
exigências populares refletidas no desgaste da aprovação de Dilma (7%) e
os pedidos de impeachment, que em 72 horas recolheram um milhão de
assinaturas.
Assim vejo o Brasil “de lupa”, desde Bogotá.
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA
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