por Ruy Fabiano Com Blog do Noblat - O Globo
O PT é uma empresa de demolição – a melhor que o país já conheceu - a
quem se incumbiu a tarefa de edificar. O resultado não poderia ser
outro: a desconstrução do país. E não apenas na economia, mas em todos
os demais campos da cena pública.
Diante dos destroços, com o pedido de impeachment já na Câmara,
prepara-se para fazer o que sempre soube: demolição – isto é, oposição. A
base petista não quer a saída de Dilma, mas condena o que ela vê como
tábua de salvação: seu pacote fiscal.
Põe em cena, então, um modo singular de apoio: a favor do governo e
contra seus projetos; a favor do moribundo, mas contra a medicação. No
que isso vai dar, não se sabe, mas se imagina. Mais destruição. O
presidente da CUT, Vagner Freitas, prometeu pegar em armas contra os que
querem a saída da presidente, mas usou de igual veemência para condenar
as armas que ela própria concebeu para livrar-se do impedimento, o
pacote fiscal.
Cabe aí o chavão: com aliados assim, pra quê oposição? Lula et caterva
sustentam que é possível continuar a crescer, manter benefícios, crédito
e consumo a rodo, sem submeter a economia a remédios amargos. Não
explicam como, até porque não sabem – e até porque não há como.
Mas são detalhes. Importa manter a massa inflamada, supondo que algum vilão a quer surrupiar. As elites, claro.
O partido se especializou em propaganda enganosa. Com ela, e subsidiado
com propinas extorquidas da Petrobras, venceu as eleições, mas não
entregou a mercadoria. Nem entregará.
Considera, mesmo assim, que o partido e sua eleita são detentores de um
mandato intocável, não obstante as previsões legais e constitucionais
para situações como essa.
O país está economicamente arruinado. Ainda que o pacote de Joaquim Levy
fosse um achado genial – e, óbvio, não é -, não teria o governo meios
de implementá-lo, por não dispor de credibilidade. Sem ela, nada feito.
Economia não é ciência exata; tem forte e decisivo conteúdo
psicossocial.
Se hoje Dilma dispusesse de outro Plano Real – ou de um ainda melhor -,
fracassaria. Ninguém o levaria a sério. A credibilidade do governante e
de seu entorno é fundamental. As pesquisas mostram que algo em torno de
7% é o que restou à presidente de apoio na sociedade. Menos que a taxa
de inflação.
Se tivesse juízo, pediria o boné e voltaria para casa. Mas não tem – e
isso é um dos componentes da tragédia. A presidente, no desespero de sua
aridez mental, topa tudo, até a estatização do jogo do bicho e da
roleta. “Não descarto nenhuma fonte de receita”, avisou semana passada.
Até cobrança de IPTU para as sepulturas está em curso – parece piada,
mas não é. Demolições S.A.
Antes de sair, há ainda alguns estragos à vista. A OAB, a CUT de
gravata, conseguiu emplacar no STF a proibição de doações eleitorais por
parte das empresas. O PT, como lembrou o ministro Gilmar Mendes, não
tem com o que se preocupar: já tem doações suficientes para muitas
eleições, como o demonstra o Petrolão.
O aparelhamento das instituições é de tal ordem que, antes das votações –
não só no STF, mas no STJ, TCU e TSE -, a imprensa ocupa-se, com a
maior naturalidade, em antecipar os resultados: tantos ministros votam
com o PT, tantos são independentes. Costuma funcionar.
Poucos se deram conta da gravidade das palavras do ministro Gilmar
Mendes, ao acusar o PT de ganhar as eleições com dinheiro público
roubado. Do lado avesso de suas argumentações, o ministro Marco Aurélio
Mello considerou ilegítimo receber dinheiro de empresas privadas, ainda
que declarado. Ou seja, considerou todo o espectro político derivado das
urnas ilegítimo, já que assim funcionaram as eleições passadas – e as
que as precederam.
Nem tudo é como parece. A proibição soa como medida moralista, cuja
ausência teria gerado a corrupção em curso. Mas não é. A proibição não
suprirá a necessidade de as eleições serem financiadas, sobretudo num
país-continente. O dinheiro virá agora do caixa dois e do Estado. Como
este está vazio, resta o dinheiro clandestino. O STF legalizou o caixa
dois – exceto, talvez, para o PT, que está abastecido para umas dez
campanhas.
Tudo o que se sabe até aqui circunscreve-se à Petrobras e a uma pontinha
da Eletrobras. Mas há bem mais: BNDES, Caixa Econômica, Banco do
Brasil, fundos de pensão etc. Onde haja um cofre, há um arrombamento.
Dos generosos empréstimos externos do BNDES, quanto retorna como caixa
dois ao PT para os embates eleitorais futuros? Não se sabe. Ainda.
Ao final de 13 anos do PT, legenda de número 13, seu espólio está sendo
julgado na 13ª vara federal de Curitiba, enquanto na Câmara dos
Deputados 13 pedidos de impeachment foram reunidos em um só para dar
início à reconstrução do país.
É uma numerologia macabra, em que o 13, mais que nunca, consolida sua reputação mítica de número do azar. Vade retro!
extraídaderota2014blogspot
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