Vicente Nunes Correio Braziliense
O governo está convencido de que, com o pacote de aumento de impostos e corte de gastos que anunciou, vai evitar que uma segunda agência de classificação de risco – a Moddys’ ou a Fitch – siga o caminho da Standard & Poor’s (S&P) e rebaixe o país. Mas é melhor o Palácio do Planalto se preparar. Apesar da confiança que os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, tentaram passar durante o anúncio das medidas, que somam quase R$ 65 bilhões, o que se viu foi mais espuma do que uma vontade concreta de fazer um ajuste fiscal consistente para pôr as contas públicas em ordem.
Se realmente quisesse fazer o dever de casa, o governo não teria esperado passar 15 dias do envio do Orçamento de 2016 ao Congresso, que resultou na retirada do grau de investimento do Brasil pela S&P, para só então apresentar propostas com o intuito de cobrir o rombo de R$ 30,5 bilhões e garantir superavit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem. Teria feito isso dentro do prazo regulamentar, até 31 de agosto.
IMPROVISO TOTAL
Ao agir no afogadilho, pressionada pela perda do selo de bom pagador e pelo risco de o país enfrentar um ataque especulativo, a presidente Dilma Rousseff confirma a fama de conduzir o Brasil com improviso. Não por acaso, a economia está afundando, o desemprego, caminhando para 10% e a inflação, muito distante do limite de tolerância, de 6,5%.
A petista, infelizmente, primou pela incompetência. Agora, está jogando toda a conta dos desmandos dos últimos quatro anos no colo da população. Os trabalhadores que se virem para engordar os cofres do Tesouro Nacional, com R$ 32 bilhões da CPMF por ano.
REPASSE PARA OS PREÇOS
Não é possível que alguém acredite que as empresas vão arcar com o custo do tributo que Dilma quer ressuscitar a qualquer custo. Tudo será repassado para os preços, que vão subir justamente em um momento em que os salários estão queda, as famílias endividadas e tendo que lidar com a perda de emprego.
Para Dilma, a visão é a seguinte: que mal importa pagar 0,2% sobre toda a movimentação financeira para dar uma mãozinha a um governo perdulário. Sempre foi assim. Não será diferente agora, que o país precisa dar uma satisfação às agências de risco e evitar o colapso da economia.
extraídadatribunadainternet
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