por Bernardo Mello Franco Folha de São Paulo
No domingo, Aécio e Serra deram as caras nas manifestações contra o
governo. Na segunda, FHC deixou o tom moderado e pediu a renúncia de
Dilma. Os tucanos tentam mudar a rota de voo, mas ainda não dão sinais
de que passarão a se deslocar na mesma direção.
Até a semana passada, a divisão do PSDB era apontada como o maior
entrave à abertura de um processo de impeachment. O partido parecia
rachado em três: Serra queria a substituição da presidente pelo vice,
Aécio sonhava com novas eleições, e Alckmin preferia esperar até 2018.
O impasse aumentava a pressão sobre os tucanos, diante de eleitores cada
vez mais radicalizados contra o governo. A presença dos políticos nas
manifestações foi uma clara tentativa de reagir a essas cobranças. "O
PSDB se sente reconectado com o sentimento das ruas", proclamou Aécio,
que estreou no palanque e foi aplaudido em Belo Horizonte.
A nova linha de FHC ofereceu ao partido um discurso confortável, porém
inócuo. A renúncia seria a alternativa menos traumática para interromper
o mandato de Dilma, mas ninguém acredita que ela aceitará deixar o
poder por vontade própria.
Assim, restaria ao PSDB optar entre empunhar ou não a bandeira do impeachment, hoje nas mãos do deputado Eduardo Cunha.
Nesta terça, os tucanos voltaram a mostrar falta de união sobre o tema.
Aécio citou a queda de Collor e declarou que "Dilma pensa que é
presidente, mas não é mais". Alckmin sustentou que é cedo para se falar
em impeachment e disse que é melhor "aguardar os fatos e os
desdobramentos das investigações em curso".
Depois do ensaio de revoada conjunta, os tucanos parecem ter retomado a preferência pelo voo solo.
Ficou mais complicada a situação de Sérgio Cabral na Lava Jato.
Responsáveis pelo inquérito sobre o ex-governador do Rio dizem ter
recebido informações valiosas do exterior
extraídaderota2014blogspot
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