Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O legado do PT

Carlos Chagas 


Acontecerá o quê, caso Madame perca o mandato? Na hipótese de Michel Temer despencar com ela, se o Tribunal Superior Eleitoral anular as eleições do ano passado, teremos nova eleição para completar o período. No reverso da medalha, o vice assume se o Tribunal de Contas da União e o Congresso considerarem ter havido crime de responsabilidade nas contas do governo em 2014. Também fica em aberto a possibilidade de tudo continuar como está, ou seja, Dilma permanecer no governo até o fim.
E daí? Daí nada. É esse o destino que nos assola. O Brasil ficará igualzinho, pela falta de alternativas com relação ao futuro. Inexistem projetos no imaginário de nosso coletivo. Os políticos ficarão onde estão, buscando parcelas de poder para satisfazer-se e até para enriquecer. Os empresários correndo atrás do lucro. Os trabalhadores tentando sobreviver. A classe média equilibrando-se. Os religiosos imaginando uma outra vida.
Falta-nos um ideal comum. Um objetivo capaz de sobrepor-se à mesquinharia de todos os dias perseguindo a satisfação individual que nos separa. É o legado do PT que um dia propôs-se a construir uma nova sociedade. Doze anos no poder serviram para demolir esperanças e expectativas. Os companheiros não mudaram nada, apenas ocuparam espaços vazios.
Quando criado, o partido parecia pleno de entusiasmo. Tinha metas e objetivos. Os primeiros a cair fora foram os intelectuais. Depois a Igreja. Em seguida os líderes sindicais. Os trabalhadores. A juventude. Hoje, o PT resume-se a um aglomerado sem ideais. Carente de um programa em condições de sensibilizar e unir a massa à qual se dirigiu. Até o Lula perdeu sua razão de ser, transformado em pequeno burguês milionário a serviço dos que, no passado, imaginou extirpar. Por essas e outras, o PT começará derrotado nas eleições municipais do próximo ano. Depois, em 2018…
BOLA MURCHA
Enganou-se quem quis. Foi lamentável a performance do senador Fernando Collor na sabatina do procurador Rodrigo Janot. O máximo que conseguiu foi impor um acento agudo no “o” do sobrenome do desafeto. O ex-presidente caminhou para o cadafalso. Dificilmente escapará da cassação.



extraídadatribunadainternet

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