Com Blog Rodrigo Constantino - Veja
Brasileiro gosta de reclamar, e muito, de tudo e todos, do governo, do
sistema. Mas o problema é que quase tudo acaba em samba. O derrotismo
fatalista, de que o país não tem mais jeito mesmo, ou a tola esperança
de que, de alguma forma, a ajuda cairá do céu, são posturas que em nada
ajudam a mudar o Brasil na direção certa.
Se não agirmos, quem agirá por nós? “A punição que os bons sofrem,
quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus”, teria dito
Platão. “Tudo que é necessário para o triunfo do mal é que as pessoas
boas nada façam”, disse Edmund Burke. Cada um isolado pode fazer pouca
diferença, mas juntos o resultado virá.
“Não há nada tão forte como uma ideia cuja hora é chegada”, disse Victor
Hugo. E a pressão nas ruas é parte fundamental dessas mudanças. Vide o
impeachment de Collor. Alguém acha que seria melhor para o Brasil seus
crimes ficarem impunes naquela época? Sim, hoje ele é senador e está
envolvido em novos escândalos, o que desanima. Mas ficou oito anos
afastado da política, e o efeito pedagógico teve seu valor.
Aos poucos, o Brasil decente vai lutando contra a impunidade. Eis um dos
principais motivos para ir às ruas neste domingo: o juiz Sergio Moro e
sua equipe precisam de amplo apoio da população para continuar seu
importante trabalho. É verdade que pesquisas de opinião já mostram tal
apoio, mas a imagem dele é muito mais forte, e necessária.
Se você está cansado de tanta corrupção, da roubalheira, dos milhões que
circulam em Brasília como se fossem trocado, então é preciso demonstrar
isso nas ruas. “Mas todos são corruptos mesmo e nada vai mudar”, dizem
alguns. Sem dúvida, nada vai mudar se pensarmos assim. Só com a punição de cada corrupto a coisa vai mudar um dia. E ela só virá com a pressão das pessoas cansadas de tanta corrupção.
Se você entra no supermercado e leva um susto com a conta, se está
preocupado com a inflação, sair nas ruas também é uma forma de
demonstrar isso. Quem foi o responsável por essa situação? O governo do
PT, ninguém mais. Então, colocar pressão contra esse governo é uma forma
de usar a indignação para melhorar o futuro, para punir os populistas
irresponsáveis e, com isso, disciplinar os próximos governantes que
terão receio da reação do povo se também forem perdulários.
Se você é um democrata, se respeita as leis, então tem mais um ótimo
motivo para sair às ruas. O PT, acuado, tem usado uma linguagem de
guerra civil, de ameaça violenta contra a população brasileira, citando o
“exército de Stédile”, como fez Lula diretamente, ou convocando os
companheiros às armas, como fez o presidente da CUT na frente da
presidente Dilma. Ficar em casa amanhã é ser indiferente a tais ameaças
inaceitáveis e absurdas. Sair às ruas é gritar que não tolera esse
descalabro, que o Brasil não é a Venezuela, que ainda temos leis!
Se você é de esquerda e acredita num governo mais paternalista e no
estado de bem-estar social, acredite, você também tem motivos de sobra
para ir às ruas. Afinal, o PT representa uma traição a esses ideais de
“justiça social”. Ele usou o
discurso que conquista o típico esquerdista para se dar bem, para
permanecer no poder, roubando, enriquecendo seus companheiros. Um
esquerdista tradicional também deveria protestar contra esse governo.
Enfim, são vários os motivos que justificam a ida às ruas amanhã. Por
outro lado, não conseguimos pensar em um único motivo para não ir.
Quem não quer protestar contra isso que está aí, está dizendo que não
liga para a corrupção institucionalizada no governo, que não se incomoda
com o estelionato eleitoral e o cinismo da presidente, que está
contente com a inflação fora de controle, que aceita com resignação a
crescente ameaça de desemprego imposta por um governo incompetente.
O maniqueísmo raramente é saudável, e o pensamento binário de “nós
contra eles”, tão comum nas redes sociais, costuma fazer mal aos
debates. Mas há momentos na vida em que é, sim, preciso escolher um
lado, que não há alternativa para o “neutro”, o “isento”, pois ele, na
prática, representa a escolha do lado errado. A omissão diante de um
inimigo perigoso é conivência, cumplicidade. Para dar um exemplo radical
que deixe isso bem claro: alguém acha que seria razoável se abster de
lutar contra Hitler e os nacional-socialistas alemães?
Não estou dizendo que o lulopetismo é como o nazismo, antes que alguém
interprete errado ou tire do contexto de propósito. Até existem muitas
semelhanças, principalmente no populismo, na mentira como instrumento
principal de poder, nas bandeiras coletivistas e intervencionistas, no
combate ao capitalismo, ao livre mercado, ao individualismo. Mas o ponto
não é esse, e sim mostrar que, em alguns momentos da vida, simplesmente
não há a opção de ficar em cima do muro, ao menos não com dignidade.
Portanto, todos às ruas neste domingo, para tornar o dia 16 de agosto um
dia histórico, em que a população brasileira disse “não” ao projeto de
poder petista, aos infindáveis escândalos de corrupção, ao cinismo, às
mentiras, à inflação alta novamente, ao desemprego, à tentativa de
destruir o futuro de nossa nação e nossas esperanças. Ficar sentado no
sofá vendo televisão é ficar alheio aos acontecimentos mais importantes
do país, que definirão nosso futuro.
Lula e Dirceu ficariam contentes com esse sujeito passivo. Você quer
mesmo ser um deles, e deixar Dirceu feliz? Ou quer tomar as rédeas de
seu futuro, e mostrar que somos maiores do que eles, que não aceitaremos
ser a próxima Venezuela? Então não se omita.extraídaderota2014blogspot





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