Por João Cesar de Melo, publicado no Instituto Liberal
O Partido dos Trabalhadores apresenta
apenas um comportamento louvável: a honestidade com a qual fala sobre
seus objetivos. O PT sempre deixa bem claro suas intenções por meio de
artigos, notas, entrevistas, pronunciamentos e ações de apoio a
ditaduras socialistas. Dilma e Lula nunca tiveram pudor em discursar ao
lado de banners estampados com a imagem de símbolos e heróis comunistas.
Sua militância prefere qualquer bandeira vermelha à bandeira do Brasil.
O Caderno de Teses, publicado pelo
partido para ser apresentado em seu 5° congresso nacional, é apenas mais
um documento que registra que ele, PT, é muito mais do que um partido
político. O PT é um bem organizado e estruturado grupo ideológico, com
projetos que têm o Brasil como uma ferramenta política e como fonte de
recursos para a disseminação do socialismo na América Latina. Ninguém
pode acusar o PT de enganar a sociedade. O Foro de São Paulo foi criado,
realizado e vem se desdobrando na frente de todos.
Entre as teses defendidas, estão a
intimidação de pessoas e movimentos vistos como de direita, rompimento
com a dívida interna e externa, liberdade especial para sindicatos e
movimentos sociais, estatização da Rede Globo e o controle de todos os
veículos de comunicação e mídias virtuais, reestatização de empresas e
de infraestruturas, controle do mercado financeiro, protecionismo em
alto grau, anulação da Ação Penal 470 (mensalão) e punição aos ministros
que julgaram pela condenação dos petistas. É preciso lembrar que esse
documento não é nenhum manifesto do PSOL, do PSTU ou do PCdoB. É um
documento do PT, do partido que ocupa hoje, agora, a Presidência da
República! Mas a presidência é pouco… Eles querem mais! Muito mais! Eles
querem o poder total e perpétuo do país e da América Latina!
Alguns pontos chamam a atenção nas 165
páginas do documento: Primeiro, a repetição sistemática da palavra ou
das derivações de “democracia”. Pregam a intimidação social, política,
cultural e econômica em nome da democracia. Pregam a destruição da
direita em nome da democracia. Pregam que a força estatal deve agir
sobre pessoas, empresas e instituições em nome da democracia. Defendem a
democracia ao mesmo tempo em que defendem todos os governos
totalitários da América Latina. Segundo, as estapafúrdias referências
históricas para justificar o controle do mercado, citando, pasmem,
Estados Unidos e Japão no século XIX! Terceiro, a total rejeição à
responsabilidade do partido sobre a corrupção e sobre a dilapidação da
economia brasileira. A tese Muda Mais: Por Um Novo Ciclo De Mudanças No
País, item 32, parágrafo “e”, escreve: “O PT não vê autoridade no PSDB e
na mídia liberal-conservadora em sua disposição de acusar e
criminalizar o PT exatamente porque são os maiores defensores do
financiamento empresarial das campanhas, dos interesses rentistas e
patrimonialistas e da impunidade”. Ou seja: do ponto de vista petista,
todas as evidências, documentos, extratos bancários, testemunhos e
confissões relacionadas aos casos de corrupção são meros detalhes
descartáveis diante do embate político-ideológico que se resume na
tentativa do MAL, representado por todos aqueles não alinhados ao PT, em
destruir o BEM, representado pelo Partido dos Trabalhadores − o PT é
inocente de tudo; os outros são culpados por tudo, sempre!
Confesso que a leitura desse documento
não me surpreendeu, e por isso meus temores aumentaram. Se pessoas como
eu, que se dão à desgastante tarefa de ler e escrever sobre os absurdos
do PT já se mostram indiferentes − e até sem criatividade para explorar
outras abordagens −, diante de COISAS do tipo, talvez estejamos
reabrindo uma brecha para os petistas imporem seus projetos sem qualquer
pudor, como vimos dias atrás, com a canetada de Dilma triplicando a
verba partidária. Ninguém faz isso à toa. Não me surpreenderei se amanhã
ou depois acordar com a notícia de que Dilma decretou sua própria
“reforma política”, sob total conivência do Congresso.
Por vezes, diante do crescente número de
pessoas comuns e da mídia que começaram a se manifestar contra o PT nos
últimos meses, sinto-me cheio de otimismo, crente de que a sociedade
brasileira vai tirar do poder essa corja criminosa. Noutras vezes, como
hoje, vejo uma ditadura socialista-marxista continuando a ser construída
a todo vapor, com os mesmos objetivos de três décadas atrás. Como
demonstra Sun Tzu em A Arte da Guerra, é quando se vê acuado que um
exército se torna mais perigoso.
O Partido dos Trabalhadores não é um
partido político, mas, sim, um exército que, como tal, não abrirá mão do
território que ocupou. Hoje, o PT está entre morrer ou matar todos os
inimigos; fará de tudo – “o diabo”, como já disse Dilma −, para se
preservar no poder.
O erro fatal da sociedade brasileira será
crer na promessa de diálogo e de regeneração do PT, confiando a ele
mais liberdade, mais dinheiro e mais poder. O que a “metade não
corrompida” precisa entender é que, se eles estão em guerra, nós
precisamos nos levantar para combater nessa guerra. O objetivo deve ser a
destruição daqueles que não têm pudor em dizer que querem nos destruir.
EXTRAÍDADOBLOGDERODRIGOCONSTANTINO
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