por Luiz Milman
Na história da implantação do totalitarismo comunista, os membros das elites revolucionárias que conduziram seus povos ao desastre social e econômico e que cometeram genocídios, também sempre encheram as burras com a corrupção desenfreada, e viveram (alguns ainda vivem) como nababos atolados na degradação. O petismo é, como o chavismo, a mais recente versão dos movimentos salvacionistas que têm, no crime praticado em escala de massa, não um componente marginal, mas um modus operandi essencial.
Discutir a corrupção nos termos que a intelligentzia do PT propõe é uma agressão ao juízo sadio e à capacidade analítica das pessoas razoavelmente informadas, não contaminadas por qualquer forma de esquerdismo. Os petistas não podem ser vistos como isoladamente corruptos ou criminosos, como quaisquer outros podem ser. Eles o são doutrinariamente, coletivamente. A adesão ao PT, como a adesão ao comunismo, já é a adesão a uma forma de vida no crime. Mesmo o mais puritano dentre eles, na medida em que adota um credo gnóstico-materialista como o marxismo-leninismo, imediatamente se solidariza com a práxis subversiva da ordem econômica e política burguesa e sua expressão, o estado democrático-constitucional. Na práxis revolucionária, importa apenas, ao sujeito psicótico em seu estado de alucinação permanente – e que pensa como integrando um movimento coletivo de transformação historicamente determinada- derrubar as instituições e a cultura dominantes, por meio de um vale-tudo em que convivem desde as mais diversas formas de nihilismo e rebeldia, a gatunagem em nome da causa, até a luta armada, passando pela eliminação necessária das oposições, por qualquer meio, não somente no plano político-institucional, mas moral.
Por isso, a atual crise do ciclo petista de poder expressa a rejeição vigorosa, oportuna e saudável da resistência do povo brasileiro ao que, depois de décadas de pregação esquerdista nas escolas, universidades, igrejas, partidos políticos e mídia tradicional, vinha se configurando como desastrosa marcha para o totalitarismo.
* Jornalisa, professor da Ufrgs, doutor em Filosofia.
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