Bernardo Mello Franco Folha
O governador do Acre, Tião Viana (PT), deve contar com a boa vontade dos ministros do Superior Tribunal de Justiça. Esta é a única explicação possível para a defesa que ele apresentou à corte, onde responde a inquérito por suspeita de envolvimento no petrolão.
O petista disse ao STJ que não conhece a Iesa Óleo e Gás, responsável pela maior doação à sua campanha vitoriosa em 2010. Além disso, sustentou que até hoje não sabe quem são os sócios da empresa, embora alguns deles estejam há meses no noticiário policial da Operação Lava Jato.
O motivo para tanta distração? A falta de tempo para se informar sobre os próprios financiadores, segundo a defesa do governador.
A Iesa é uma das empresas mais citadas no petrolão. De acordo com as investigações, pagava propina ao diretor Paulo Roberto Costa para manter contratos superfaturados com a Petrobras. Uma parte do dinheiro ficava com o delator e outra abastecia o caixa de partidos e políticos ligados ao esquema.
Costa disse aos procuradores que Viana “solicitou e recebeu” um repasse de R$ 300 mil na campanha de 2010. A Polícia Federal vasculhou sua agenda e encontrou a anotação “0,3 Tvian”. O círculo se fechou com a prestação de contas do petista, que registra uma contribuição da Iesa no mesmo valor.
DOAÇÃO SEM MOTIVOS…
O governador negou irregularidades, mas não soube explicar o motivo da doação. A defesa alega que ele “não solicitou” o dinheiro, que a Iesa “é sua desconhecida” e que ele “não sabe, até hoje, quem são seus sócios e dirigentes”.
Segundo o ofício, o petista “não tinha tempo”, na campanha, “para identificar as pessoas doadoras” de seu próprio comitê.
A se acreditar no que ele diz, resta uma hipótese: a Iesa se dedicava à filantropia eleitoral, sob o lema “Fazer o bem sem olhar a quem”. E Viana, apesar de distraído, é um político de sorte. Ou era.
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