Deu na Folha
O presidente do PT de São Paulo, Emídio de Souza, avisou ao comando nacional do partido que reivindicará na Justiça Eleitoral o mandato da senadora Marta Suplicy, que formalizou terça-feira sua saída da sigla.
Na carta em que pede a desfiliação do partido, ela disse que não poderia compactuar com corrupção. O teor de seu pedido de desligamento irritou a cúpula partidária, até então dividida sobre a hipótese de ir à Justiça.
Contra a medida, petistas argumentavam que a ação vitimizaria a senadora. Além disso, não há precedente nesse sentido, já que o mandato de senador é classificado como majoritário, ao contrário do que acontece na Câmara.
No carta em que justifica sua saída do partido, a senadora ressalta que os princípios e o programa partidário do PT “nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente”.
TESE JURÍDICA
As críticas fizeram com que dirigentes antes resistentes se rendessem à alegação de que o mandato da senadora pertence ao partido. A assessoria jurídica do PT busca argumentos para desqualificar a tese de que a permanência de Marta no partido seria inviável.
O secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza, afirmou que a carta é uma prova de oportunismo da senadora, que se se diz vítima de perseguição após ter questionado as denúncias de corrupção contra o partido.
Para ele, Marta jamais se manifestou internamente durante reuniões partidárias. Ele lembrou ainda que ela sempre ocupou espaço de relevância no PT e no governo. “A relação só desandou quando ela saiu do Ministério”, disse.
“Simplesmente falar isso depois de tanto tempo é puro oportunismo. Vida que segue”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como o PT não consegue fazer nada certo, está cometendo mais um gravíssimo erro ao reivindicar o mandato da senadora. Se a direção petista insistir, o caso vai virar um rumoroso processo judicial, no qual Marta Suplicy terá de provar que o PT está descumprindo seu programa partidário ou cometendo irregularidades. Ela conseguirá fazer isso com a maior facilidade, claro, e vai demolir o que ainda resta do PT. (C.N.)
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