BLOG DO ORLANDO TAMBOSI
Sempre
adiado, enfim sai o relatório de 2014 da Petrobras, quebrada pelos
gafanhotos petistas. A estatal teve que depreciar ativos em 44,34
bilhões de reais por causa do superfaturamento de contratos, da queda do
valor do barril de petróleo e do atraso em obras de refinarias. E Dilma
não sabia de nada? A grande maioria dos brasileiros demonstrou que já
não acredita na presidente reincidente, cujo pedido de impeachment não
sai da boca do povo:
Com
cinco meses de atraso, o tão esperado balanço de 2014 da Petrobras foi
divulgado no início da noite desta quarta-feira. O documento aponta que a
empresa teve prejuízo de 21,58 bilhões de reais em 2014. O resultado
desta quarta contabiliza as perdas do terceiro e quarto trimestres de
2014, de 5,3 bilhões e 26 bilhões de reais, respectivamente. Em 2013, a
Petrobras teve lucro de 23 bilhões de reais. Trata-se do primeiro
prejuízo anual desde 1991, quando a empresa teve perdas de 92 mil reais,
em dados ajustados pela consultoria Economática.
O
balanço também mostra que a Petrobras assume ter perdido 6,2 bilhões de
reais devido a atos de corrupção de seus ex-diretores. Esse número se
refere ao período de 2004 a 2012, período em que 31 contratos firmados
com 27 empresas investigadas no âmbito da Lava Jato foram. A empresa
reportou ainda perdas de 44,34 bilhões de reais no valor de seus ativos,
que precisaram ser recalculados devido à constatação de
superfaturamento em alguns de seus contratos, aos atrasos em obras e à
queda do preço do petróleo no mercado internacional. Essa reavaliação é
chamada, na linguagem contábil, deimpairment. Os principais alvos desse
recálculo são a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
No
caso do Comperj, a baixa contábil foi de 21,8 bilhões de reais,
enquanto em Abreu e Lima a depreciação foi de 9,1 bilhões de reais. No
complexo de Suape, a queda foi de 3 bilhões de reais. Já a queda do
preço do petróleo fez com que os ativos da empresa fossem reavaliados em
10 bilhões de reais para baixo. Outras razões não detalhadas pela
empresa provocaram queda de 800 milhões de reais.
No
total, a Petrobras confirma perdas de 50,8 bilhões de reais decorrentes
dos desvios apurados na Operação Lava Jato. Para se chegar a esse
resultado, a empresa usou o porcentual de 3% de propina sobre o valor
dos contratos relatado pelos delatores da Lava Jato: o doleiro Alberto
Youssef, o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o empreiteiro da Toyo Setal,
Julio Camargo.
Segundo
Mario Jorge Silva, gerente-executivo da estatal, a metodologia usada
para calcular as perdas teve como base as investigações do Ministério
Público nas operações da estatal com empreiteiras. Do total de perdas
com a corrupção, 3,4 bilhões foram drenados da área de Abastecimento, 2
bilhões de reais da área de Exploração e 700 milhões de reais de Gás e
Energia.
A
publicação do balanço da estatal era aguardada com ansiedade por
investidores e também pelo próprio governo. Se não ocorresse até o dia
30 deste mês, poderia destravar um artigo da lei que rege o mercado de
capitais e prevê que, em caso de omissão de balanço, os credores da
dívida da empresa podem adiantar os pagamentos de seus títulos. Diante
do endividamento bilionário da estatal, que o balanço atual marcou 351
bilhões de reais, um adiantamento dos pagamentos poderia ser suficiente
para quebrar a empresa.
O
ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou, no início da semana, que o
balanço será um marco para virar a página e acabar com a preocupação dos
investidores em relação à empresa. "A expectativa é de que teremos o
balanço auditado, e isso é algo muito bom. Marca um novo passo na
reconstrução da Petrobras", disse.
Lava
Jato - Em comunicado a investidores, a estatal reconheceu participação
de seus diretores em corrupção passiva e afirmou que os atos ilícitos
impuseram gastos adicionais às compras de ativos da companhia. A estatal
também reconheceu a prática de cartel organizado por empreiteiras para
conseguir licitações bilionárias.
A
empresa disse, no entanto, que "não consegue identificar
especificamente os valores de cada pagamento realizado no escopo dos
contratos com as empreiteiras e fornecedores que possuem gastos
adicionais ou os períodos em que tais pagamentos adicionais ocorreram".
Desta forma, a metodologia usada pela empresa estimar o valor total
desviado com a corrupção levou em conta o porcentual de 3% pagos em
propina sobre os contratos. No caso do impairment, o cálculo foi feito
com base nos valores dos ativos apurados no terceiro trimestre do ano
passado.
A
Petrobras disse ainda que não recuperou nenhum valor referente à
corrupção. Contudo, o presidente da empresa, Aldemir Bendine, afirmou em
coletiva à imprensa que todos os valores recuperados na Lava Jato serão
revertidos para os cofres da estatal. Ele disse ainda que a petroleira
deverá divulgar seu plano de negócios 2015-2019 em aproximadamente 30
dias.
Mudança de estratégia -
Em carta aos acionistas, Bendine afirmou que há uma mudança estratégia
em curso: a estatal deixará de apostar seus esforços na atividade de
refino - instensificada durante o governo Lula - e voltará a direcionar
seus esforços à exploração, que é mais rentável.
Os
investimentos em refino sempre foram alvo de crítica da parte dos
investidores, pela alta demanda de aportes financeiros e baixo retorno
aos acionistas - devido ao alto custo de produção no Brasil. Também
foram as refinarias os principais dutos de desvio de dinheiro da
estatal, conforme apuração da Polícia Federal e do Ministério Público ao
longo das investigações da Lava Jato. "Estamos revendo nossos
investimentos com o objetivo de priorizar a área de exploração e
produção de petróleo e gás, nosso segmento mais rentável. Almejamos
construir um plano sustentável sob a ótica do fluxo de caixa, levando em
consideração os potenciais impactos na cadeia de suprimentos e, por
conseguinte, na nossa curva de produção", disse Bendine. (Veja.com).
EXTRAÍDADOBLOGDIPLOMATIZZANDO
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