REINALDO AZEVEDO
Eu
cobrei aqui, vocês se lembram, uma CPI dos Blogs e Congêneres para
avaliar quem financia quem nisso que alguns tontos chamam de “mídia
não-tradicional”. Esperava contar com a adesão imediata de blogs sujos,
de blogs limpinhos e de blogs mais ou menos… Incrível! Não recebi o
apoio de ninguém. Eu quero saber, por exemplo, onde a administração
direta, o Banco do Brasil, a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o
BNDES andaram metendo dinheiro de publicidade ou de patrocínio. Os
petistas, que decidiram fazer escarcéu por causa de uma página que
acusam ser financiada pelo governo Alckmin, ficaram caladinhos e mudaram
de assunto.
Pois é…
Lembram-se da Editora Gráfica Atitude, que, segundo o Ministério
Público, foi usada como um dos canais para distribuir propina de R$ 2,4
milhões, paga por duas empreiteira do petrolão? Então… O MP descobriu
que a dita-cuja recebeu R$ 1,8 milhão de verba publicitária do governo
federal e de estatais. A Atitude pertence ao Sindicato dos Bancários,
ligado à CUT — e, pois, ao PT — e publica um troço chamado “Revista do
Brasil”, que, oficialmente ao menos, abrigou publicidade das
empreiteiras e dos entes estatais.
Segundo
Augusto Mendonça, do grupo Setal Óleo e Gás, sua empresa fez pagamentos à
Atitude a mando de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Em razão
desses repasses, o Ministério Público ofereceu nesta segunda denúncia
contra Vaccari, Mendonça e Renato Duque, ex-diretor de serviços.
Mas
voltemos à outra dinheirama. Segundo informações da Secom, nos últimos
sete anos, a Petrobras pagou para a Atitude R$ 872 mil; o Branco do
Brasil, R$ 364 mil, e a CEF, R$ 176 mil. Os anúncios diretos do governo
federal somaram R$ 215 mil.
Eis aí
parte do que os companheiros entendem por “mídia alternativa” e “mídia
não-tradicional”. Consiste no uso descarado do dinheiro público para
privilegiar publicações amigas, que tentam transformar a propaganda e o
proselitismo político mais vagabundos em notícia.
É por isso
que continuo com a minha campanha por uma CPI que investigue a
transferência de recursos públicos para veículos de comunicação, não
importa o meio. Chegou a hora, não é?, de saber quem financia quem e
segundo quais critérios. A Atitude, como se vê, virou uma das peças do
petrolão e também recebeu o capilé oficial da verba publicitária.
CPI já!
EXTRAÍDADOBLOGDEREINALDOAZEVEDOVEJA
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