Sandro Vaia Com Blog do Noblat - O Globo
A teoria da conspiração é antiga e comum a todos os ditadores. Alguns, como os portadores de esquizofrenia ou psicoses agudas, acreditam que de fato haja a conspiração
Em manifesto assinado pelos 27 diretórios estaduais do PT divulgado na
semana passada, o partido se declara inocente de todas as acusações,
vítima da perseguição dos inconformados com a inclusão social dos 36
milhões de pobres que ele teria promovido, e propõe uma volta à pureza e
radicalidade de propósitos dos anos 80.
O manifesto tem alguns trechos escritos em tom de surto psicótico, como
aquele em que diz que o partido está sob “forte ataque”, sofre uma
“campanha de cerco e aniquilamento”, e que para isso vale tudo,
“inclusive criminalizar o PT- e quem sabe até toda a esquerda e os
movimentos sociais”.
"Condenam-nos não por nossos erros, que certamente ocorrem numa
organização que reúne milhares de filiados. Perseguem-nos pelas nossas
virtudes. Não suportam que o PT, em tão pouco tempo, tenha retirado da
miséria extrema 36 milhões de brasileiros e brasileiras. Que nossos
governos tenham possibilitado o ingresso de milhares de negros e pobres
nas universidades.”
Proclamar isso na mesma semana em que o doleiro Youssef afirma que
mandou entregar propina até na frente da sede do diretório do partido
não parece uma extravagância?
O texto do manifesto é
tão cheio de referências a uma realidade paralela desconhecida da
maioria dos brasileiros que resolvi submetê-lo à apreciação de um
especialista em transtornos da mente, o psiquiatra Jorge Figueiredo, que
tem consultório e clínica de recuperação em São Paulo.
Negar, diz Jorge, é sempre a reação de qualquer acusado, ou na vida
política, de qualquer partido. Estranho é que isso venha exatamente de
alguém que cresceu na vida dizendo-se guardião da moralidade e da
honestidade.” Negar o que é visível a todos, com provas e testemunhas, é
comportamento comum aos portadores de transtorno de personalidade,
principalmente o antissocial”.
“Culpar sempre o outro” continua Jorge- “é comum nos portadores de
transtornos de personalidade antissocial, bordelense e histriônico.
Fazem isto desde cedo com bom resultado, acostumam-se a vencer
discussões ou debates manipulando dessa forma (usam ofensas, insultos,
impropérios, falsas acusações, mentiras, chantagem emocional, fazer-se
de vítima, seduções com elogios ao adversário ou falsas promessas,
simulação de arrependimento, ameaças, etc), acostumam-se a sempre
conseguir o que querem cansando os interlocutores com as repetições,
nunca estão satisfeitos e querem levar mais e mais vantagem. Assim, no
decorrer dos anos, especializam-se de tal forma que ficam imbatíveis por
nem sequer dar ouvidos ao que lhes é dito, totalmente impermeáveis.”
Culpar “as elites” - explica o psiquiatra- é uma forma de se vitimizar
solidariamente com a massa. Elites são minorias, ou seja, representam
menos votos. Usa-se o sofisma de que se o outro é rico é porque tirou de
você a riqueza, ou seja, é impossível produzir riqueza ou construir
algo; quem o faz, segundo esse sofisma, tira de outro; e então você deve
tirar dele, porque também não será capaz de trabalhar e construir
riqueza. O argumento rende votos e justifica a criação de mais impostos,
achaques, expropriações, propinas, subornos e toda ordem de corrupção.
A teoria da conspiração é antiga e comum a todos os ditadores, de ambas
extremas, apegados ao poder. Alguns, como os portadores de esquizofrenia
ou psicoses agudas, acreditam que de fato haja a conspiração (Stalin,
Idi Amin), outros utilizam a teoria conspiratória somente para abusar
mais da crença de pessoas pouco esclarecidas e justificar seus arbítrios
(Nicolas Maduro).
Sobre “a volta às origens” defendida no manifesto, Jorge Figueiredo diz
que quem é impuro ou corrompido assim se manterá. É uma manipulação para
se manter no poder por mais tempo, mais um "truque" usado por
portadores de psicopatia.
Em resumo, o diagnóstico é claro: o manifesto dos 27 diretórios estaduais do PT mostra que o partido não está bem da cabeça.
extraídadoblogrota2014





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