JOÃO RICARDO MODERNO O GLOBO
O 'crime' da mídia brasileira é publicar as maiores barbaridades perpetradas contra o nosso país
O
desprezo pela liberdade de imprensa e de expressão cresce nos políticos
radicais brasileiros; e, no Facebook, valendo-se da liberdade da
internet, militantes engrossam a voz contra a mídia. O sonho totalitário
é tornar a grande imprensa brasileira de timbre estatal, buscando a
"harmonia" ditatorial. Assim, jamais teríamos reportagens estarrecedoras
sobre a progressiva e interminável cultura da corrupção, do furto
aberto ao dinheiro público e a desavergonhada sucessão de crimes, em uma
escalada reconhecida por especialistas como talvez a maior da história
da humanidade.
Contudo, nada parece abalar a convicção que a
preservação e a expansão política e demográfica do homo corruptus
depende da destruição da liberdade. Em latim, corrumpere significa
destruir. Assim, corromper a liberdade é a garantia quase constitucional
de expandir a corrupção do dinheiro público. O mantra liberticida faz
alusão ao "controle social da mídia" ou "regulação da mídia", eufemismos
para a repressão. Controle social da mídia faz o consumidor, que
escolhe livremente seus veículos de comunicação. Os trabalhadores dos
meios de comunicação de massa são oriundos dos mais diversos estados da
federação, das mais diferentes origens sociais, econômicas, ideológicas,
culturais e políticas.
A guerra de posição gramsciana contra a
liberdade de imprensa já começou por meios econômicos, políticos,
psicossociais e culturais. Quanto mais são divulgados os malfeitos
criminosos, maior o movimento contra a imprensa livre. O "crime" da
mídia brasileira é publicar as maiores barbaridades perpetradas contra o
Brasil. A chamada revolução bolivariana na América Latina tem especial
objetivo de calar a liberdade para implantar uma imprensa subserviente,
obediente, corrupta, chapa- branca e autoritária. A liberdade de
expressão é a pedra no sapato dos totalitarismos. Por isso, todos os
países do eixo bolivariano formam um bloco unido contra a crítica da
imprensa.
A guerra contra a mídia atinge diretamente a liberdade
da arte, da cultura, da ciência, da religião, da economia, da política,
do esporte e demais atividades humanas. O fanatismo ideológico associado
ao furor da paixão pelo crime financeiro, o materialismo mais hediondo
da adoração ao bezerro de ouro e uma vontade patológica de poder se
associam para condenar os mais elevados valores e princípios do Estado
Democrático de Direito. É nosso dever, pois, defender a liberdade de
imprensa e de expressão de toda tentativa de repressão autoritária, e de
todas as agressões explícitas ou dissimuladas. Mais vale corrigir
alguns excessos inerentes à democracia que aprovar a exceção do fim da
liberdade no Brasil. Democracia é contradição.
EXTRAÍDO DE AVARANDABLOGSPOT
0 comments:
Postar um comentário