Jornalista Andrade Junior

sexta-feira, 27 de março de 2015

Dilma virou rainha da Inglaterra: reina, mas não governa

Paulo de Tarso Lira Correio Braziliense

 Um dia após derrubar o ministro da Educação, o PMDB dá sinais de que ditará o ritmo do governo nas votações mais importantes e ainda decidirá quais cargos terá no primeiro escalão federal. Simultaneamente à instalação das comissões especiais para analisar as duas primeiras medidas provisórias do ajuste fiscal, lideranças peemedebistas defenderam mudanças no texto original. Também desdenharam das especulações sobre uma possível nomeação para o Ministério da Educação. “Já estamos demitindo ministros. O próximo passo é nomeá-los”, provocou um parlamentar.
Na prática, o PMDB, que comanda as duas Casas do Congresso, com Renan Calheiros (AL) no Senado e Eduardo Cunha (RJ) na Câmara, instaurou o que a própria legenda classifica de “parlamentarismo branco”. Diante de um governo fragilizado politicamente e de uma presidente perdida em meio à pressão dos demais aliados, o PMDB se coloca na posição de fiador do sucesso ou fracasso do Executivo.
“Alguém duvida que, se não quisermos, passa alguma coisa neste Congresso? O governo depende de nós para aprovar tudo, especialmente o ajuste fiscal”, confirmou outra liderança partidária.
Há duas semanas, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participou de jantar com a cúpula peemedebista, negociou pessoalmente com Renan as alterações na medida provisória do Imposto de Renda (IR) e, na terça-feira, tomou café com Eduardo Cunha. Embora defendam mudanças no texto enviado pelo Planalto, os dois presidentes têm dito que o país precisa do ajuste fiscal para corrigir as distorções econômicas. No entanto, eles têm uma pauta própria, que joga a pressão no colo de Dilma.
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NOTA DA REDAÇÃO
Não existe vacância de poder. Como o governo Dilma Rousseff não funciona mais e Lula sumiu, o PMDB prazerosamente assumiu o controle da situação. Com isso, o Brazil tem hoje um governo de fato e outro de direito. Agora, é o PMDB que está à frente da reforma política, das novas leis anticorrupção (com preferência para os projetos dos deputados e não o tal pacote do Planalto) e até do ajuste fiscal. Vejam o que diz o líder do PMDB, Leonardo Picciani:
“Num momento em que se propõem ajustes nas contas públicas, o Congresso é chamado a votar medidas de ajustes e a sociedade é chamada a compreender essas medidas, é fundamental que o Poder Executivo dê uma demonstração clara do seu compromisso com o corte de gastos, com a eficiência da máquina pública e com o enxugamento dos seus gastos. Entendemos que é fundamental fazer essa discussão. Esse seria um sinal claro e inequívoco à sociedade brasileira da necessidade desse ajuste fiscal”, disse o líder, acrescentando que o PMDB quer reduzir para 20 o número de ministérios. (C.N.)






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