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21:51
ANDRADEJRJOR
JOÃO BOSCO RABELLO O ESTADO DE SÃO PAULO
O deputado Miro Teixeira
(PROS-RJ) criou em palestra recente uma síntese que contrapõe à crise
política, que chama de a política da crise. Refere-se ao comportamento
dos atores nela envolvidos que passaram a cumprir roteiros próprios em
que a pirotecnia prevalece sobre a busca de soluções que apontem um rumo
ao país.
A política da crise, assim, retroalimenta a crise,
graduando a intensidade das dificuldades impostas ao governo, dependente
do êxito de um ajuste fiscal sob a responsabilidade do ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, para encontrar uma porta de saída que lhe devolva
o oxigênio perdido desde que tocou fogo no modelo que estabilizara a
economia.
O foco dessa guerrilha de facções está na base chamada
(impropriamente) aliada, mais que na oposição formal, empenhada em
construir agenda paralela, dissociada do esforço de reconstrução da
economia, e cujo êxito parcial se deve exatamente à colaboração que o
governo empresta com uma soma impressionante de erros em série.
Agora
mesmo, ao dar início a uma reforma ministerial negada na véspera, a
presidente Dilma Rousseff dá sinais contraditórios com a nomeação de um
professor, Renato Janine, para a Educação, e o tesoureiro de sua
campanha para gerir as verbas publicitárias, partidarizando o cofre e
realimentando a desconfiança quanto ao equilíbrio do processo decisório
de governo.
Janine é valor intangível, enquanto Edinho é
imposição partidária com o objetivo de dar unicidade ao combate à
liberdade de imprensa, associando asfixia econômica com controle de
conteúdos, uma dobradinha entre o tesoureiro-ministro e o ministro das
Comunicações, Ricardo Berzoini.
Nesse cenário tem-se a base
aliada na oposição, PMDB contra PT, PT contra PT e ministros contra
ministros, ex-presidente contra presidente, sem que exista perspectiva
de romper o ciclo de paralisia política, tornando o futuro incerto.
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